Produção de dispositivos móveis pode ser afetada se não forem encontrados substitutos para metais raros

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 1 semana

Não é novidade para ninguém que muitos objetos do nosso cotidiano têm em sua composição materiais que são escassos e não renováveis, mas um estudo conduzido pela Universidade de Yale, nos Estados Unidos, mostra que este problema é tão crítico em dispositivos móveis que pode até afetar a produção destes aparelhos em um futuro relativamente próximo.

A constatação foi feita pela equipe do professor Thomas Graedel, que estuda o assunto há anos. O grupo se limitou a investigar somente o uso de metais nos produtos eletrônicos, uma vez que estes elementos são os mais difíceis de serem encontrados e extraídos da natureza.

As descobertas são perturbadoras. Quase todos os tipos de metal são utilizados pela indústria atualmente – 62, para ser mais exato. A maioria deles até pode ser substituída, mesmo que por metais mais abundantes, mas nenhum substituto consegue oferecer níveis de eficiência equivalente. Além disso, doze tipos de metais simplesmente não podem ser trocados por nenhum outro material.

Tabela periódica que destaca quais metais podem ser substituídos mais ou menos facilmente
Tabela periódica que destaca quais metais podem ser substituídos mais ou menos facilmente

Como se não bastasse, há chances de estes números serem piores porque, para entender exatamente como e em quais quantidades todos os elementos são utilizados, os pesquisadores teriam que ter acesso amplo aos laboratórios dos fabricantes, que obviamente resistem à ideia para evitar vazamento de segredos.

É claro que os elementos em questão são empregados em qualquer tipo de aparelho (sem contar aqueles que não são elétricos ou eletrônicos), mas o problema afeta sobremaneira telefones celulares e afins porque a indústria utiliza muitos metais raros nestes dispositivos.

A criação de programas robustos de reciclagem é uma maneira de combater o problema, mas provavelmente não será suficiente. A indústria precisa encontrar alternativas, e rápido: embora Graedel e equipe tentem não parecer tão alarmantes assim, eles não escondem que as reservas de alguns metais entrarão em estado crítico de disponibilidade a partir de 2020.

E olha que nem estamos considerando o impacto ambiental de tudo isso.

Com informações: Ars Technica

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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