Segundo pesquisa do IDC, as vendas globais de Macs cresceram 16,4% no ano de 2009, o que indica uma diferença significativa em relação ao mercado de PCs, que cresceu apenas 2,3% no mesmo período. E isso ocorreu em período de crise financeira, com a Apple se recusando a fazer computadores extremamente baratos, ignorando o boom dos netbooks.

Os analistas avaliam alguns motivos para isso. Muitos criticam os computadores da Apple por serem caros. Opinião mais unânime que essa, apenas a de que os Macs são computadores diferenciados (quer você ache isso bom ou não). Talvez por isso, pequenas diferenças no preço não influenciem tanto os consumidores da Apple: a maioria deles não deixaria de comprar o Mac que queria por estar 100 ou 200 reais mais caro que a concorrente, ao passo que essa diferença provavelmente seria suficiente para fazer um consumidor de PCs trocar, por exemplo, um Acer por um HP e vice-versa. Por isso, cortar preços para combater a crise não faria sentido para a Apple, seria desnecessário até. O analista Charlie Wolf, da Needham & Co., diz que “tais cortes não teriam estimulado muita demanda porque a elasticidade de preços da demanda por Macs — o único produto diferenciado num mar de commodities — é simplesmente baixa demais.” Ter investido num mercado premium que não dá tanta importância a pequenas diferenças de preço, mesmo em um período de crise, portanto, pode ter contribuído para o sucesso da Apple no período.

A outra causa seria o “Halo Effect” gerado pelo iPhone. O Halo Effect (algo como “efeito aura” em português) é o efeito que um produto bem percebido tem sobre os demais produtos da marca. No caso, o sucesso do iPhone cria nos consumidores a imagem de que os computadores produzidos pela mesma empresa também devem ser tão bons quanto o smartphone mais famoso do mundo, e isso aumenta as vendas.

E um terceiro fator que não pode ser ignorado é que, como a Apple ocupa apenas uma pequena parte do mercado, essa baixa saturação gera um cenário mais propício para o crescimento do que para os PCs que já saturam o mercado há tempos.

O maior crescimento da Maçã se deu na Europa, onde também se observa a maior disparidade em relação ao crescimento do mercado como um todo: 38,7% da Apple contra apenas 0,7% do resto do mercado. Veja a tabela comparando o crescimento da Apple com o restante do mercado:

Fonte: IDC. (ROW = Resto do Mundo).

Os segmentos responsáveis por todo esse avanço foram o educacional e o doméstico. Enquanto a venda de PCs para fins de educação caiu 2,5% no ano, a de Macs subiu 15,6%. No mercado doméstico o crescimento foi de 28,8% para a Apple contra 18,1% do resto do mercado.

A Apple fechou o último trimestre com uma venda recorde de 3 milhões de Macs e 7,4 milhões de iPhones. Mesmo este tendo sido o melhor trimestre da história da empresa, os analistas prevêem que o próximo não será muito diferente, com previsão de venda de 2,9 milhões de Macs. [AppleInsider]

Receba mais notícias do Tecnoblog na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Juarez Lencioni Maccarini

Juarez Lencioni Maccarini

Ex-redator

Juarez Lencioni Maccarini é formado em engenharia de computação e trabalhou como autor no Tecnoblog entre 2009 e 2011. Durante sua passagem, produziu reviews e escreveu sobre jogos, softwares e inovação. Também colaborou com a redação do TechTudo (Editora Globo) cobrindo temas relacionados à tecnologia.

Relacionados