Sabe qual é o maior arrependimento de Ballmer na MS? Isso mesmo: o Windows Vista

Thássius Veloso
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• Atualizado há 7 horas

O futuro ex-presidente da Microsoft, Steve Ballmer, disse nesta sexta-feira (23.ago) que um dos maiores arrependimentos dele no comando da empresa foi – veja só – o processo de transformar o projeto Longhorn no que acabou sendo o Windows Vista. Faz sentido. De acordo com o Instituto DataThás, é o pior sistema operacional de todos os tempos e de todas as galáxias.

A declaração foi feita durante uma entrevista com a jornalista americana Mary Jo Foley (da ZDNet), praticamente a papisa em termos de Windows e soluções Microsoft, logo depois de anunciar a aposentadoria em no máximo um ano.

Então fica assim: a gente se encontra em outra ocasião (foto: divulgação / Microsoft)
Então fica assim: a gente se encontra em outra ocasião

Ballmer foi aparentemente muito sincero na resposta. Disse que ele teve a chance de cometer muitos erros “e provavelmente porque as pessoas querem se focar no período A, período B”. O que quer que isso queira dizer… Em seguida, ele citou o antecessor do aclamado Windows 7. Segundo Ballmer, “há efeitos colaterais de quando você coloca uma grande equipe para fazer algo que não se prova tão valioso assim”.

De fato, o Windows Vista foi muito detestado. Eu tinha uma máquina que rodava tranquilamente o sistema, então não posso me queixar do trabalho feito pela Microsoft, mas os problemas com drivers tornaram-se uma constante para muitas pessoas neste mundo da tecnologia. E sabe como é: não importa onde está a falha, no fim das contas a culpa recai sobre aquilo que está mais evidente diante de nossos olhos. No caso, o Windows. E acredite, ainda hoje o sistema está em uso entre 3,5% e 5% de todos os computadores no mundo, segundo dados diversos de empresas de análises de mercado e consultoria.

E qual foi a maior conquista de Ballmer à frente da MS? O executivo citou a participação dele durante o surgimento do “da computação pessoal inteligente”, desde os anos 1980, até recentemente. Ballmer citou o bilhão de pessoas que atualmente utilizam o Windows “e ainda mais agora com os celulares, ainda que nem todos sejam nossos celulares”. Ele tem toda a razão. Embora haja resistências infantis em reconhecer isso, a Microsoft tem grande importância no modo como lidamos com os computadores atualmente. Mesmo com todas as besteiras e enganos na história da companhia.

Entre outras perguntas diversas sobre os negócios, a vida, a carreira e mais, Steve Ballmer deu uma resposta relativamente grande sobre o motivo pelo qual a Microsoft não quer mais ser uma empresa tipo a IBM, voltada especialmente ao mercado corporativo. Ele afirmou que não há como distinguir certas atividades, do tipo atuar no campo do email no segmento corporativo, mas não fazer o mesmo no segmento de computação pessoal. O mesmo vale para os gadgets (leia-se tablets e smartphones): “ninguém conseguiu inventar um dispositivo que seja somente corporativo ou somente consumidor”.

O que Steve Ballmer pretende fazer quando assinar a carta de demissão e finalmente deixar a Microsoft? “Francamente, eu não sei.” Mas acrescenta que provavelmente haverá um segundo capítulo em sua vida para novas realizações. Mais ou menos como o parceiro Bill Gates, que continua como presidente do conselho da Microsoft, além de chefiar a Fundação Bill & Melinda Gates com a esposa, na tentativa de retirar do mundo uma série de doenças. E por sinal, falando em Gates: o mentor de Ballmer não interferiu na decisão de se aposentar. “Ultimamente, esse tipo de coisa deve ser uma decisão pessoal”, respondeu Ballmer.

Lembra dele? (imagem: divulgação / Microsoft)
Lembra dele?

Atualizado às 23h44.

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Thássius Veloso

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Thássius Veloso é jornalista especializado em tecnologia e editor do Tecnoblog. Desde 2008, participa das principais feiras de eletrônicos, TI e inovação. Também atua como comentarista da GloboNews, palestrante, mediador e apresentador de eventos. Tem passagem pela CBN e pelo TechTudo. Já apareceu no Jornal Nacional, da TV Globo, e publicou artigos na Galileu e no jornal O Globo. Ganhou o Prêmio Especialistas em duas ocasiões e foi indicado diversas vezes ao Prêmio Comunique-se.

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