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Esqueça tudo o que você conhece sobre o design do iOS. É que no iOS 7 a Apple promete revolucionar a interface dos seus dispositivos móveis. Com um padrão um tanto quanto polêmico, há quem tenha odiado o novo estilo como tem gente que adorou a nova interface. Colocamos as mãos no beta 2 do iOS 7 em um iPad 2. Confira.

Ficou tudo “flat”

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Veja bem. Olhe, ícone por ícone. Isso é completamente diferente do iOS 6 e de todas as outras versões anteriores. Gosto é algo bem pessoal, mas eu confesso que gostei bastante dessa nova identidade visual do iOS. O antigo ícone do FaceTime cedeu lugar a algo melhor do que era, bem como o aplicativo de mapas, que ficou bem menos poluído que o ícone anterior. Digo exatamente o mesmo para o Photo Booth, que achei bem melhor.

Mas é claro que não é possível gostar de tudo: o ícone do aplicativo de fotos (que lembra até o ícone do Snapseed, só que com um pouco mais de cores) não mostra claramente que tocando ali você irá encontrar suas… fotos. O ícone do Safari também ficou muito esquisito, e prefiro nem comentar sobre o ícone do Game Center.

Atente para o fato de que não existe uma página à direita dos aplicativos que te leva até a busca do Spotlight. Agora, para buscar no iOS, é necessário deslizar o dedo de cima para baixo na tela de aplicativos. Para abrir a Central de Notificações, o gesto continua o mesmo da versão anterior: basta puxar com o dedo de cima para baixo, na área do relógio.

Algo que também recebeu mudanças é a visualização de pastas de aplicativo. Ao abrir uma pasta, ela fica totalmente em evidência, ao contrário da versão anterior. As novas pastas não têm limite de aplicativo (no iOS 6 eram até 20 aplicativos no iPad), mas só exibem 9 ícones de cada vez.

Aplicativos nativos

Diga adeus ao skeumorfismo encontrado no iOS 6 e suas versões anteriores. As mudanças de estilo mais impressionantes se encontram no Calendário e no Notas: bem simples, tudo com uma cor só e com destaque maior para as informações. Uma mudança muito bem-vinda foi a da fonte Helvetica no Notas, que tem leitura bem confortável quando comparado com a fonte anterior.

O Lembretes também recebeu suas mudanças, assim como o Safari, que dessa vez traz novos recursos como a barra de endereços unificada com a barra de buscas (finalmente!), visualização de abas como se fossem cadernos de jornais (similar ao do Chrome para dispositivos móveis) e uma nova forma de visualização dos favoritos.

Câmera aprimorada

Agora a câmera conta com um novo modo de captura: além do tradicional vídeo e foto, existe o modo quadrado, que nada mais é do que… tirar uma foto em um quadrado. É possível aplicar filtros às fotos e compartilhar tudo através das redes sociais.

Ao menos no iOS para iPad, senti falta da opção de ver as últimas fotos tiradas direto da câmera. Isso é chato porque para visualizar uma captura de fotos recentes é necessário fechar a câmera, abrir o Fotos e encontrar a foto para então vê-la. Espero que a Apple corrija isso nos próximos betas e traga esse recurso de volta.

Central de Notificações, Central de Ajustes e multitarefa melhorado

A Central de Notificações agora ocupa a tela inteira e pode ser acessada diretamente da tela de bloqueio, mesmo que exista um bloqueio com senha – se você não gostou disso, acalme-se: isso é configurável. Um recurso já presente no iOS 6 e que foi removido no iOS 7 é a caixa de compartilhamento rápido no Twitter e Facebook. Caramba, isso pode fazer muita falta. Mas como é um beta, é perfeitamente possível que isso mude até a versão final.

Central de notificações no iOS 7: ocupa a tela inteira no iPad.
Central de notificações no iOS 7: ocupa a tela inteira no iPad.

