iPhone no limite: gráfico mostra redução em ganho de desempenho de chips

iPhones novos continuam sendo mais rápidos que os antecessores, mas diferença é cada vez menor; ritmo mais lento é sentido por quem troca todo ano

Giovanni Santa Rosa
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
iPhone 13 (Imagem: Divulgação / Apple)

Quem acha que o iPhone 13 não tem muita diferença em relação ao modelo do ano passado tem, no mínimo, um pouco de razão. Pelo menos é o que mostra um gráfico feito pela consultoria Creative Strategies. O carro-chefe da Apple vem tendo aumentos de performance cada vez menores em relação ao antecessor.

O Geekbench 5 Single Core CPU Score é uma pontuação que mede o desempenho de um único núcleo do processador. Esse benchmark foi usado pela Creative Strategies como referência. Em um gráfico, ela mostra os resultados de cada iPhone (as barras em laranja) e a diferença em relação ao antecessor (pontos e linhas em vermelho).

As barras são sempre maiores que as anteriores — afinal, o novo é sempre mais rápido que o anterior. O problema é o quanto ele é mais rápido: essa diferença tem ficado cada vez menor, o que se nota pela trajetória descendente da linha laranja.

Gráfico mostra desempenho do processador do iPhone (barras) e melhoria em comparação com o modelo anterior (pontos e linhas)
Gráfico mostra desempenho do processador (barras) e melhoria em comparação com o modelo anterior (pontos e linhas) (Imagem: Creative Strategies/Reprodução)

Analisando períodos mais longos, dá para notar bem como isso mudou. Do chip A8 do iPhone 6 de 2014 ao A11 do iPhone 8/X de 2017, a pontuação de desempenho cresceu 192%. Do A12 do Xs (2018) ao A15 do 13 (2021), o aumento foi de 91%.

Ritmo mais lento importa para quem troca iPhone todo ano

Do ponto de vista da indústria e da mídia especializada, o ritmo mais lento de melhorias chama a atenção, mas talvez isso não importe tanto para o consumidor.

Câmera dupla do iPhone 13 (Imagem: Divulgação / Apple)
Câmera dupla do iPhone 13 (Imagem: Divulgação / Apple)

A diferença de percepção tem um motivo: a grande maioria não compra o iPhone novo todo ano. Obviamente, tem quem troque de aparelho todo ano ou a cada dois anos, mas esses são a minoria. A Creative Strategies diz que o ciclo de compra mais comum é entre três e quatro anos. 

Com isso, quem tinha um iPhone XS e migrou para o 13 depois de três anos receberá quase o dobro de performance de núcleo único. Desde o iPhone 5s, o salto de desempenho a cada quatro anos foi, em média, de 133%.

Processo de 5 nm do A15 é o mesmo do A14

Um dos motivos para a pequena evolução do A14 para o A15 é o mesmo processo de litografia, de 5 nm. Isso quer dizer que não houve uma evolução no tamanho dos transistores, e isso torna mais difícil colocar mais no mesmo espaço físico.

Sem essa miniaturização, fica complicado aumentar o desempenho. A expectativa é que o A16 do iPhone 14 supere essa barreira.

GPU do iPhone 13 Pro teve aumento expressivo

Se o desempenho de núcleo único da CPU do iPhone 13 não é muito maior que o do iPhone 12, o mesmo não pode ser dito da diferença das unidades de processamento gráfico, as GPUs. 

iPhone 13 (Imagem: Divulgação / Apple)
Cores do iPhone 13 (Imagem: Divulgação / Apple)

Como explica o Macworld, o A15 é quase uma linha de produtos, já que ele é empregado de formas diferentes em cada aparelho. O iPad Mini, por exemplo, tem uma velocidade de clock menor que a dos iPhones. Já o iPhone 13 tem quatro núcleos na GPU, contra cinco do modelo Pro e do tablet.

Por causa dessas diferenças, nos testes do site, a GPU do iPhone 13 Pro teve uma pontuação 51% maior que a do 12 Pro: 14.140 contra 9.322. Já o modelo regular marcou 10.863, um acréscimo de 16% em relação ao 12 Pro.

Outros recursos ganham mais atenção

A Creative Strategies também pondera que a comparação do desempenho de núcleo único não reflete o aparelho como um todo. Como lembra o analista Ben Bajarin, o chip não é o produto da Apple, mas uma parte do iPhone — uma parte importante, é verdade, mas nada além disso.

Assim, mesmo com uma melhora pequena de desempenho por núcleo, a empresa consegue ajustar todo o conjunto e entregar recursos melhores, como duração de bateria mais longa ou novas ferramentas avançadas de captura de foto e vídeo.

Com informações: Creative Strategies, Macworld, 9to5Mac

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.

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