Kobo Aura HD é um e-reader com tela impressionante

Leitor de ebooks tem tela de 6,8 polegadas e resolução de 1440x1080 pixels.
Kobo Aura HD começa a ser vendido no dia 15 de julho, por 659 reais.

Paulo Higa
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• Atualizado há 11 meses
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Em parceria com a Livraria Cultura, a canadense Kobo vai lançar o Aura HD, um leitor de ebooks que chega ao Brasil no dia 15 de julho. Com preço sugerido de 659 reais, ele é divulgado como o único e-reader premium do mercado, contando com tela de 6,8 polegadas e resolução de 1440×1080 pixels, a maior disponível atualmente neste tipo de dispositivo.

O Kobo Aura HD é um bom e-reader? E o mais importante: o custo adicional em relação aos concorrentes Kindle Paperwhite e Kobo Glo, que custam 479 reais no Brasil, realmente vale a pena? Descubra isso nos próximos parágrafos.

A traseira do Kobo Aura HD é diferente
A traseira do Kobo Aura HD é diferente
Até o cabo USB é caprichado
Até o cabo USB é caprichado

Ao tirar o Kobo Aura HD da caixa pela primeira vez, é claro que o design chama bastante a atenção. Apesar de possuir um botão vermelho de gosto questionável na parte superior, ele é um e-reader muito bonito. As belas reentrâncias na traseira não possuem apenas função cosmética: elas também melhoram a pegada do aparelho.

Deslize o botão vermelho para ligar o e-reader
Deslize o botão vermelho para ligar o e-reader

Toda a navegação é feita através de comandos de toque, então não há botão para acessar o menu ou avançar páginas. Na parte superior, há um botão Power, que liga o Kobo Aura HD quando deslizado para a direita, um LED de atividade e um botão que ativa a iluminação da tela. Embaixo, é possível encontrar a porta microUSB e uma entrada para cartões de memória.

4 GB provavelmente serão mais que suficientes para você, mas há uma entrada para cartão microSD também
4 GB provavelmente serão mais que suficientes para você, mas há uma entrada para cartão microSD também

Diferentemente do Kindle Paperwhite, no Kobo Aura HD é possível desligar totalmente a iluminação da tela. O brilho é uniforme e não possui um problema apontado por alguns usuários do Kobo Glo: a luz não apresenta coloração levemente azulada, ela é realmente branca. A iluminação embutida é especialmente útil para ler no escuro ou neutralizar reflexos em ambientes muito claros.

Mas não dá para deixar de falar da tela: sim, ela é muito boa. Com definição de 265 pixels por polegada, a leitura fica bastante confortável e mesmo fontes muito pequenas continuam legíveis. O contraste é satisfatório e a nitidez em imagens é boa. E como estamos falando de uma tela de e-ink, que não joga luz diretamente para a cara do usuário, é possível ler durante horas sem cansar a vista.

Escuridão total, com a iluminação em 100%
Escuridão total, com a iluminação em 100%

Durante a leitura, é possível marcar trechos e escrever notas em texto, que são sincronizadas com os servidores da Kobo. Assim, é possível começar a leitura no Kobo Aura HD e continuar no iPad, através do aplicativo da Kobo, mantendo o acesso às anotações. Além disso, dá para consultar a definição de palavras com um toque, através de dicionários que podem ser instalados facilmente nas configurações do sistema.

Há várias opções de personalização: são dez tipos de fontes disponíveis em diversos tamanhos. É possível configurar o espaçamento entre linhas, as margens do texto e até deixar o texto justificado, caso o ebook original não esteja dessa forma. Nas configurações avançadas, há inclusive uma opção para ajustar a nitidez das letras.

Reading Life mostra estatísticas de leitura
Reading Life mostra estatísticas de leitura

No software, temos alguns diferenciais bacanas. O recurso chamado Reading Life mostra estatísticas de leitura, como o total de viradas de página, o tempo gasto para ler os livros e a porcentagem de ebooks completados. O Kobo Aura HD também desbloqueia algumas conquistas quando você ler em determinados horários, compartilhar o que está lendo no Facebook ou usar pela primeira vez alguns recursos. Isso está longe de ser algo essencial, mas torna a leitura mais divertida.