Diversos usuários do iOS sentiam falta de uma forma de controle rápido do seu dispositivo, algo que facilite a tarefa de ativar e desativar conexões Wi-Fi e Bluetooth, por exemplo. Isso já é real no iOS 7: basta deslizar da borda inferior de baixo para cima para abrir a Central de Ajustes, um menu com essas opções e outras demais como rápido acesso ao alarme, controle de música, volume, brilho e orientação de tela. Isso varia de acordo com o dispositivo: no iPhone, por exemplo, existe um atalho para a Calculadora e uma opção que permite utilizar o flash do smartphone como lanterna.

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Aliás, os controles de música, orientação de tela e brilho migraram para a Central de Ajustes porque o multitarefa do iOS 7 também ficou diferente. Agora ocupa a tela inteira e traz um preview da última tela do aplicativo. Mas o maior passo não diz respeito a design, mas sim sobre todo o sistema. É que no iOS 7 o mulitarefa passou a permitir que aplicativos de terceiros continuem rodando em segundo plano. Isso pode ser bom e ruim ao mesmo tempo, uma vez que aplicativos poderão explorar a novidade para trazer novas funcionalidades, mas ao mesmo tempo o consumo de energia pode ser bem maior que antes.

iTunes Radio

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O recurso só está disponível para quem utiliza conta americana na iTunes Store, mas não pude deixar de experimentar o serviço. Traduzido para português como Rádio iTunes, o serviço pode ser utilizado para descobrir novas músicas e criar estações de rádio baseado no que você gosta. Se você gostou de uma música, é possível comprá-la para a sua biblioteca dali mesmo. 

O iTunes Radio é gratuito, mas tem propagandas. Se você quiser se livrar das propagandas, basta fazer a assinatura do iTunes Match, que custa US$ 24 por ano.

Pequenos grandiosos detalhes

  • Fiquei bastante surpreso que o efeito Parallax (algo que usa o acelerômetro do dispositivo para dar uma sensação de profundidade do papel de parede em relação aos ícones) está ativo no iOS 7 para iPad 2;
  • Como nem todos os aplicativos estão adaptados ao iOS 7 (na verdade nenhum aplicativo de terceiro que instalei até agora já está adaptado), há uma espécie de fragmentação de interface. Nos aplicativos de sistema, por exemplo, já é possível utilizar o novo teclado do iOS, mas ao abrir o Facebook ou qualquer outro aplicativo, o teclado é o mesmo da versão antiga;
  • O modo “Moldura” sumiu da tela de bloqueio do iPad, mas um atalho de acesso rápido à câmera passou a existir por lá;
  • O indicador de sinal de celular deixou de exibir torres para dar lugar a bolinhas. Não gostei;
  • O iOS 7 conta também com o AirDrop, que é um recurso de compartilhamento de imagens, links e demais conteúdos por meio de conexões Wi-Fi ou Bluetooth. Só que o padrão só está disponível para os dispositivos de última geração (iPad de quarta geração, iPad mini, iPhone 5 e iPod touch de quinta geração);
  • No beta 1 do iOS 7, o iPhone veio sem o gravador de voz. Isso já foi corrigido no beta 2.
  • A Banca agora se porta como um aplicativo. O bom disso é que tem jeito de escondê-la numa pasta qualquer.

Muito caminho pela frente

O iOS 7 ainda é um beta, está cheio de erros e até com certa razão. Muita coisa pode mudar até o lançamento da versão final do sistema. Preciso falar que o dispositivo que testei é um iPad 2, que dentre os iPads suportados é o mais modelo velho. Não notei lentidão maior no uso do sistema em relação ao antigo iOS 6, mas é claro que isso também pode mudar ao longo do tempo.

Bug durante a alternância de aplicativos no iOS 7. Isso é normal.
Bug durante a alternância de aplicativos no iOS 7. Isso é normal.

Como se trata de uma versão de testes, a Apple ainda tem muito caminho pela frente. E cabe a nós aguardarmos o lançamento da versão final: não faz sentido que algum usuário que não seja um desenvolvedor atualize o sistema apenas para brincar. O iOS 7 ainda não está pronto.

A nova versão do iOS estará disponível para todos no último trimestre do ano. Ele poderá ser instalado no iPhone 4 e posteriores, iPod Touch de quinta geração, iPad mini, iPad 2 e modelos mais novos.

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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