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Além de inúmeros palcos de conteúdo, a Campus Party traz uma atração que certamente é uma das coisas que move gente para cá: a veloz conexão à internet com velocidade de nada menos que 40 Gb/s. Para oferecer conectividade para todos os campuseiros, a Vivo montou uma estrutura chamada de Ovni com todos os equipamentos de rede necessários, e nós fomos visitá-lo.

Planejamento de rede e capacidade

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Toda essa internet não brota do nada. É aí que a Vivo entra com suas forças: existem, na verdade, dois links de 40 Gb/s cada, que são ligados diretamente às centrais da operadora. O motivo de ter dois links é que os equipamentos são redundantes: se um cair, o outro imediatamente assume. Esses links são trazidos para o Anhembi Parque por meio de dois cabos de fibra ótica: uma vai até a central da Consolação e a outra vai até a central do Ibirapuera.

O diretor de redes da Vivo, Ari Falarini, acompanhou nosso rolezinho pelo Ovni.
O diretor de redes da Vivo, Ari Falarini, acompanhou nosso rolezinho pelo Ovni

Antes da Campus Party começar, a Vivo realizou um estudo de rota diferente para cada fibra ótica. A ideia é que cada cabo passe por lugares completamente diferentes, para, em caso de alguma fatalidade (escavações ou incêndio, por exemplo), o evento não fique sem conexão. Todo esse planejamento demora cerca de quatro meses, para que a Vivo consiga montar tudo junto com a Futura Networks cerca de uma semana antes da abertura oficial do evento.

E o que dá para fazer com uma conexão de 40 Gb/s? Ela seria suficiente para que 20 mil pessoas se conectem a 2 Mb/s, considerando que todas elas estejam utilizando a conexão em velocidade máxima durante todo o tempo. Além disso, essa capacidade permitiria nada menos que 625 mil chamadas telefônicas simultâneas, o que é suficiente para uma cidade com 4 a 5 milhões de habitantes.

Equipamentos de rede

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São vários fornecedores envolvidos no processo de conectividade, e logo de cara é possível identificar equipamentos da Alcatel-Lucent, HP, Padtec e Seitec. A Vivo, por exemplo, utiliza equipamento da Alcatel-Lucent para a conectividade de fibra ótica. Esse equipamento se conecta ao endereçador da HP, fornecido pela Futura Networks, que é o responsável por distribuir os endereços de IP para o computador de cada campuseiro.

Na prática, esses dois equipamentos juntos permitem que cada campuseiro tenha uma experiência de internet como se fosse de uma banda larga paga – tanto é que cada computador recebe um endereço de IP real, e não um único IP compartilhado para todo mundo.

É importante lembrar que, além da redundância de rede, há redundância de energia. Se houver alguma queda de luz, há geradores específicos para manter o Ovni funcionando normalmente. O ambiente também é devidamente climatizado com temperaturas mais baixas que da Arena para manter os equipamentos funcionando 100%. Por mim, eu não sairia daquele lugar tão cedo – quem está na Campus Party sabe o calor que está fazendo por aqui.

Tráfego de dados ainda está baixo

Atenção, campuseiros: podem começar a baixar Ubuntu desde já. Digo isso porque o medidor de tráfego da Campus Party não atingiu nem 6 Gb/s de download. Veja o gráfico abaixo:

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O interessante é que durante a Campus Party há uma inversão: os campuseiros fazem muito mais upload do que download. A velocidade máxima de upload já ultrapassou os 8 Gb/s.

Na prática, é óbvio que os campuseiros não conseguirão os 40 Gb/s no seu computador, principalmente porque as máquinas normalmente não têm capacidade de rede maior do que Gigabit Ethernet e, mais do que isso, a velocidade de gravação em disco é certamente um empecilho para atingir a maior velocidade.

No meu computador, que tem Gigabit Ethernet e SSD, consigo atingir uma média de 860 Mb/s de download e 600 Mb/s de upload, com o excelente ping de 2 ms. Não acredita?

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Site sustentável

Além de oferecer conectividade para computadores, a Vivo faz questão de oferecer um reforço no serviço de celular para o evento. Com antenas 3G, 3G Plus (o HSPA+ da operadora) e 4G LTE, a Vivo montou no evento o Site Sustentável. Para quem não conhece, é uma antena de celular que fica em um simples poste de luz.

Foto: Paulo Higa

A ideia do Site Sustentável nós já conhecemos lá na Futurecom 2012: ela oferece menor poluição visual e isso permitiria cobrir melhor algumas áreas onde antenas convencionais são inviáveis. Os equipamentos de rede ficam todos hermeticamente fechados e enterrados no solo, o que é ótimo para cidades litorâneas onde a maresia danifica as antenas convencionais. Além disso, por estar enterrado, seria uma forma de evitar furtos. Outra vantagem é que o Site Sustentável não utiliza óleo diesel para se alimentar e, dessa forma, não poluiria o ambiente.

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O Site Sustentável foi desenvolvido pela Vivo com tecnologia 100% nacional e patenteado pela operadora. Entretanto, a Vivo irá permitir que outras operadoras também criem suas antenas sustentáveis sem a cobrança de royalties. O novo tipo de antena chega em boa hora, quando o 4G está sendo implantado no Brasil. A frequência do LTE adotada por aqui é de 2.600 MHz, e, por ser uma frequência maior, a penetração de sinal é menor, o que exige mais antenas.

Para oferecer uma cobertura decente de 4G, é necessário colocar mais antenas do que é necessário para cobrir em 3G, por exemplo. Como várias cidades impõem restrições muito altas para a instalação de novas antenas, o site sustentável é, sem dúvida, uma excelente forma de cobrir mais áreas com telefonia celular.

Colaborou: Paulo Higa

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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