Operadoras reforçam que YouTube, Google e outros gigantes também paguem a conta de internet

TIM afirma que precisa reconquistar sua imagem mostrando serviço

Lucas Braga
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• Atualizado há 6 meses

Uma polêmica discussão ocorreu no 56º Painel Telebrasil, evento de telecomunicações que acontece hoje, em Brasília. As operadoras tocaram em uma ferida ainda profunda: elas querem parte das receitas de sites e provedores de conteúdo (leia-se YouTube e similares). Isso significa que, além de você pagar sua própria banda larga, serviços online também deveriam pagar para as operadoras pelo tráfego de dados usado por eles.

Os representantes das operadoras Claro, TIM e Vivo afirmam que o crescimento de serviços de vídeos online foram os grandes responsáveis pelas redes atualmente congestionadas, de forma que as operadoras precisaram investir em maior capacidade de infraestrutura de redes. Manoel Horácio da Silva, presidente do conselho de administração da TIM afirmou que as teles “precisam dar uma mordida nas receitas do lado de lá”, em referência ao site de vídeos do YouTube e outros similares.

Francisco Valim, presidente da Oi, afirmou que “a conta não fecha”.

De fato que os serviços de vídeo sob demanda cresceram: o YouTube, por exemplo, representa 25% de todo o tráfego mundial de internet. No Brasil, os vídeos ultrapassam os 65% do montante do tráfego de dados na internet.

Não sei de onde eles tiraram essa ideia, afinal, os provedores de conteúdo, como YouTube, Netflix, Rdio entre outros serviços já pagam pela manutenção de seus próprios links, que estão alocados em diversas operadoras.

Nosso próprio Rafael Silva já abordou antes o conceito de neutralidade de rede, o qual impede que determinados tráfegos sejam privilegiados. O Marco Civil da Internet, projeto ainda em discussão, prevê a defesa da neutralidade.

TIM quer reconquistar consumidor mostrando qualidade de rede

Ainda no Painel Telebrasil, a TIM afirmou que precisa reconquistar o consumidor após o impacto na sua imagem causado pelo bloqueio de vendas pela Anatel. A operadora afirmou que está trabalhando para melhorar a qualidade de rede, mas já adiantou que, para recuperar a imagem da empresa, vai demorar um bom tempo.

A operadora se defende ao citar que a TIM foi a operadora responsável pelo conceito de planos ilimitados no Brasil, com todo o seu pioneirismo no plano Infinity Pré, e destacou que é necessário investir mais em dados e menos em voz. A frase do dia vai para Horácio, que afirmou que “a voz chegou ao fundo do poço”, cenário que retrata a grande demanda pelos serviços de internet móvel.

Com informações: Convergência Digital [2]

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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