Conexões à internet de altíssima velocidade só são possíveis via fibra óptica, certo? Pode até ser que sim, mas algumas tecnologias em desenvolvimento poderão permitir taxas de transferência absurdamente generosas modificando pouco as redes telefônicas atuais. É o caso do XG-FAST, da Alcatel-Lucent: em testes recentes, a especificação atingiu 10 Gb/s (gigabits por segundo) em uma conexão com pares de cobre.

O XG-FAST pode ser entendido como uma variação do G.fast, tecnologia que está sendo fortemente cogitada para substituir os padrões DSL por permitir conexões superiores a 1 Gb/s combinando redes de telefonia ou TV por cabo com fibra óptica.

O XG-FAST também é baseado neste tipo de infraestrutura, mas consegue ser até 10 vezes mais rápido por, basicamente, usar frequências maiores. O G.fast consegue atingir cerca de 700 Mb/s (megabits por segundo) trabalhando à taxa de 106 MHz; se a frequência for dobrada para 212 MHz, pode-se superar a casa do 1 Gb/s.

No XG-FAST, a frequência padrão é de 350 MHz e, assim, a tecnologia pode possibilitar velocidades de até 2 Gb/s. Mas, aumentando a frequência para 500 MHz, os pesquisadores da Alcatel-Lucent chegaram à velocidade de 10 Gb/s, embora esta taxa só tenha sido possível em condições laboratoriais.

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É claro que não é tudo tão simples e mágico. Assim como acontece com o G.fast, o XG-FAST sofre de um problema sério: quanto maior a sua frequência, menor deve ser  a distância máxima entre o ponto de distribuição (a central telefônica) e o local de destino (a casa do usuário, o prédio de uma empresa, etc.).

O G.fast com frequência de 106 MHz consegue trabalhar com distâncias de até 100 metros. Com 212 MHz, este intervalo cai para 70 metros, o mesmo alcance do XG-FAST com 350 MHz. Se a frequência deste último for aumentada para 500 MHz, a distância máxima suportada passa a ser de apenas 30 metros.

Como praticamente ninguém tem uma central telefônica tão próxima, as operadoras podem recorrer a técnicas como o FTTdp (Fibre-to-the-Distribution-Point), que consiste em estender o alcance da central com o uso de cabos de fibra óptica que podem, por exemplo, passar pelas ruas da área de cobertura. Caberia então aos tradicionais fios de cobre ligar residências e estabelecimentos a esta estrutura.

A desvantagem deste esquema é que a conexão não conseguiria atingir a taxa de 10 Gb/s. Provavelmente, ficaria abaixo de 1 Gb/s, mas isso não chega a ser um problema: a ideia é oferecer velocidades mais altas que os padrões atuais, mas não tanto. Convenhamos: algo em torno de 50, talvez 100 Mb/s, já seria excelente, não?

Obviamente, não veremos o XG-FAST (ou qualquer outra tecnologia semelhante) em uso tão cedo. O próprio G.fast deve demorar algum tempo para ser implementado: as especificações do padrão foram aprovadas no final de 2013 e os primeiros equipamentos compatíveis deverão começar a ser desenvolvidos somente em 2015.

Com informações: ISPReview

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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