Como comprar um smartphone? [Guia & Dicas]

No meio desse mar de opções parece impossível fazer uma escolha acertada; saiba como comprar um smartphone ideal

Melissa Cruz Cossetti
Por
• Atualizado há 1 ano
mobile-phone-pixabay

Chegou a Black Friday, o Natal ou o seu aniversário — ou você quer/precisa — e a missão é escolher um novo celular? No meio desse mar de opções parece impossível fazer uma escolha acertada. O preço sempre acaba falando alto. Mas, antes de comparar valores, vale a pena definir que tipo de aparelho você precisa e concentrar esforços. Veja dicas de como comprar um smartphone ideal para o seu tipo de uso.

Para este guia funcionar, separei cinco tipos de uso (perfis de consumidor) e o que podemos sugerir para cada um deles conforme a nossa experiência com os reviews.

  • Baratinho — se o problema é orçamento, opções de entrada podem funcionar;
  • Fotos — a qualidade da câmera é ingrediente fundamental, senão o principal;
  • Gamer — hardware é tudo, um topo de linha para ninguém botar defeito;
  • Uso comum — redes sociais, mensageiros, fotos simples, sem muitas exigências;
  • Viciados — que ficam conectados 100% do tempo e precisam de muita bateria;

Baratinho 💲

Um celular muito baratinho pode sair caro, principalmente porque você pode ficar insatisfeito com o aparelho e ter que substituí-lo nos próximos meses. Contudo, numa emergência, o preço costuma ser o fator decisivo para tornar viável a compra de um novo smartphone. O importante é observar se o baratinho que está na sua mira é igual ou melhor que o seu atual celular — que quebrou, deu defeito e você precisou trocar.

Escolher um celular aquém do seu uso ou fazer um downgrade vai deixá-lo frustrado. O que faz alguns celulares serem muito mais baratos que outros são as peças usadas na sua construção: processador, memória RAM, câmera e etc. Para baratear os custos, esses itens tendem a ser os mais básicos, resultando num desempenho bem abaixo dos topo de linha.

Android Go 

Para fugir de engasgos, travamentos e outros problemas que você pode vir a ter, uma boa dica é buscar um smartphone com Android GO. O sistema é uma versão otimizada pelo Google para rodar justamente em aparelhos mais modestos, com 1 GB de RAM.

Android Go

Os aplicativos do próprio Google são otimizados e reduzidos para funcionar melhor, como é o caso do YouTube Go, que permite fazer download de vídeos por Wi-Fi para assistí-los offline. Em smartphones com Android Go, a Google Play Store traz uma categoria em batizada de “Otimizados para o seu dispositivo” que mostra quais aplicativos não-Google são voltados para smartphones mais simples, como o Facebook Lite, o Messenger Lite e o Spotify Lite. Esses apps, além de ocuparem menos espaço (a versão Lite do Facebook tem apenas 1,3 MB), gastam menos processamento e dados.

iPhone barato? 

Se tem uma coisa que o iPhone não é, é baratinho. Se você encontrou algum modelo por menos de R$ 1.000, fuja para as montanhas. Você pode estar diante de uma falsificação, de um aparelho usado ou de um modelo muito, mas muito antigo. O iPhone 5C, por exemplo, foi lançado em 2013 (estamos em 2019, são seis anos de defasagem), o iPhone 5 em 2012.

Um aparelho tão antigo não terá suporte à versão mais atualizada do iOS. O iOS 13, por exemplo, está disponível a partir do iPhone 6s e iPhone SE, lançados em 2015 e 2016. Mesmo esses já estão com os dias contados, pois não devem receber o próximo iOS 14.

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Mercado cinza 

Outra questão comum é encontrar celulares intermediários a preço de smartphones de entrada no chamado “mercado cinza”. Geralmente, isso acontece com marcas chinesas, telefones refurbished (recondicionados, reembalados ou consertados) e/ou importados por baixo dos panos. Isso quer dizer que esses aparelhos, por não serem homologados ou vendidos por empresas com representação nacional, podem não ter cobertura prevista na garantia ou nenhum local de reparos por parte do fabricante no Brasil.  

Em casos mais graves, celulares piratas — que não possuem um número IMEI cadastrado no banco de dados da GSMA, uma associação global de operadoras — podem ser bloqueados pela Anatel. Não confunda com qualquer smartphone importado, porém. Dispositivos que foram homologados em outro país e estão cadastrados em um banco de dados global (IMEI DB) não serão bloqueados; mas é sempre bom conferir.

