Cientistas querem usar acelerômetros de smartphones para detectar terremotos

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 1 semana

Algumas tecnologias existentes em nossos smartphones se tornaram tão triviais que só lembramos o quão sofisticadas são quando elas são utilizadas com propósitos diferentes dos originais. É o caso dos acelerômetros: cientistas do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia de Pisa acreditam que estes sensores podem ser uma solução barata e eficiente na detecção de abalos sísmicos.

A ideia foi descrita recentemente em uma publicação da Sociedade Sismológica da América, mas os próprios autores reconhecem que não se trata de nada realmente novo: o estudo tem inspiração na Quack-Catcher Network, um projeto que visa detectar terremotos e afins no mundo todo combinando PCs, laptops e outros equipamentos de baixo custo com acelerômetros e um software especial.

A principal diferença aqui é que a maioria dos acelerômetros presentes nos smartphones atuais (ou pelo menos no iPhone, que foi objeto de estudo) é sensível o suficiente para detectar tremores que ultrapassam a pontuação de 5,0 na escala Richter, magnitude já suficiente para causar estragos significativos, especialmente em áreas pouco preparadas para fenômenos do tipo.

Em futuro próximo, seu smartphone poderá te ajudar a escapar de cenas como esta
Em futuro próximo, seu smartphone poderá te ajudar a escapar de cenas como esta

Como os acelerômetros são relativamente baratos, os pesquisadores acreditam que a ideia pode evoluir para uma “rede sísmica urbana” composta por dispositivos de detecção baseados nestes sensores ou mesmo para smartphones rodando aplicativos para este fim. Seria uma maneira barata e eficiente de alertar autoridades sobre o risco de tremores, principalmente em locais onde este tipo de monitoramento não é tão eficiente.

A ideia é boa, mas como lida com um problema bastante sério, precisa ser aprimorada. Os pesquisadores acreditam, por exemplo, que os sensores dos smartphones atuais são bons, como já informado, mas necessitam ter um nível um pouco maior de sensibilidade para que possam ser utilizados de maneira isolada, sem apoio de outros equipamentos.

Um projeto similar da Caltech, nos Estados Unidos, aponta não só para esta limitação como também para a necessidade de fazer com que o aparelho diferencie precisamente vibrações sísmicas de ruídos típicos do ambiente, do contrário, poderá haver uma enxurrada de “falsos positivos” ou, na pior das hipóteses, não detecção de tremores com potencial destrutivo.

Mas, a julgar pelo empolgação dos pesquisadores, é só uma questão de tempo para a ideia ser efetivamente colocada em prática.

Com informações: NBCNews

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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