Duas empresas estão criando um “Google Earth” que funciona quase em tempo real

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 2 semanas

O Google Earth (ou o Google Maps) mudou o modo como vemos o mundo, mas, como nada é perfeito, a ferramenta esbarra em um problema: suas imagens são frequentemente desatualizadas, mesmo quando recém-publicadas, uma vez que da captura até a sua disponibilização há um longo intervalo de tempo. Mas os trabalhos de duas startups norte-americanas poderão superar esta limitação.

A Planet Labs é uma delas. Baseada em San Francisco e criada por três ex-pesquisadores da NASA, a empresa lançou recentemente 28 satélites chamados “Dove” para obter imagens áreas de determinados pontos da Terra. O que chama a atenção é que estes equipamentos são pequenos (do tamanho de um gnomo de jardim) e leves, pesando cerca de 5 quilos.

Os pequenos "Doves"
Os pequenos “Doves”

A segunda startup, a Skybox Imaging, com sede em Palo Alto, deverá fazer o mesmo com 24 satélites até o final de 2014; a diferença é que seus equipamentos são maiores que os da Planet Labs, mas ainda pequenos se comparados com outros maquinários espaciais. Seu peso é de 100 quilos, aproximadamente.

A vantagem de se ter pequenos satélites no lugar de um único equipamento grandalhão é que é possível distribuí-los em intervalos regulares para cobrir a mesma região várias vezes seguidas e, portanto, quase em tempo real.

Satélite da Skybox
Satélite da Skybox

Tanto a Planet Labs quanto a Skybox Imaging estão lançando estes satélites com objetivos comerciais (este negócio é uma mina de ouro, acredite), mas governos poderão aplicar a ideia a finalidades mais generosas: monitorar desastres ambientais, identificar pontos de desmatamento, analisar melhor os efeitos do clima e assim por diante.

A parte negativa é que, como tais satélites operam em uma órbita relativamente baixa em relação à Terra, cada um acaba cobrindo milhares de quilômetros de território dentro de apenas uma hora, impedindo a obtenção mais prolongada de imagens de um ponto específico por mais que alguns poucos segundos. Para situações como esta, a alternativa pode ser o uso integrado de drones.

É claro que também há polêmicas em torno do assunto, como possibilidade de uso dos satélites para atividades militares e questões inerentes à privacidade, mas pode ter certeza que estes temores não impedirão estas (e outras) empresas, tanto é que até obtenção de vídeos a partir do espaço já está nos planos delas.

Os equipamentos da Skybox, por exemplo, já são capazes de gerar pequenos filmes. E uma terceira startup, a canadense UrtheCast, operará em breve uma câmera de alta definição que será acoplada à Estação Espacial Internacional justamente para capturar e transmitir vídeos com imagens do planeta.

Com informações: Nature

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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