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Quando pensamos em um laboratório, imediatamente nos vem à cabeça um lugar trancado a sete chaves, onde pessoas com óculos de proteção, jalecos e béqueres fumegantes passam o dia. Imagine qual foi minha surpresa ao ser convidada para conhecer o laboratório da Qualcomm no Brasil e encontrar uma sala pequena com duas bancadas e pessoas “normais” trabalhando nela.

Essa sala fica em um dos vários andares que a Qualcomm ocupa em um prédio na Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, em São Paulo. É nele que fica o escritório da empresa, que administra as operações no resto da América do Sul, tanto no suporte aos parceiros e aos consumidores quanto no marketing.

A Qualcomm ajuda, por exemplo, no treinamento de pessoal para os parceiros locais – CCE, Philco, Positivo, entre outras. Também auxilia os mundiais – Samsung, LG, Nokia, etc. – na adequação ao mercado sul-americano e suas demandas.

Conhecida pelos processadores de smartphones e tablets, a Qualcomm atua também em software: a empresa tem uma equipe que dá todo o apoio para desenvolvedores de aplicativos brasileiros criarem apps que farão parte do dia a dia do consumidor final.

Essa é uma das funções do laboratório. Por exemplo, é possível testar os aplicativos em relação ao consumo de energia; se é muito alto, é preciso estudar uma maneira de diminuir isso. Afinal, se um aplicativo detona a bateria do seu celular, você dificilmente ficará com ele instalado e a empresa perde um cliente.

Ligada a um smartphone de referência da Qualcomm, a máquina abaixo permite iniciar o aparelho como se a bateria estivesse conectada e monitora o uso ao longo do tempo em um gráfico que é relativamente fácil de entender. Pelo menos, com alguém explicando. Na imagem, a oscilação mostra como oscila o gasto de energia quando o smartphone está sendo ligado.

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Também foram demonstrados alguns dos aplicativos criados com o SDK Vuforia, plataforma de desenvolvimento de apps com realidade aumentada da Qualcomm. Como essa foi a parte mais “palpável” da visita – no laboratório, os engenheiros explicaram de uma maneira simplificada como as coisas funcionam, mas vimos poucas em ação – , foi provavelmente a mais impressionante.

Desde aplicativos que criam jogos em qualquer superfície a capas de revista animadas, o que chamou a atenção aqui foi a precisão nos detalhes, já que a realidade aumentada em si está entre nós há algum tempo. A visão em 360 graus de um carro, com mudanças na iluminação e demonstração da aerodinâmica de acordo com cada velocidade, é muito bem feita.

Voltando ao laboratório, cerca de 12 profissionais trabalham na área de suporte. Nada é fabricado ali. Aliás, nada é fabricado pela Qualcomm; a empresa trabalha no desenvolvimento das tecnologias, mas terceiriza essa etapa para outras fabricantes.

No laboratório de São Paulo, a maioria dos equipamentos funciona na simulação de redes telefônicas; são callboxes. Uma situação de uso que foi exemplificada é no caso de operadoras que experienciem problemas na rede; a Qualcomm tem condições de simular uma no laboratório, um ambiente controlado, e ajudar na investigação.

Outro aparelho que chamou atenção é o que mede a temperatura dos gadgets. Nem tanto pelo uso, mas por vê-lo em ação: na tela de exibição, tudo fica roxo. O celular utilizado para demonstrar fica delimitado pela cor laranja e a localização do processador, que é mais quente, amarelo. E a imagem mostrada muda instantaneamente de acordo com a temperatura do alvo.

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Há cerca de um ano em funcionamento, o laboratório da Qualcomm já está pequeno para a sala; a empresa deve ir, em breve, para outro prédio, onde poderá ampliar sua área.

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Giovana Penatti

Giovana Penatti

Ex-editora

Giovana Penatti é jornalista formada pela Unesp e foi editora no Tecnoblog entre 2013 e 2014. Escreveu sobre inovação, produtos, crowdfunding e cobriu eventos nacionais e internacionais. Em 2009, foi vencedora do prêmio Rumos do Jornalismo Cultural, do Itaú. É especialista em marketing de conteúdo e comunicação corporativa.

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