Portanto, procure sempre lojas confiáveis, peça a sua nota fiscal e foque em marcas conhecidas. Isso evita maiores dores de cabeça já que o seu objetivo é gastar pouco.

Smartphones de entrada:

Uso comum 🤳🏽

O usuário médio que vai se planejar para comprar um novo smartphone já pode se dar ao luxo de buscar algo melhor que os baratinhos de entrada. Se o seu objetivo é só usar redes sociais, tirar algumas fotos e você não for muito exigente — dispensando jogos pesados no Android — pode optar pelo que chamamos de intermediários básicos. 

Samsung Galaxy A50

São aparelhos superiores aos de entrada (de 32 GB a 64 GB de armazenamento interno, frente aos 16 GB dos baratinhos, com memória RAM superior a 1 GB), mas que não disputam em qualidade com intermediários premium ou mesmo os topo de linha. De todo modo, é um upgrade aos modelos muito baratos, e são vendidos por até R$ 1,5 mil.

Smartphones intermediários:

Viciados 🔋

Se você não fica distante do celular e a tela do aparelho não apaga um minuto sequer, você pode ser um viciado em smartphone. E, para sustentar o seu vício, precisa de um telefone que acompanhe o seu ritmo. Além de bom desempenho — estamos falando aqui de intermediários-premium e topos de linha — precisa de uma bateria que aguente o dia todo (ou pelo menos o tempo que você passa fora de casa) sem chorar pelo carregador.

Huawei P30 Pro

Além de uma combinação potente de processador e memória RAM (para conseguir operar tudo o que você precisa sem fazê-lo esperar), é bom pensar em uma bateria a partir de 4000 mAh e/ou desempenho otimizado para reduzir o consumo de energia, como é o caso do iPhone 11 Pro Max que tem 3.969 mAh e oferece ótima duração.

Há modelos Android com mais de 5.000 mAh de bateria e outros oferecem capinhas com powerbank embutido. A Energizer lançou o Power Max P18K Pop no Indiegogo, um tijolão que rodava Android e oferecia 18.000 mAh de bateria, mas ele não vingou. 

Smartphones intermediários e topo de linha:

Gamer 👾

Você ama jogar e o smartphone é o seu console — você não pode conviver com lag, principalmente se jogar no 4G. Há diversos aparelhos gamers por aí, e tudo que eles oferecem é um hardware potente, que você encontra também em smartphones não-gamer de fabricantes com linhas high end. O que ambos têm em comum? O preço nas alturas. 

rog phone ii

De linha gamer, no Brasil, você vai encontrar importados o ROG Phone II, da Asus, Black Shark 2, da Xiaomi, Razer Phone 2/2018, (o 3 foi cancelado) e até o Huawei Honor Play, uma versão mais barata e gamer dos chineses. Entretanto, como poucos dos smartphones gamers deram as caras por aqui, vale investir no topo de linha de fabricantes já consagradas, com ótimos processadores, muita memória RAM e bateria.

Smartphones topo de linha ou gamer:

Fotografia 📸

Se ama fotografar ou mesmo faz isso profissionalmente, ficar por dentro do sensores da câmera do seu novo smartphone é imperativo. Nós já explicamos por que os celulares novos tem tantas câmeras e é por causa disso que você precisa ficar atento ao kit de câmera dupla, tripla, quádrupla (ou sabe lá o limite disso, o Nokia 9 PureView tem 5 câmeras, só na traseira). Que tipo de lente eu gosto de usar? Adoro tirar selfies? Prefiro focar na câmera traseira? Não dispenso o modo retrato (lente ou software)?.

Parece impossível chegar a consenso, mas com paciência e lendo os reviews você vai fazer a melhor escolha, com certeza. Uma dica é acompanhar os rankings de melhores câmeras em celulares do DxOMark Mobile. Os aparelhos são rankeados por pontuação para câmeras frontais (de selfie) e também para o kit de lentes traseiras. Você pode se surpreender com os resultados, geralmente a Huawei fica acima da Apple no quesito.

Além da qualidade das câmeras, é importante focar em outros recursos relacionados como presença de modo noturno, filmagem em 4K (frontal e/ou traseira), lentes wide, ultra-wide, telefoto, macro, monocromática e qual processo o smartphone usa para processar o modo retrato efeito bokeh (se por lentes ópticas, por software ou uma combinação de ambos).

