Em demonstrações para a imprensa, Claro e outras operadoras brasileiras exibiram com orgulho as velocidades atingidas por suas redes 4G experimentais: em alguns casos, as taxas de download ultrapassaram 50 Mbps. Mas, num cenário ideal, será que é possível atingir velocidades ainda maiores? Sim: a Nokia Siemens fez testes com equipamentos profissionais e chegou ao recorde mundial de 1,6 Gbps.
A velocidade foi atingida com o 4G TD-LTE, uma variante do LTE, durante uma demonstração realizada no laboratório da companhia em Illinois, nos EUA. A empresa utilizou um aparelho chamado Multiradio Flexi Base Station 10 para enviar e receber dados simultaneamente.
O TD-LTE foi implantado na Índia e no Oriente Médio, e já está sendo estudado pela americana Clearwire e pela China Mobile. Diferentemente do LTE tradicional, no TD-LTE o envio e o recebimento de dados são feitos no mesmo canal — em 24 segundos, a Nokia Siemens conseguiu, simultaneamente, baixar um arquivo de 3 GB e enviar 1,7 GB de dados.
Obviamente não foi fácil atingir 1,6 Gbps, e é improvável que uma operadora brasileira forneça isso tão cedo. A Nokia Siemens utilizou seu próprio espectro de 60 MHz, mas Claro e Vivo, as operadoras que conseguiram os melhores lotes no leilão da Anatel em junho, têm espectro de 20+20 MHz. Além disso, por ser uma rede particular da Nokia Siemens, não há influência de fatores externos.
Celulares com TD-LTE usam mais antenas: são quatro, contra dois de um aparelho com o LTE atual. Mas a Nokia Siemens propõe um aumento para oito antenas, o que permitiria o recebimento de dados de múltiplas fontes. Hoje, seu aparelho se conecta com uma única torre; com essa configuração, seria possível se conectar a um grupo de torres, o que tornaria a conexão mais estável. O problema é que, se já está difícil colocar quatro antenas num dispositivo móvel, oito seria um desafio ainda maior. Exceto se você não se importar em carregar um tijolo no bolso.
Com informações: GigaOM.