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Diablo III foi lançado em maio de 2012 para PC, após anos e anos de espera. Não vou mentir diante do medo de retaliações: apesar de ter sido lançado com algumas falhas, passei muitas horas jogando o game. MUITAS. HORAS. Mesmo. Diante disso – e do fato de nunca na vida ter jogado algo da Blizzard num console – minha primeira reação ao ouvir o anúncio de Diablo III para Xbox 360 e PlayStation 3 foi de absoluta incredulidade e confesso ter rolado até um facepalm.

Mas a vida, caros, é mesmo uma caixinha de surpresas. Ao entrar na sala de testes da Blizzard Brasil, corri para o controle do PS3, que pelo menos já era meu velho conhecido. Estralei os dedos, escolhi o também já conhecido Bárbaro e fui desbravar New Tristram.

Se Diablo III foi aguardado pelo público hardcore, sua versão para consoles deixa um pouco de lado a coisa “serious business” da edição original. Com um design bastante fluido, típico das interfaces pra videogames, dá pra perceber já na demonstração do multiplayer que o jogo foi cuidadosamente reescrito para os consoles, adquirindo um tom mais casual.

Toda a minuciosidade já vista em Diablo, as horas despendidas para descobrir uma build que funcione, os itens que lotam o stash e te fazem voltar a cada minuto pra descarregar na cidade… Esqueça disso. A dinâmica do jogo é outra, onde o loot fica pra quem pegar primeiro e todo o ouro é dividido assim que algum membro da party o recebe. É tudo mais ágil e, talvez numa tentativa de ilustrar essa nova dinâmica, foi adicionada aos personagens uma esquiva de rolamento, o que me fez lembrar de Kratos, de God Of War, escapando dos inimigos.

Quanto às habilidades, os mais detalhistas podem até preferir customizar suas próprias, mas adianto que isso parece inútil: jogando no Nightmare, com uma build pré-colocada, numa party com mais três pessoas que não combinavam ataque nenhum, percebi: a graça nessa versão de Diablo III é bater e tentar não morrer. Bem galhofa, mesmo.

Por que você compraria Diablo III para seu videogame?

Se o que não te agradou no título foi a parte maçante dos RPGs, que geralmente são voltadas aos jogadores ~hardcore, no joystick você nem lembra que aquilo já pertenceu à classe dos jogos de computador (embora eu, particularmente, ache isso uma enorme blasfêmia). Não existe a exigência do modo online, não tem casa de leilões, nada. É simples, só pegar o controle, dar play e partir para a porrada.

Vou lhes dizer que me senti um pouco traidora do movimento, já que sempre levei Diablo muito a sério e de repente me vi curtindo muito mais uma partida de co-op local numa sala em que pessoas que nem eram chegadas a mim de repente conversavam comigo sobre o jogo, a vida, o universo e tudo mais, do que muita das que jogava online, conversando pelo chat. É claro que aquela época mantém seu brilho, mas essa sensação prafrentex do console me deu uma vontade maluca de juntar os amigos na sala e desbravar o jogo com todo mundo junto.

E a ideia não tem erro: mesmo os amigos que nunca olharam para Diablo ou qualquer RPG conseguirão aproveitar a partida. Os menus estão perfeitamente mastigados num belo trabalho de adaptação da Blizzard (você pode ver na imagem abaixo), comparar itens está  muito mas simples e carregar aquele parceiro noob nas costas é bem fácil. Morreu? Ressuscita, aperta o triângulo e daqui alguns segundos ele respawna no meio do pessoal. Se perdeu na bagunça do mob? Aperta o direcional direito e uma luz brilha no topo do seu personagem. Piece of cake.

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É claro que dá pra ser sério, se você quiser (foi o que me disseram, estou apenas repassando). Até seu lançamento, o jogo deve estar redondinho, com single-player e todos os patches lançados até agora para a versão de PC, o que quer dizer que você provavelmente terá um jogo com menos bugs, além do modo Paragon (que adiciona a possibilidade de subir mais 100 níveis aos personagens), PvP, novos itens e monstros. Também será possível jogar no Hardcore, modo em que o jogador encara a máxima do “só se vive uma vez” e perde todo o progresso junto do personagem, caso venha a bater as botas.

Importante: não, o jogo não conversará entre plataformas, o que significa que seu personagem da Battle.net vai ficar lá bem quietinho enquanto você upa um novo char na PSN ou na Live. As conquistas e troféus (bem parecidos com os já tradicionais achievements do PC) são totalmente independentes, e seu jogo do computador não terá qualquer conexão com a nova versão.

Para tirar qualquer dúvida sobre como será de fato a experiência completa do jogo nos consoles, só mesmo esperando até o dia 3 de setembro, quando Diablo III para Xbox 360 e PS3 chega às lojas já localizado para português.

Como na demonstração de apenas uma hora não foi possível testar os outros mapas, todas as suas dungeons e instância, deixo em aberto as considerações finais. Mas, de antemão, acho que vou gastar mais algumas muitas horas da vida nesta versão, pelo que vi até agora. Se for constatado que Diablo III para consoles se resume a uma versão sem o compromisso e a pressão de Diablo III, esta será, sem dúvidas, uma boa pedida.

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Renata Persicheto

Renata Persicheto

Ex-redatora

Renata Persicheto é formada em marketing pela Anhembi Morumbi e trabalhou no Tecnoblog como redatora entre 2013 e 2015. Durante sua passagem, escreveu sobre jogos, inovação e tecnologia. Já fez parte da redação do portal Arena IG e também tem experiência como analista de inteligência de dados.

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