A Symantec apresentou ontem em São Paulo mais um dos relatórios de segurança que contabilizam os números do crimes virtuais no mundo, mostrando dados especificamente sobre o Brasil. Assim como no ano passado, os números são assustadores e indicam que ainda há muita gente caindo nos contos de vigário online. De fato, segundo dados da empresa, 8 de cada 10 brasileiros conectados à internet já foram vítimas de algum crime desse tipo, o que é consideravelmente preocupante.

Maiores ameaças. O relatório indica que com os bandidos acompanham a evolução da internet e passam a atacar pessoas onde elas estão mais concentradas. No último ano os três tipos de crimes que mais fizeram vítimas no mundo foram ataques por infecção de vírus, golpes online e tentativas de phishing. Aqui no Brasil, no entanto, no segundo lugar estão a invasão de perfis em redes sociais, enquanto que o primeiro e segundo lugar se mantém.

Prejuízo financeiro. Pela primeira vez a Symantec levou em conta na sua pesquisa os prejuízos que os crimes causam à economia. Globalmente, dos 24 países em que a empresa fez o relatório, US$ 114 bilhões foram retirados diretamente das vítimas de algum tipo de crime na web ou foram gastos por causa deles. A parcela no brasil é de US$ 15,3 bilhões. Já a conta total dos prejuízos dão conta que ao menos US$ 388 bilhões foram pedidos em 2010 por causa dos crimes virtuais, 100 bilhões a mais do que o valor que circula no mercado negro de maconha, cocaína e heroína juntos.

Maior número de vítimas é homem. Outro dado interessante do relatório diz que os homens acabam sendo vítimas de crimes online com maior frequência do que as mulheres. Em 2010 a pesquisa indicou que 72% dos homens foram vítimas de crimes virtuais, ao passo que 65% das mulheres pesquisadas sofreram desse tipo de golpe. Eles também gastam 4 vezes mais tempo assistindo vídeos adultos do que elas e “namoram online” duas vezes mais também.

Conscientizarão ainda é pouca. Adam Palmer, Líder de Cybersegurança na Norton, diz que “há uma grave desconexão na forma pela qual as pessoas encaram crimes virtuais”. Segundo a pesquisa, o número de adultos que sofreram crimes virtuais foi três vezes maior do que o número de pessoas que foram vítimas de crimes no mundo real. Ainda assim, menos de um terço deles se consideram mais propensos a serem vítimas de algum golpe online e, por isso, são poucos os que se protegem com pacotes de segurança ou trocando suas senhas regularmente.

Falta ação por parte das vítimas. Segundo o relatório, apenas 21% das vítimas reportaram os crime para a polícia. “Computadores não cometem crimes, pessoas comentem”, disse Palmer durante a divulgação do relatório. O consultor trabalha junto de agências governamentais americanas para encontrar e prender os responsáveis pelos crimes virtuais e por isso vê de perto como a falta de denúncias afeta investigações. Ele também enfatizou a necessidade de cooperação entre países ao dizer que “criminosos virtuais não conhecem barreiras, eles ultrapassam fronteiras e por isso as agências responsáveis devem fazer”.

O relatório completo está disponível nesse link.

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Rafael Silva

Rafael Silva

Ex-autor

Rafael Silva estudou Tecnologia de Redes de Computadores e mora em São Paulo. Como redator, produziu textos sobre smartphones, games, notícias e tecnologia, além de participar dos primeiros podcasts do Tecnoblog. Foi redator no B9 e atualmente é analista de redes sociais no Greenpeace, onde desenvolve estratégias de engajamento, produz roteiros e apresenta o podcast “As Árvores Somos Nozes”.

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