A situação da Mandriva SA, que financia a distro Mandriva, não está fácil. A empresa, que no passado era um dos braços fortes do software livre na Europa (quando ainda se chamava Mandrake), chegando até mesmo a comprar a Conectiva (a partir daí, adotando o nome pelo qual é conhecida hoje), atualmente passa por sérios problemas financeiros e vem demitindo vários funcionários, entre eles desenvolvedores com um bom tempo de casa.

Assim, preocupados com a situação e com os rumos que a distro pode ter no futuro, um grupo de ex-funcionários da Mandriva resolveu criar um Fork do Mandriva, o Mageia.

Mas o que vem a ser um fork? Nada mais é do que uma “bifurcação”, um novo projeto baseado em um código-fonte que continua sendo lançado. Forks são comuns quando há desentendimento entre desenvolvedores sobre o rumo do projeto e um grupo resolve continuar o desenvolvimento separadamente. Outras situações em que um fork acontece envolvem o software mudar a forma de licenciamento (de gratuíto para pago, ou de livre para fechado, por exemplo).

Assim, o Mageia passará a ser desenvolvido pela comunidade a partir de algum ponto do Mandriva, e será uma distro independente, sem ligações com empresas. E, assim esperamos, livre dos problemas financeiros da distribuição original.

No site oficial do Mageia já existe uma versão em Português do Brasil explicando a origem da distro e os problemas que a originaram. Em destaque, os primeiros parágrafos:

Como você deve ter ouvido falar, o futuro do Mandriva Linux é incerto.

A maioria dos empregados que trabalhavam na distribuição foram demitidos quando a Edge-IT foi liquidada. Nós não confiamos mais nos planos da Mandriva SA e não acreditamos que a empresa (ou qualquer outra empresa) seja um porto seguro para tal projeto.

Muitas coisas aconteceram nos últimos 12 anos. Algumas foram muito boas: a comunidade em torno do Mandriva Linux é grande, motivada e experiente, a distribuição se tornou uma das mais populares e premiadas, fácil de usar e inovadora. Alguns outros eventos tiveram consequências realmente muito ruins, que fizeram as pessoas ficarem não tão confiantes quanto a viabilidade de sua distribuição favorita.

As pessoas que trabalham nisto apenas não querem ser dependentes da economia flutuante e errática, e os inexplicáveis movimentos estratégicos de uma empresa.

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Paulo Graveheart

Paulo Graveheart

Ex-redator

Paulo Henrique "Graveheart" é formado em Ciências da Computação e fez parte da equipe do Tecnoblog entre 2010 e 2014, como redator. Participou da cobertura de lançamentos no mundo do desenvolvimento de software, PCs, mobile e games. Também tem experiência profissional como desenvolvedor full-stack e technical lead.

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