Ontem à noite, foi ao ar nos Estados Unidos o episódio final de Breaking Bad, série que bateu o recorde de programa com mais reviews positivos de todos os tempos e cujo finale foi o episódio mais baixado de todos os tempos, com 500 mil downloads em 12 horas (as duas coisas provavelmente estão conectadas). O sucesso com o qual a série terminou não é dúvida para ninguém e, agora que as teorias sobre o enredo foram todas solucionadas, ainda passaremos um bom tempo discutindo os motivos pelos quais ela se tornou tão grande.

Segundo o diretor de fotografia da série, Michael Slovis, a evolução da tecnologia de consumo ao longo da série tem bastante peso nisso.

Ele cita, para começo de conversa, a popularização das TVs widescreen e HD, que permitiram que o “estilo” de filmagem adotado na série aparecesse da mesma forma nas casas dos telespectadores. “Nós teríamos contado a história se todos estivessem assistindo em TVs de tubo, mas tivemos muita sorte que estavam vendo TVs HD widescreen”, comenta.

Se você já assistiu Breaking Bad, essa afirmação talvez faça mais sentido, já que a série é praticamente um filme de 62 horas – o próprio Slovis já declarou isso – , inclusive filmada em 35mm.

Walt e Jesse Fazendo maratona no Netflix entre uma "fornada" e outra
Walt e Jesse Fazendo maratona no Netflix entre uma “fornada” e outra

O outro motivo apontado por ele talvez seja mais fácil de entender: Netflix. “Não sei os números, mas houve um período de tempo no qual o Netflix se orgulhava de que mais gente havia visto Breaking Bad lá que na AMC [canal que transmite originalmente o programa]”.

Faz todo o sentido: na TV, você tem algumas chances de ver um episódio; assistir uma série do começo, então, é praticamente impossível se você perdeu os primeiros capítulos. Em uma nota pessoal, boa parte das pessoas que eu conheço que assistiram ao final da série ontem também viram todos os episódios no Netflix – inclusive eu.

Isso lembra o discurso no qual Kevin Spacey falou sobre o modelo on-demand do Netflix e por que ele faz tanto sucesso: “nós demonstramos que aprendemos a lição que a indústria musical não aprendeu: dê às pessoas o que elas querem, quando elas querem, como elas querem, a um preço razoável, e elas irão pagar por isso em vez de roubar”. Vale lembrar que Spacey está na produção original do Netflix House Of Cards, então pode haver um certo interesse por trás desse discurso. Mas, ainda assim, ele parece bem condizente com a realidade.

Em todo caso, creditar o sucesso de Breaking Bad somente ao Netflix e às televisões que chegaram aos lares americanos é algo que – espero – ninguém fará; a série é tecnicamente perfeita, com roteiro muito bem amarrado, atores sensacionais e fotografia excelente. Se você nunca viu, dê uma chance – dica: tem no Netflix.

Com informações: CNET, Forbes

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Giovana Penatti

Giovana Penatti

Ex-editora

Giovana Penatti é jornalista formada pela Unesp e foi editora no Tecnoblog entre 2013 e 2014. Escreveu sobre inovação, produtos, crowdfunding e cobriu eventos nacionais e internacionais. Em 2009, foi vencedora do prêmio Rumos do Jornalismo Cultural, do Itaú. É especialista em marketing de conteúdo e comunicação corporativa.

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