Configurações: básicas, porém detalhadas | Clique para ampliar

O Firefox para Tablets teve sua interface demonstrada no final do mês passado por um dos designers responsáveis em desenhá-la. Essa semana uma prévia dele foi finalmente liberada para download no canal de distribuição Nightly, permitindo que donos de tablets testem o navegador por si mesmos. Foi o que eu fiz, para tentar descobrir a Mozilla oferece de diferente em termos de usabilidade nos tablets. Eis abaixo as minhas impressões iniciais.

Abas, abas, abas

Uma das marcas do Firefox é a navegação por abas, que foi importada para o Firefox Mobile quando ele saiu. Aqui a Mozilla adaptou o navegador para usar de forma mais útil todo o espaço da tela e pelo que vi, ela faz isso muito bem. No modo horizontal é mostrado um painel de abas com uma miniatura selecionável do site aberto e ao final dela fica o botão para criar uma nova aba.

No modo vertical elas ficam escondidas com um ícone ao lado da barra de endereços que acompanha também o número de abas abertas e que mostra as miniaturas na lateral quando é tocado. Em ambos os casos a navegação foi bem rápida e a troca de abas bem suave, embora possa variar de acordo com as especificações de cada tablet (testei com um Galaxy Tab 10.1). Ao final da coluna há um botão para reabrir uma aba que foi fechada recentemente, o que é uma boa para os distraídos.

Outro bom detalhe que eles lembraram de adicionar: um aviso ao sair do navegador e fechar múltiplas abas. Elas não serão recuperadas na próxima vez que o Firefox for aberto, então é bom que esse alerta esteja aí.

Configurações, extensões e plugins

Não há motivo para a Mozilla colocar todas as opções de configurações disponíveis no Firefox para desktop em uma versão para tablets, mas as mais importantes foram migradas. Há a opção de ativar a lista do-not-track, ativar a sincronização, usar uma senha-mestre para impedir que o Firefox seja usado por outras pessoas e até, com a ajuda de uma extensão, mudar o user-agent para fingir para um site qualquer que o navegador é outro.

As extensões disponíveis, aliás, são as mesmas que estão disponíveis para o Firefox no desktop e, portanto, como não foram otimizadas para as versões móveis, podem não funcionar como o esperado. Mas a opção de instalá-las existe e também há como forçar a compatibilidade. Pré-instaladas estão as extensões da Amazon, do Twitter, do Google e da Wikipedia, que permitem a busca direto da barra de endereços, e a extensão de feedback.

Extensões prontas para serem usadas | Clique para ampliar

Já em termos de plugin, a Mozilla não ofereceu muito suporte nessa versão inicial do navegador. Apesar de ter o Flash instalado no Galaxy Tab, ele não foi detectado pelo Firefox, mas acho que devem se preocupar com isso no futuro e quando os demais problemas de compatibilidade estiverem resolvidos.

Sincronização com todo o resto

Assim como é possível começar a navegação do zero, com a ajuda do Firefox Sync também é possível importar dados de outros dispositivos para o Firefox para tablets. E isso inclui não só o histórico e os favoritos como também as abas abertas, preferências e senhas salvas.

Abas abertas no desktop foram sincronizadas | Clique para ampliar

A opção de sincronização é uma faca de dois gumes: ela pode servir tanto para facilitar a navegação do usuário, já que a Awesomebar teria mais informações para mostrar cada vez que um novo endereço fosse digitado, como também pode acabar carregando demais o Firefox com dados inúteis e deixando-o um pouco menos rápido. Depois da sincronização, consegui notar uma redução de performance, mas é provável que ao longo das compilações a Mozilla resolva esse problema.

Para tablets, mas só Android por enquanto

Quando questionados sobre a possibilidade de portar o navegador para outros dispositivos rodando algum outro sistema, a Mozilla foi bem categórica. A assessoria da empresa disse que “devido a restrições de plataforma ou de distribuição”, não veremos uma versão completa do Firefox em plataformas como o Blackberry, Symbian e iOS (esse último conta apenas com o Firefox Home, que é um meio do Firefox Sync funcionar).

Ou seja, mesmo chamado de Firefox para Tablets, o navegador é mesmo o Firefox para Honeycomb. Mas a Mozilla não indicou que está fora do jogo no que diz respeito a tablets com Windows Phone 7 ou com Windows 8. Só que também não confirmou.

Trabalho em progresso

Em suma, o Firefox para Tablet é a pura definição de um work-in-progress. Ele vem com uma interface bacana e também boas funcionalidades, principalmente no que diz respeito a sincronização e privacidade, algo que foi herdado da sua versão para desktop. Mas ele ainda está nos estágios iniciais e precisa ter algumas arestas aparadas no que diz respeito à idiomas, estabilidade e suporte a certos plugins, como o Flash.

O que ele promete, no entanto, é a mesma experiência que os usuários do Firefox já estão acostumados no desktop. E isso é motivo mais do que o suficiente para que todos os donos de tablets com Honeycomb dêem uma chance à ele, nem que seja como navegador secundário. Para isso basta que ativem a instalação de aplicativos de fontes desconhecidas, apontem o navegador para esse link e instalem o Nightly build do Firefox para Tablet. Satisfação garantida ou seus 19 MB de espaço de armazenamento de volta.

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Rafael Silva

Rafael Silva

Ex-autor

Rafael Silva estudou Tecnologia de Redes de Computadores e mora em São Paulo. Como redator, produziu textos sobre smartphones, games, notícias e tecnologia, além de participar dos primeiros podcasts do Tecnoblog. Foi redator no B9 e atualmente é analista de redes sociais no Greenpeace, onde desenvolve estratégias de engajamento, produz roteiros e apresenta o podcast “As Árvores Somos Nozes”.

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