Pix’n Love Rush: uma overdose de nostalgia

Izzy Nobre
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• Atualizado hoje às 21:23

Uma das chaves do sucesso do iPhone é inegavelmente a user experience. Uma interface polida e intuitiva às vezes nos agrada muito mais do que uma com mais recursos, mas sem o mesmo apelo visual.

O mesmo pode ser dito do sucesso de Pix’n Love Rush, um jogo que saiu no mês passado para iPhone e iPod Touch e traz o mesmo personagem do jogo Pixel!, da Arkedo Series, para Xbox Live Arcade. Um joguinho bastante simples, mas com uma experiência visual icônica e difícil de esquecer.

Em Pix’n Love Rush, você tem apenas alguns segundos para navegar uma fase (escolhida aleatoriamente de uma base de 125 mapas diferentes) coletando círculos com sinal de adição, e evitando os quadradinhos com símbolo de subtração e uns morceguinhos do mal – que você pode abater atirando, mas com cuidado: os projéteis que não encontram inimigos fazem um arco no ar e caem de volta ao chão, e se te acertarem provocam o mesmo efeito que seria causado se você encostasse nos morcegos.

Com o fim dos poucos segundos que você tem em cada fase, o jogo te manda à fase seguinte, em que você deverá repetir os objetivos da anterior. Entretanto, o estilo de gameplay muda a cada estágio: se na primeira fase você tinha apenas que ir da direita para a esquerda, como nos jogos de plataforma mais tradicionais, na segunda você precisará acompanhar a tela que se move sempre para cima. A terceira talvez seja o inverso, forçando você a acompanhar a tela que agora desce. E claro, você deve coletar os itens bons, evitar os ruins, e matar morceguinhos.

É aí que entra o real atrativo do jogo: Se você obter itens positivos em sequência sem trombar num morceguinho ou num item negativo, você atinge um combo, que se manifesta através de um upgrade visual e auditivo no jogo.

Neste determinado nível, por exemplo, o jogo pega emprestado os visuais do mal-fadado Virtual Boy, o console “portátil” 3D da Nintendo. Encoste num morcego, caia de um precipício, pegue um item negativo sem querer, falhe em acompanhar o movimento da tela ou se acerte com as próprias “balas” e você perde o combo e retorna ao estilo visual anterior.

Não são só os gráficos que mudam. A música também acompanha o salto de gerações, completando a experiência.

O jogo inteiro demora apenas cinco minutos para ser zerado. Se você sobreviver até o final, o modo infinito é desbloqueado, e você pode jogar por período indeterminado tentando alcançar pontuação máxima. O modo de 5 minutos pode ser repetido, se você quiser bater seu próprio recorde nele. E acredite, você vai tentar.

Eu estava incrédulo de que um jogo aparentemente tão simples pudesse ter achievements, mas isso só mostra que os desenvolvedores são mais criativos que eu. Pix’n Love Rush tem uma leaderboard em que jogadores de todo mundo competem por pontuação mais alta e uma bela lista de conquistas para serem destravadas.

O charme de Pix’n Love Rush é inegável. O personagem principal, o gato Pixel, é bastante expressivo e muito bem animado. Carismático até, eu diria, o que é algo estranho de dizer sobre um personagem com poucos pixels de largura e que sequer tem uma voz. Os cenários e as músicas foram cuidadosamente feitos para trazer à tona lembranças das eras clássicas dos videogames. Por exemplo, em uma determinada fase a tela fica meio escura, com chuviscos, e um insistente “AV1” verde no topo da tela. Uma relíquia visual da época dos videogames jogados nas TVs CRT.

Quem diria que um dia esse visual nos agradaria, hein?

Por 99 centavos de dólar, é impossível não recomendar Pix’n Love Rush. Os visuais e músicas te hipnotizarão e vão te deixar incapaz de soltar o aparelho até que a necessidade de uma recarga de bateria te obrigue a isso.

Download | Pin’n Love Rush (iTunes)

O jogo talvez pareça estranho e até mesmo antiquado para a geração mais nova, que nunca pegou num Game Boy original e que jamais saberá o que é jogar NES num tubão de 14 polegadas. Para o resto de nós, é uma overdose de nostalgia.

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Izzy Nobre

Izzy Nobre

Ex-autor

Israel Nobre trabalhou no Tecnoblog entre 2009 e 2013, na cobertura de jogos, gadgets e demais temas com o time de autores. Tem passagens por outros veículos, mas é conhecido pelo seu canal "Izzy Nobre" no YouTube, criado em 2006 e no qual aborda diversos temas, dentre eles tecnologia, até hoje.

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