O presidente da Netflix anunciou que a assinatura vai ficar mais cara nos próximos meses, inclusive para clientes baseados no Brasil. Reed Hastings disse que a alta será de algo entre um e dois dólares. Atualmente, a assinatura da Netflix brasileira sai por R$ 16,90 mensais. No pior dos cenários (alta de 2 dólares), o streaming de séries e filmes passaria a R$ 21,50 para novos clientes (considerando o câmbio desta terça-feira).

O escritório da Netflix no Brasil confirmou ao Tecnoblog o aumento para os próximos meses, mas negou que tenha o valor fechado da futura assinatura.

Reed Hastings explicou ontem (21), durante a apresentação dos resultados financeiros da companhia, que a mudança vale somente para futuros clientes. Aqueles que já têm uma assinatura vão continuar pagando o valor atual “por um tempo generoso”, de acordo com o executivo.

Ok, o aumento de 2 dólares não chega a ser absurdo. Mas ainda assim, vai colocar a Netflix em desvantagem na comparação com o Hulu Plus nos Estados Unidos. A diferença é que este último cobra uma assinatura mensal e também mostra anúncios entre os episódios de seriados, prática descartada pela Netflix.

netflix_recomendacoes

Ainda falando dos 2 dólares, a quantia seria suficiente para que um internauta assinasse o pacote do Google Drive que dá direito a 100 GB para salvar arquivos. Ou seja, na economia da internet, não é como se o valor fosse desprezível.

Para que tal aumento? A Netflix tem intenção de investir mais em produção de conteúdo próprio. Basta lembrar do sucesso de House of Cards, drama político que recentemente chegou à segunda temporada. O sucesso da produção pode ser explicado pela coleta de dados feita pela Netflix. Eles sabem o que as pessoas assistem, do que gostam, quando pulam uma cena, e quantas estrelas deram para um episódio. Em posse de tantas informações, são capazes de produzir conteúdos milimetricamente calculados para divertir ou emocionar. A HBO, por exemplo, não conta com tal recurso.

Parece que virou moda investir em produções próprias voltadas para vídeo sob demanda (on demand ou VOD). A Sony pretende lançar episódios de séries para sua loja virtual. A TV paga europeia Sky também tem a mesma intenção. Na vanguarda deste negócio, chegou a vez da Netflix pedir mais dinheiro para futuros seriados.

Em relação aos resultados financeiros, o serviço de conteúdo em vídeo não tem do que reclamar. Os ganhos no primeiro trimestre foram de US$ 53 milhões, frente ao lucro de somente US$ 2,7 milhões no mesmo período de 2013. No mundo todo são 48 milhões de assinantes. Os americanos somam 36 milhões de clientes que pagam mensalmente à Netflix. Procurada por este curioso repórter, a Netflix brasileira não informou o número de assinantes no país. Disseram que são mais de 1 milhão de clientes na América Latina.

Receba mais notícias do Tecnoblog na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Thássius Veloso

Thássius Veloso

Editor

Thássius Veloso é jornalista especializado em tecnologia e editor do Tecnoblog. Desde 2008, participa das principais feiras de eletrônicos, TI e inovação. Também atua como comentarista da GloboNews, palestrante, mediador e apresentador de eventos. Tem passagem pela CBN e pelo TechTudo. Já apareceu no Jornal Nacional, da TV Globo, e publicou artigos na Galileu e no jornal O Globo. Ganhou o Prêmio Especialistas em duas ocasiões e foi indicado diversas vezes ao Prêmio Comunique-se.

Canal Exclusivo

Relacionados