Você entra na loja online, escolhe o que quer e paga. Meia hora depois, o produto adquirido já está em suas mãos. Parece utópico, mas esta é a proposta do Amazon Prime Air. O problema é que o programa está longe de virar realidade e não é meramente por limitações tecnológicas: a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês) não aprovou a ideia.

A Amazon revelou seu plano de utilizar drones para entregas no final de 2013. De acordo com a empresa, 86% das compras feitas em seu site correspondem a pacotes que pesam até 2,26 quilos, que é o máximo que os drones do programa suportam.

Apesar de ser digna de ficção científica, a ideia foi bem recebida: como os drones só conseguem transportar um pacote por vez, não pegam trânsito e funcionam de maneira automatizada, a entrega pode ocorrer poucas horas depois da compra – em até 30 minutos se o cliente estiver dentro de um raio de até 16 quilômetros do centro de distribuição.

Na teoria, tudo muito bonito, mas na prática, a Amazon tem o desafio de viabilizar a ideia e fazê-la funcionar sem incidentes: não seria nada positivo se os drones fizessem entregas no endereço errado ou, pior, atingissem alguém em seu pouso.

Mas, a julgar por um documento publicado nesta semana, o principal obstáculo do Amazon Prime Air é mesmo a lei. Não é que a FAA tenha reprovado explicitamente o uso de drones para entregas: na verdade, o órgão nunca deu qualquer autorização referente ao assunto.

A FAA proíbe o uso de drones para fins comerciais desde 2007, abrindo exceção apenas para atividades de lazer. Em março deste ano, no entanto, um tribunal dos Estados Unidos considerou o regulamento ilegal, uma vez que o seu estabelecimento não levou em conta a opinião pública, uma violação das leis federais do país.

Como consequência, houve um clima de esperança em relação à aprovação do uso de drones para entregas, mas a agência não só recorreu da decisão judicial, como reforçou a sua posição: o tipo de aeronave em questão só pode ser usado em atividades recreativas; sua aplicação em entregas associadas a compras configura uma atividade comercial e, portanto, ilegal.

Drone da Amazon no chão
O drone da Amazon

Esta postura é um balde de água fria nos planos da Amazon. Mesmo assim, o desenvolvimento do programa Prime Air continua: por ora, a FAA é um obstáculo à sua implementação, mas a agência afirma já estar estudando uma revisão em seus regulamentos que poderá abrir espaço para o uso comercial de drones. A expectativa é a de que as novas regras entrem em vigor até o final de 2015.

Com informações: Ars Technica

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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