Nas configurações do sistema, o menu Extras exibe algumas funções interessantes: há joguinhos de Xadrez, Paciência e Sudoku para passar o tempo, além de um navegador experimental e um aplicativo simples para fazer rabiscos.

Joguinhos!
Joguinhos!

A Kobo diz ter colocado um processador de 1 GHz que, segundo ela, é 20% mais rápido que outros e-readers. Só que toda essa potência não se traduz em desempenho adicional: na verdade, o software do Aura HD é estranhamente lento, especialmente em relação ao Kindle Paperwhite.

Mudar o tamanho ou espaçamento da fonte é uma tarefa longe de ser fluida como no e-reader da Amazon. Em certas ocasiões, livros demoram mais que o normal para serem abertos. Além disso, a seleção de textos não responde muito bem aos toques do dedo, o que ocasionalmente gera marcações erradas.

Alterar a fonte não é uma tarefa muito agradável
Alterar a fonte não é uma tarefa muito agradável

Em vez de colocar tamanhos de fontes pré-definidos, a Kobo optou por inserir um seletor deslizante, que suporta até 24 tamanhos diferentes. O problema disso é que, apesar de dar mais liberdade ao usuário, você nunca sabe exatamente o quanto precisa deslizar o dedo para deixar a fonte no tamanho desejado.

Talvez os problemas de desempenho estejam relacionados à resolução da tela, que é maior e portanto exige mais processamento, ou pela tecnologia sensível ao toque, que é diferente do que estamos acostumados: em vez de usar uma tela resistiva ou capacitiva, o Kobo Aura HD possui um touchscreen que funciona através de infravermelho.

É claro que esses inconvenientes não devem prejudicar a leitura de livros, mas fica a impressão de que a Kobo ainda precisa otimizar seu sistema para deixá-lo mais rápido e estável.

Vale a pena?

Kobo fez um bom e-reader, mas cobra caro por isso
Kobo fez um bom e-reader, mas cobra caro por isso

Não.

Ok, vamos melhorar essa resposta. O Kobo Aura HD não é ruim. Na verdade, ele é um excelente e-reader. A definição da tela é absurdamente boa, a iluminação ajuda a ler no escuro sem incomodar os olhos, o design é muito bonito e o suporte a diversos formatos de arquivos, incluindo ePUB e quadrinhos, é um belo ponto positivo em relação ao concorrente da Amazon.

Só que ele é muito caro para a maioria de nós. Não faz sentido gastar 659 reais num e-reader quando há opções mais acessíveis que fazem praticamente a mesma coisa. Um leitor de livros digitais foi feito apenas para isso: ler livros digitais. Não há muito o que inovar neles. Isso significa que, a partir de certo ponto, as melhorias não são muito relevantes. E o Kobo Aura HD passa desse ponto.

Kindle Paperwhite e Kobo Glo também possuem iluminação integrada e tela com definição mais que satisfatória para ler livros, custando 479 reais. Para quem não costuma ler no escuro ou não se importa em ligar o abajur, há alternativas ainda mais baratas no Brasil: Kobo Touch (R$ 349), Kobo Mini (R$ 259) e Kindle (R$ 299).

Portanto, o Kobo Aura HD é um dispositivo para quem realmente gosta de ler livros e faz questão de ter a melhor tela disponível atualmente num leitor de livros digitais. Para todo o resto, há e-readers com melhor relação custo-benefício.

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Especificações técnicas

  • Bateria: até dois meses de duração.
  • Conectividade: Wi-Fi 802.11 b/g/n e microUSB.
  • Dimensões: 175,7 x 128,3 x 11,7 mm.
  • Formatos: ePUB, PDF, Mobi, imagens (JPEG, GIF, PNG e TIFF), texto (TXT, HTML, XHTML e RTF) e quadrinhos (CBZ e CBR).
  • Memória interna: 4 GB (3,17 GB disponíveis para o usuário).
  • Memória externa: suporte a cartão microSD de até 32 GB.
  • Peso: 240 gramas.
  • Processador: 1 GHz.
  • Tela: e-ink 6,8 polegadas com resolução de 1440×1080 pixels e iluminação integrada.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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