Ministério Público do Distrito Federal vai investigar possíveis violações de privacidade e honra no Lulu

Emerson Alecrim
Por
• Atualizado há 2 semanas

Se você estava estranhando o fato de nenhuma autoridade ter questionado a forma de funcionamento do Lulu depois de tanta polêmica, pode ficar sossegado: nesta segunda-feira, o Ministério Público do Distrito Federal instaurou um inquérito civil contra a Luluvise, empresa responsável pelo aplicativo, para investigar possíveis violações de privacidade e honra no serviço.

O primeiro aspecto é, a princípio, o mais grave. O Lulu é um aplicativo para que mulheres possam avaliar características de relacionamento dos homens. O problema é que os perfis masculinos são montados automaticamente, sem o conhecimento prévio dos indivíduos cadastrados para avaliação.

Como a criação destes perfis é baseada em dados obtidos por meio do Facebook, o Ministério Público também quer que o escritório da rede social no Brasil preste esclarecimentos sobre o assunto.

O outro ponto, relacionado à honra, se deve ao fato de as mulheres fazerem avaliações sobre aspectos pessoais, como desempenho sexual e caráter, de maneira anônima. “Essa situação evidencia ofensa a direitos existenciais de consumidores (…)”, explica o comunicado da entidade.

lulu

Representantes da Luluvise e do Facebook têm prazo de cinco dias após a notificação oficial para prestar esclarecimentos ao Ministério Público. Se o inquérito resultar em processo, ambas as companhias estarão sujeitas ao pagamento de indenização por dano moral coletivo.

Mas, de acordo com o promotor Leonardo Bessa, principal responsável pelo inquérito, Luluvise e Facebook poderão ter a oportunidade de participar de um audiência de conciliação e pôr um ponto final na história após adotar algumas medidas. É de se supor que a criação de perfis somente com autorização prévia seja uma das exigências, embora improvável de ser implementada.

O Facebook já informou que não comentará publicamente o caso. A Luluvise, por sua vez, ainda aguarda a notificação.

Com informações: UOL, G1

Receba mais notícias do Tecnoblog na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

Canal Exclusivo

Relacionados