Toq, o smartwatch da Qualcomm que não tem botão de desligar

Giovana Penatti
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• Atualizado há 11 meses

Na semana passada, a Qualcomm revelou seu smartwatch, o Toq, um produto totalmente inesperado e que, conforme um funcionário me contou, estava em desenvolvimento há “uns seis meses ou um ano” – ou seja, fica a prova de que é possível controlar vazamentos na empresa, caso alguém tivesse dúvidas.

Consegui me espremer entre os vários jornalistas que queriam colocar as mãos – ou melhor, o pulso – no Toq e essas são minhas impressões.

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Ele tem dois modos: um é a tela de descanso, que mostra o horário, como um relógio deve fazer. É possível escolher entre vários designs; basta deslizar o dedo na barra prateada para passear entre eles.

Para acessar as funções “smart”, é preciso apertar um botão escondido na pulseira. É escondido mesmo, você tem que saber onde ele está, pois não há indicação. Não há nenhum botão visível, nem mesmo para ligar ou desligar. No entanto, em um dos menus há uma opção de desligá-lo (mas o executivo que me mostrou o relógio pediu que eu não a selecionasse).

Quando o menu aparece, são reveladas as opções: comunicação, calendário, música, clima, ações, status e configurações.

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A interface de cada opção é extremamente simples, já que a tela é pequena e nem tinha como acumular muita informação. Apesar de os pixels serem visíveis, isso não compromete a imagem e nem torna a visualização de imagens difícil. Claro, não se compara à qualidade de uma tela AMOLED, mas não há grandes problemas. Acredito que todo mundo prefere uma tela de qualidade razoável em um dispositivo que tenha uma enorme duração de bateria a uma bateria medíocre e uma tela excelente.

Como anunciado antes, a tela nunca desliga, mas a duração da bateria ainda assim é grande, chega a dias. Perguntei como conseguiram fazer isso e a resposta foi “boa engenharia”: a tecnologia Mirasol não precisa de um brilho intenso e utiliza a luz ambiente para tornar as cores mais visíveis. É como um e-ink colorido. Quanto ao Bluetooth, nos perguntamos se seria o 4.0, que gasta menos bateria. Não é; em vez disso, o relógio não fica o tempo todo sincronizado com o smartphone, mas “sabe” quando fazer o link.

Falando da construção, ela é bem robusta. A pulseira é emborrachada e não tem ajuste de tamanho, ou seja, tomara que seu pulso não seja muito grosso se estiver interessado num Toq. Meu pulso é relativamente fino e o relógio ficou um pouco apertado, incômodo. Mas também serviu nos braços de homens adultos sem dificuldades.

A trava é bastante dura, deu até um medo de quebrá-la de tanto forçar para abrir.

O Toq funciona apenas com smartphones Android a partir de 4.0.2 e não será vendido em todo o mundo; pelo menos no início, terá distribuição limitada e restrita aos Estados Unidos. A ideia, conforme me foi dito, não é de concorrer com outros fabricantes de smartwatches que são parceiros da Qualcomm – como a Samsung, que anunciou o Galaxy Gear no mesmo dia – , mas demonstrar o potencial desse tipo de gadget e incentivar outras fabricantes a desenvolvê-los com apoio da empresa. Como a Qualcomm trabalha com design de referência, não será nenhuma surpresa que seu smartwatch, mesmo que fabricado por outra empresa, seja bem parecido com o Toq.

A editora viajou a San Diego a convite da Qualcomm.

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Giovana Penatti

Giovana Penatti

Ex-editora

Giovana Penatti é jornalista formada pela Unesp e foi editora no Tecnoblog entre 2013 e 2014. Escreveu sobre inovação, produtos, crowdfunding e cobriu eventos nacionais e internacionais. Em 2009, foi vencedora do prêmio Rumos do Jornalismo Cultural, do Itaú. É especialista em marketing de conteúdo e comunicação corporativa.

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