Robert Morris e Dan McDuff, dois estudantes de doutorado do prestigiado MIT, criaram um dispositivo curioso que pode ser a salvação de quem está viciado em Facebook: um suporte de punho para teclado que dá choque caso a pessoa passe tempo demais navegando na rede social.

De nome Pavlov Poke, a invenção até que é bastante simples: o suporte é conectado ao computador via porta USB; um software instalado na máquina monitora a navegação do usuário e se comunica com uma placa Arduino, que faz todo o controle do equipamento. Caso a pessoa comece a se demorar no Facebook, um alerta é exibido em sua tela; se o indivíduo continuar navegando, uma descarga elétrica é finalmente disparada.

O choque não é perigoso, o próprio Daniel McDuff faz questão de afirmar. Mas a descarga não deixa de ser incômoda e é justamente este aspecto que a invenção explora para “educar” o usuário.

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Não por acaso, o nome do projeto é uma homenagem ao pesquisador russo Ivan Petrovich Pavlov, que recebeu o prêmio Nobel de Fisiologia em 1904 por seus estudos sobre condicionamento de comportamento. Sabe aquela coisa de dar choques em ratos de laboratório para fazê-los agir de uma forma padronizada? Pois é, vem daí.

Uma alternativa (provavelmente não testada de verdade) criada por eles consiste em substituir os choques pela colocação automática de tarefas no site Amazon Mechanical Turk. Neste caso, o usuário pagaria US$ 1,40 por cada ligação de alguém que aceitou o trabalho de dar broncas pelo excesso de Facebook.

A proposta aqui não é a de transformar os usuários de Facebook em cobaias ou deixá-las mais pobres, não se preocupe. A dupla mesmo referencia o Pavlov Poke como uma “brincadeira séria”: “este projeto tem a intenção de ser uma piada, mas nós realmente acreditamos que é necessário discutir sobre como as tecnologias de comunicação são desenvolvidas. Tecnologias como o Facebook são atraentes por causa de seu desenho”.

A dupla tratou de deixar claro que o Pavlov Poke não será vendido, mesmo porque faltam testes: eles mesmos acharam os choques tão aversivos que removeram o dispositivo pouco tempo depois de instalá-los. Ao menos Robert Morris afirma ter diminuído consideravelmente o uso do Facebook depois do experimento.

Não é de se estranhar: a ideia surgiu justamente porque ambos os pesquisadores perceberam que passavam mais de 50 horas (somadas) por semana no Facebook, tempo que deveria ser gasto com as suas respectivas teses de doutorado.

Com informações: Daily Mail

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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