Lado negro da força: serviços clones reproduzem boas ideias

Vale do Silício europeu está cheio dos copycats

Ana Freitas
Por
• Atualizado há 1 semana

De Berlim, na Alemanha – Na última coluna, tentei explicar a efervescência do cenário de empreendedorismo digital aqui por estas bandas. Hoje, vou falar do outro lado desse caldeirão de criatividade que é essa cidade: as startups copycats, iniciativas empreendedoras que copiam descaradamente ideias – geralmente americanas – que deram certo.

Antes mesmo do Pinterest ganhar espaço no Brasil, sua versão berlinense Pinspire já tentava conquistar blogueiras brasileiras sugerindo parcerias. Sim, eles são rápidos. E o modelo de negócio é quase predatório: um grupo de investidores identifica uma ideia que está indo bem no mercado norte-americano, rapidamente reúne um time capacitado para replicá-lo e conquista um grande mercado onde esse produto ainda não está, surfando na onda da ideia original.

O objetivo? Vender a empresa por milhões – muitas vezes, ao dono da ideia original!

Pinspire: parece, mas não é o Pinterest
Pinspire: parece, mas não é o Pinterest

GroupOn, AirBnB, Amazon. Estes são só um dos nomes copiados pela Rocket Internet, uma aceleradora de startups nascida em Berlim e que  que propaga exatamente esse modelo de negócio que eu descrevi aqui em cima. Têm escritório no Brasil e financiam, entre outros, a Dafiti.

Em sua defesa, eles argumentam que a ideia não é a parte principal de um negócio e que a execução é mais importante. Os críticos, que são muitos – inclusive outros empresários que empreendem com ideias originais aqui em Berlim – dizem que falta ética e não querem que Berlim fique conhecida como a “capital digital das cópias”. Aliás, Moscou é outra cidade que está desenvolvendo fama semelhante.

E se você está se perguntando porque nenhuma empresa tomou nenhuma atitude judicial contra seus “clones” menores, a resposta é simples: é muito difícil e caro processar internacionalmente, ainda mais quando você é uma startup com pouco dinheiro.

Essas cópias nunca são lançadas no mesmo mercado da original. Elas só reproduzem o conceito em um mercado menor, geralmente mais barato, e aproveitam pra fazer dinheiro em cima do hype.

O que você acha? Concorda que mais esperto é aquele que executa a ideia e que ideias não têm dono; ou acredita que falta ética pra alguns empresários berlinenses?

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