Jogos casuais, o crack digital

Izzy Nobre
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• Atualizado há 1 semana

Começou em 2002 com o lançamento de Bejeweled, pela até então chamada PopCap Games – o consideravelmente redundante Games seria abandonado alguns anos mais tarde. Na época eu tinha um Palm que eu insistia em usar como alternativa ao meu Game Boy Advanced SP (sempre tive esse fetiche por eletrônicos portáteis), e Bejeweled foi um título essencial para isso.

Bejeweled é o pai de todo um gênero que surgiu após o clássico: os match-3 games. Ou seja, joguinhos de puzzle em que você tem que combinar três peças iguais pra marcar pontos e ir lentamente limpando a mesa. Diz-se que a única coisa mais comum na AppStore após os infames apps de peido são os joguinhos match-3.


Após o sucesso do primeiro jogo, a Popcap lançou a sequência. Bejeweled 2, com gráficos melhorados e mais modos de jogo, estava disponível para praticamente todo e qualquer aparelho eletrônico com tela e botões.

Bejeweled 2 seria o grande carro-chefe da empresa, vendendo até hoje absurdos 50 milhões de cópias e conquistando a adoração de tanto gamers experientes quanto as donas de casa entediadas cuja interação com o computador até então se resumia a acessar redes sociais, ler notícias e clicar em trojans enviados por e-mail.

Ele deu a largada à era do jogo casual: jogos simples, baratos, que exigem pouca habilidade para aprender e que recompensam o jogador quase que imediatamente (as “fases” de Bejeweled, por exemplo, têm poucos minutos de duração, provocando o clássico efeito “Vou jogar só mais essa… Opa! Acabei jogando 68 fases sem parar)”.

Se você é a única pessoa no mundo que jamais jogou Bejeweled 2, clica aí.

A PopCap iria galvanizar seu status como líder mundial em joguinhos casuais em 2007, com o lançamento de Peggle.

Peggle segue mais ou menos a mesma filosofia de Bejeweled. É mais um joguinho em que você tem que limpar a tela de objetos coloridos, mas com uma mecânica totalmente diferente. Similar o jogo japonês Pachinko, Peggle é meio que um pinball completamente vertical.

Você tem um número limitado de bolinhas e precisa acertar o máximo de círculos coloridos na tela (acumulando pontos que podem te recompensar com uma bola extra) por meio de uma combinação de jogadas que invejariam um profissional de sinuca e muita sorte. Há personagens cartunescos chamados Peggle Masters que te dão habilidades especiais, como múltiplas bolas na tela, ou fazer com que a bola que saia do jogo caindo da tela reapareça no topo dela.

Peggle atingiu sucesso ainda maior que Bejeweled, vendendo outros 50 milhões de jogos e sendo incorporado até a World of Warcraft – o que também veio a acontecer com Bejeweled. Você sabe que sua compania produziu um jogo atrativo quando ele é adicionado a outro jogo.

Eu resisti muito ao apelo de Peggle por causa daquela minha predisposição de automaticamente duvidar de algo imensamente popular. Apesar de ter jogado minhas 900 mil horas de Bejeweled 2, como qualquer pessoa que teve acesso àquele jogo, a premissa de Peggle não me atraiu de imediato.

Até que o jogo foi lançado no longínquo ano de 2008, numa até então relativamente deserta AppStore, pela barganha de um dólar. Coincidentemente, foi a mesma época em que eu mudei de emprego e passei a trabalhar sozinho, durante as madrugadas. Desnecessário dizer que destruí a bateria do meu iPhone múltiplas vezes jogando Peggle por horas a fio.

Ou seja, tornei-me fã da companhia. Quando Plants vs Zombies – o próximo sucesso da empresa – foi anunciado, eu já estava empolgado.

A história de Plants vs Zombies é deliciosamente absurda. Após uma invasão de zumbis, você se enfurnou na sua casa e usa uma variedade de plantas de fungos para se defender do exército de mortos-vivos. O jogo é um misto de RTS (real time strategy; no que diz respeito a gerenciamento de recursos e unidades) e tower defense.

A história surreal, os gráficos semelhantes a cartoons muito polidos, o gameplay viciante (quase todos os jogos da Popcap têm esse fator “Vou jogar só mais uma vez… Opa! Já são duas da manhã”) e o histórico da empresa tornariam Plants vs Zombies mais um instant hit. E você sabia que o nome original do jogo seria Lawn of the Dead, uma brincadeira com o clássico Dawn of the Dead? Por motivos legais que sempre acabam com a diversão de todo mundo, acabamos com esse nome bem menos inspirado.

Plants vs Zombies é meu jogo casual favorito no momento. Qual o seu?

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Izzy Nobre

Izzy Nobre

Ex-autor

Israel Nobre trabalhou no Tecnoblog entre 2009 e 2013, na cobertura de jogos, gadgets e demais temas com o time de autores. Tem passagens por outros veículos, mas é conhecido pelo seu canal "Izzy Nobre" no YouTube, criado em 2006 e no qual aborda diversos temas, dentre eles tecnologia, até hoje.

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