Microsoft volta a liberar atualização do Windows 10, desta vez sem apagar arquivos

Microsoft distribui atualização de outubro (October 2018 Update) para Windows 10; ela foi suspensa porque apagava arquivos

Felipe Ventura
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Foto por Roberto Maldeno/Flickr

A Microsoft voltou a distribuir a atualização de outubro do Windows 10. O October 2018 Update havia sido suspenso porque apagava os arquivos de alguns usuários. Você só poderá baixá-lo manualmente; o bug foi corrigido, mas a empresa está tomando bastante cuidado desta vez. Ela também promete dar mais detalhes sobre os processos para garantir a qualidade do sistema.

Inicialmente, o October 2018 Update estará disponível apenas para usuários experientes. Para baixá-lo, você precisará ir até Configurações > Atualização e Segurança e clicar em Verificar se há atualizações. Ainda assim, se a Microsoft detectar que seu dispositivo pode ter um problema, como um programa incompatível, a atualização não será baixada nem instalada.

A falha que apagava arquivos foi corrigida, segundo a Microsoft. Ela diz que realizou uma extensa validação interna, monitorou de perto o feedback dos usuários no programa Windows Insider, e recebeu a telemetria de milhões de dispositivos em que a atualização de outubro foi instalada (antes de ser suspensa).

O bug afetava pastas como Documentos, Imagens, Downloads e Vídeos. O objetivo era apagar pastas duplicadas se o usuário mudasse o caminho padrão — de C:\Usuários\seunome\Imagens para D:\Imagens, por exemplo. Esse recurso é ativado automaticamente por clientes antigos do OneDrive. O Windows 10 não avisava que ia apagar as pastas, nem via se elas continham arquivos.

A Microsoft também voltou a distribuir o Windows Server 2019 e Windows Server versão 1809 nesta terça-feira (13).

Microsoft mudou forma de testar qualidade do Windows

Michael Fortin, vice-presidente corporativo do Windows, explica em blog oficial as etapas da Microsoft para testar a qualidade do sistema operacional.

Primeiro, ele confirma que os programadores são responsáveis ​​testar por seu próprio código. “Nós transferimos a responsabilidade pelo teste funcional básico para nossas equipes de desenvolvimento, a fim de fornecer um código de maior qualidade desde o início”, diz Fortin.

Essa foi uma mudança implementada pelo CEO Satya Nadella em 2014, após uma rodada de demissões. Antes, havia uma proporção 1:1 entre desenvolvedores e testadores de código; eles eram focados em encontrar bugs e garantir a estabilidade do software.

Outra medida é uma cultura agressiva de “self-host”. Isso significa que os funcionários da divisão Windows rodam as versões internas mais recentes do sistema; e as equipes locais precisam correr atrás de corrigir quaisquer problemas encontrados.

Há ainda os dados fornecidos pelos milhões de usuários no Windows Insider. No geral, isso parecia estar funcionando bem: o número de ligações para o atendimento ao cliente vem caindo constantemente ao longo dos anos, assim como o volume de chat, mesmo com mais PCs rodando Windows 10.

Ainda assim, a Microsoft vem recebendo críticas por atualizar o Windows 10 rápido demais. É algo problemático para um ecossistema tão complexo: ele roda em 700 milhões de dispositivos ativos com 16 milhões de combinações exclusivas de hardware/driver. O sistema tem mais de 35 milhões de aplicativos com um total de 175 milhões de versões diferentes.

A Microsoft promete que será mais transparente quanto ao processo para manter a qualidade do Windows 10. Além disso, versões do Windows 10 Enterprise e Education lançadas no segundo semestre terão suporte por 30 meses; dessa forma, empresas e escolas poderão atualizar com uma frequência menor.

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Felipe Ventura

Felipe Ventura

Ex-editor

Felipe Ventura fez graduação em Economia pela FEA-USP, e trabalha com jornalismo desde 2009. No Tecnoblog, atuou entre 2017 e 2023 como editor de notícias, ajudando a cobrir os principais fatos de tecnologia. Sua paixão pela comunicação começou em um estágio na editora Axel Springer na Alemanha. Foi repórter e editor-assistente no Gizmodo Brasil.

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