O tempo passa, a tecnologia evolui, mas alguns problemas continuam os mesmos. É o caso das imagens para a web: cada vez mais elas respondem pelo “peso” dos sites. Para amenizar esta situação, a Mozilla acaba de lançar o mozjpeg, um projeto que visa deixar as imagens JPEG mais leves, mas sem alterar a sua qualidade.

A preocupação com o tamanho das imagens não vem de hoje. Em 2010, o Google lançou o formato WebP justamente para tentar diminuir o impacto do tráfego deste tipo de conteúdo na internet. O WebP é parecido com o JPEG, mas utiliza uma técnica de compressão que pode resultar em imagens até 34% menores que neste último.

O formato cumpre o que promete e é capaz inclusive de suportar animações e fundo transparente, unindo as vantagens do JPEG, do GIF e do PNG, mas esbarra no fator compatibilidade: somente os navegadores Chrome (óbvio) e Opera suportam o WebP nativamente e, em relação aos editores de imagens, a maioria ainda exige plugin para trabalhar com conteúdo do tipo.

A Mozilla não descarta a hipótese de levar o WebP para o Firefox, mas como o JPEG é o padrão de imagem mais popular da internet, seus desenvolvedores acreditam que otimizar a compressão do formato é a iniciativa que trará resultados mais palpáveis.

Perda gradual da qualidade da imagem quando há compressão progressiva da imagem
Perda gradual da qualidade da imagem quando há compressão progressiva da imagem

É exatamente isso que o mozjpeg se propõe a fazer. Em seu comunicado, a Mozilla explica que, após conversas com vários engenheiros de software, a organização chegou à conclusão de que o JPEG ainda não alcançou seu potencial de compressão, mesmo tendo mais de 20 anos de existência. Esta percepção é que serviu de gatilho para o projeto.

Não é nada muito novo, na verdade. O que o mozjpeg faz é implementar um fork do jpgcrush, um script em Perl escrito pelo desenvolvedor Loren Merritt que vem sendo bastante utilizado para comprimir imagens. Este algoritmo verifica qual configuração de codificação progressiva faz a imagem ocupar menos bits de maneira lossless, ou seja, sem perder qualidade.

Nos testes da Mozilla, o jpgcrush conseguiu reduzir imagens PNG em 2% a 6% e, no caso do JPEG, em 10%, o que fez a organização considerá-lo o melhor encoder lossless disponível atualmente. Com o mozjpeg, a expectativa é deixá-lo ainda mais eficiente.

Se você estiver disposto a testá-lo em algum projeto, o mozjpeg 1.0 já está disponível no GitHub. Mais detalhes podem ser encontrados nesta lista de discussão.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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