Brincamos com o Galaxy Note 3 e o Galaxy Gear

Novo Galaxy Note tem acabamento que lembra couro e tela de 5,7 polegadas.
Galaxy Gear é bonito e possui tela boa, mas não empolga.

Paulo Higa
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• Atualizado há 10 meses
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Poucas semanas após o anúncio oficial em Berlim, na IFA 2013, a Samsung trouxe ao Brasil seus dois grandes lançamentos para o segundo semestre: o Galaxy Note 3, terceira geração do smartphone híbrido que já vendeu mais de 40 milhões de unidades no mundo, e o Galaxy Gear, relógio de pulso inteligente que se integra ao aparelho para deixar notificações e outras informações sempre ao alcance dos olhos.

O novo Galaxy Note continua sendo um smartphone grande e traz uma tela ainda maior, com 5,7 polegadas e resolução de 1920×1080 pixels. Apesar da Samsung ter feito algumas modificações de software, como no teclado virtual e na calculadora, onde os botões podem ficar concentrados em um dos lados da tela, ele claramente não foi feito para ser usado com apenas uma mão. Particularmente, prefiro aparelhos menores, mas… há público para isso, certo?

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Felizmente, a Samsung usou a mágica da diminuição das bordas para aumentar a tela do aparelho sem aumentar o tamanho físico: com tela de 5,7 polegadas, o Galaxy Note 3 é menor, tanto em espessura quanto em largura, que o Galaxy Note II (5,5 polegadas) e o primeiro Galaxy Note (5,3 polegadas). Não seria estranho se o próximo Galaxy Note tivesse uma tela de 6 polegadas e mantivesse o mesmo tamanho do atual.

O acabamento do Galaxy Note 3 ficou bacana: em vez da traseira de plástico brilhante, que desagradava a muita gente, a Samsung colocou uma textura que lembra couro e detalhes que parecem costura. Não se trata de couro verdadeiro, no entanto: basta um toque para perceber que é apenas plástico moldado. Mesmo assim, é um avanço em relação ao acabamento antigo, que ficou enjoativo de tanto ser usado nos inúmeros smartphones da empresa.

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A tela do Galaxy Note 3 oferece o que esperamos de um painel Super AMOLED: pretos profundos, cores saturadas e excelente contraste. A definição é de 386 pixels por polegada, menor que a do Galaxy S4 (441 ppi), mas continua impressionante: aquela sensação de “texto tão definido que parece ter sido impresso numa folha de papel” está presente aqui.

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No software, há os recursos da Samsung que você já conhece, além da interface TouchWiz e as modificações para aproveitar a tela grande do aparelho, como a possibilidade de rodar dois aplicativos ao mesmo tempo. A caneta S Pen, talvez o principal fator de diferenciação em relação ao outro topo de linha da Samsung, o Galaxy S4, continua firme e forte, agora com novos truques: ao desenhar um quadrado na tela, por exemplo, é possível abrir um novo aplicativo nessa área. A Samsung chama isso de “desenhar uma janela”.

O desempenho foi ótimo, com todos os aplicativos abrindo instantaneamente e sem travadinhas. E, na verdade, com um processador quad-core Snapdragon 800 de 2,3 GHz, GPU Adreno 330 e 3 GB de RAM, engasgos não deveriam acontecer nunca. Mas como não executei nenhum jogo pesado com gráficos absurdos e não passei mais que 20 minutos com o Galaxy Note 3, é difícil avaliar essa questão.

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Então, o Galaxy Note 3 parece ser um excelente smartphone para quem prefere telas grandes, apesar de precisarmos de muito mais tempo usando o aparelho para tirar qualquer conclusão. No entanto, com preço sugerido de R$ 2.899, é complicado dizer “compre!!!”, ainda mais considerando que os preços do Galaxy Note II estão em queda livre e ele já pode ser facilmente encontrado por menos da metade disso.

Também tive contato por alguns minutos com o Galaxy Gear. Como se trata de um relógio, design passa a ser um ponto bastante importante aqui, afinal, estamos falando de um produto tecnológico, mas que também é um acessório de moda. Não por acaso, o evento da Samsung foi feito em parceria com a marca Isolda e contou com desfiles de modelos.

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Pelo menos nesse ponto, o Galaxy Gear não deixa a desejar: os parafusos expostos não são a coisa mais bonita do mundo, mas ele de forma alguma passa a impressão de “barato” ou qualquer outra sensação negativa. É interessante como a Samsung conseguiu colocar uma câmera na pulseira do Galaxy Gear, algo que parece um desafio de engenharia. Entretanto, todo esse lado da pulseira é bastante rígido, talvez porque fios e componentes sensíveis devem passar por ali.

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A parte prateada não faz parte do relógio, é apenas uma trava de segurança.

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Mas, saindo do design, o Galaxy Gear não é um produto exatamente empolgante. Ok, você recebe notificações, pode ver a previsão do tempo, dar comandos de voz em português e até tirar fotos, mas não há nada de muito impressionante que se possa fazer com ele, especialmente considerando o elevado custo de R$ 1.299. Sem contar que você ainda precisa de um smartphone compatível, e todos os modelos estão muito longe de serem acessíveis.

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No momento, a minha impressão é de que o Galaxy Gear é um produto com bastante potencial, mas os desenvolvedores ainda não conseguiram encontrar uma aplicação útil. Na loja da Samsung, nem os aplicativos na categoria Utilidades são… úteis. Parece ser um produto voltado somente para early adopters que, algum dia, talvez, quem sabe, se tornará tão útil nas nossas vidas quanto um smartphone é hoje. Enquanto isso, ele é apenas um mero coadjuvante.

Leia maisSamsung lança Galaxy Note 3, Galaxy Gear e novo Galaxy Note 10.1 no Brasil

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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