Como a tecnologia poderia melhorar a vida dos eleitores?

Bia Kunze
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• Atualizado há 4 dias

O Brasil possui o sistema eleitoral tecnologicamente mais avançado do mundo. Graças à tecnologia da informação, pouco mais de 4h depois do encerramento das urnas, sabíamos quem eram os senadores, deputados e governadores eleitos, bem como aqueles que vão a segundo turno, junto com os candidatos à presidência.

Não pensem que é tarefa fácil. Os números são grandes: somos mais de 135 milhões de eleitores, e votamos em 30.162 urnas espalhadas em um país de 8.511.965 km². Algumas delas tiveram que chegar ao TRE de seu estado de barco. Ainda hoje, pouco mais de 24h depois de encerrado o pleito, uma urna lá do Acre ainda estava a caminho da apuração. Não fossem os obstáculos geográficos, tudo teria sido mais rápido ainda. No Paraná a contagem dos votos foi encerrada antes das 20h.

Em algumas zonas eleitorais, foram testadas as urnas biométricas. O cidadão não precisa de documentos, basta colocar sua digital no leitor ótico e votar. O risco de alguém se passar por outra pessoa é nulo. Elas ainda precisam de alguns ajustes, mas nas próximas eleições, com certeza elas se multiplicarão, até chegarem à totalidade em 2018.

Em suma, as eleições brasileiras são um exemplo para o mundo. Rápidas, eficientes e seguras, fazem qualquer morador da Flórida se sentir iraniano.

Infelizmente, porém, no exercício da democracia os brasileiros não estão assim tão avançados… vide a lista dos políticos eleitos. Mas aí já é outra história.

O lado de cá

Se a contabilidade é rápida, o mesmo não pode se dizer do processo em si. Os eleitores precisam sair de casa munidos de seus documentos, não raro pegar trânsito e ainda padecer na fila da seção eleitoral. E ainda há os imprevistos: polícia prendendo quem faz boca de urna, gente passando mal e, absurdo dos absurdos, gente com dificuldade de locomoção sofrendo e sendo humilhada. Em alguns casos, cadeirantes que chegaram às suas seções foram aconselhados a não votar, recorrendo à justificativa. Pode?

Assim, convido os leitores a viajar na maionese comigo: como vocês fariam para melhorar o dia das eleições para os milhões de votantes?

O desafio é proporcionar simplicidade e segurança ao mesmo tempo. Lembrem-se que não são só os nerds que votam. O tiozinho lá da roça também é cidadão.

O caminho mais óbvio seria o acesso à internet, mas num país onde conexão é luxo, não valeria a pena investir numa alternativa visando o conforto de poucos.

A inclusão digital por celular é muito mais sólida por aqui. Mas nada de aplicativos complicados, nem nada que envolva processo de aprendizagem. Que tal um singelo voto por SMS? Considerando que o mobile paymement já é viável por esse método, porque não nas eleições?

E vocês, o que fariam para facilitar a vida dos eleitores?

(Fonte dos números: TRE e IBGE; Foto: Terra)

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Bia Kunze

Bia Kunze

Ex-colunista

Bia Kunze é consultora e palestrante em tecnologia móvel e novas mídias. Foi colunista no Tecnoblog entre 2009 e 2013, escrevendo sobre temas relacionados a sua área de conhecimento como smartphones e internet. Ela também criou o blog Garota Sem Fio e o podcast PodSemFio. O programa foi um dos vencedores do concurso The Best Of The Blogs, da empresa alemã Deutsche Welle, em 2006.

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