Por último e não menos importante, ter uma câmera incrível não significa exatamente comprar o smartphone mais caro. As fabricantes costumam dividir seus topos de linha em níveis cuja melhoria é na quantidade de memória RAM, espaço de armazenamento e processador. A câmera costuma ser a mesma em toda a linha Galaxy S e no iPhone.

Observe as especificações e atente se a câmera do modelo mais caro (Pro, Max e etc.) é igual ou similar a do modelo mais barato da linha premium. Se for, você não precisa ir logo no aparelho mais custoso e optar por um mais em conta, mantendo a câmera.

Smartphones premium de entrada ou topos de linha:

P2 ou não, eis a questão… 🎧

Dispensar um celular só porque não tem uma entrada P2 (3.5mm) pode ser uma bobagem. Principalmente porque a maioria deles vem com o adaptador P2/USB-C dentro da caixa. A remoção do P2 já é realidade nos topos de linha, mas os intermediários ainda o possuem.

Além disso, há fones de ouvido sem fios a preços bastante justos que podem ser seus novos melhores amigos, dispensando de uma vez por todas a necessidade do plugue.

Asus Zenfone 5Z

Smartphones com P2, ainda:

Desempenho 💯

Como medir o desempenho de um celular? Essa pergunta pode ser respondida observando a numeração no nome do processador. Você vai encontrar aparelhos com Snapdragon (Qualcomm), Exynos (Samsung), Kirin (Huawei) e Helio (MediaTek).

O lançamento mais recente da Qualcomm é o Snapdragon 855, que tem melhor desempenho que o 820 e 660. Assim também com os outros fabricantes.

Snapdragon 855

Mas, e quando a comparação em entre processadores de marcas diferentes — e/ou incluem o iPhone, da Apple, que usa atualmente o A12 Bionic? Aí precisamos olhar para os testes de desempenho realizados por sites especializados. O Tecnoblog está sempre atualizando o leitor sobre os rankings, mas você pode conferir quem ganha de quem no Geekbench Browser. Todos os processadores são rankeados por uma pontuação.

Alguns aparelhos são excluídos do gráfico de referência por trapacearem no teste ou usar o que o Geekbench chama de um “modo de benchmark artificial”, o que leva a resultados de benchmark que não correspondem ao desempenho no mundo real.

Quanto você está disposto a gastar? 💸

Se você ficou em dúvida entre alguns modelos, o preço pode ser o diferencial. Algumas lojas e fabricantes fazem promoções periódicas e isso pode ser decisivo para você encontrar entre um e outro. Se o smartphone que você realmente quer ficou acima do seu orçamento, tente acompanhar a flutuação do preço com o Assistente de Compras do Tecnoblog. Outra dica é conseguir cupons de desconto e ficar ligado nas liquidações de última hora, datas temáticas: Dia das Mães, dos Pais, Natal e, claro, a Black Friday.

Se ainda assim o valor está distante do que você pode pagar, considere listar as suas prioridades e ver quais das características do smartphone mais caro você poderia dispensar — resultando nas especificações de um modelo mais barato. Ou, ainda, tentar juntar um pouco mais de dinheiro até chegar no orçamento ideal para comprar aquele seu desejo.

Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Preço de lançamento 💹

Fique de olho no preço de lançamento dos celulares — assim como nada data em que eles chegaram ao mercado brasileiro. Dificilmente, smartphones recém lançados terão uma queda de preço violenta nos dois primeiros meses. Depois disso, há descontos graduais e o Assistente de Compras pode revelar se essa é a melhor hora de comprar.

De que ano é o celular?

Para encerrar, é bom ter cuidado para não levar gato por lebre. Um topo de linha com um a dois anos de idade ainda é um bom celular, mas está longe de ainda ser um topo de linha no ano corrente. Linhas famosas como Galaxy S, iPhone, Moto G e outras renovam seus aparelhos anualmente.

O preço baixo de um aparelho que já foi um topo de linha é apenas um preço justo para quem já foi o melhor da categoria, não mais. Pesquise qual foi a data de lançamento do celular e avalie se, pelo mesmo preço, você consegue algo mais atual e também durável.

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Melissa Cruz Cossetti

Melissa Cruz Cossetti

Ex-editora

Melissa Cruz Cossetti é jornalista formada pela UERJ, professora de marketing digital e especialista em SEO. Em 2016 recebeu o prêmio de Segurança da Informação da ESET, em 2017 foi vencedora do prêmio Comunique-se de Tecnologia. No Tecnoblog, foi editora do TB Responde entre 2018 e 2021, orientando a produção de conteúdo e coordenando a equipe de analistas, autores e colaboradores.

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