LG G Pro 2 e G2 mini mudam a definição de pequeno e grande

O smartphone "mini" da LG possui tela de nada menos que 4,7 polegadas

Paulo Higa
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• Atualizado há 11 meses

Direto de Barcelona — A LG costuma queimar a largada e apresentar novos produtos dias antes do início de grandes feiras de tecnologia, como a CES, MWC ou IFA. Isso aconteceu de novo: neste mês, a empresa anunciou oficialmente o sucessor do gigante Optimus G Pro e uma variante do G2, menor tanto no tamanho quanto no hardware. G Pro 2 e G2 mini estavam sendo demonstrados na MWC e nós fomos conferir o que eles têm de bom.

LG G Pro 2

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O G Pro 2 ficou ainda maior que o antecessor e agora traz uma tela de 5,9 polegadas com resolução de 1920×1080 pixels. Assim como em outros smartphones caros da LG, trata-se de uma tela de excelente qualidade, com painel IPS, brilho altíssimo, ótimo contraste, pretos profundos e cores que muito me agradam. A tela é tão boa quanto a do G2.

O design do G Pro 2 é inspirado no G2, então há bordas finíssimas que deixam a carcaça menor (ou menos enorme). A LG diz que a tela ocupa 77,2% da parte frontal, um bom exercício de aproveitamento de espaço. Para fins de comparação, o Optimus G Pro era um dos melhores nesse quesito, com 72,8% da frente sendo formada pela tela, seguido por aparelhos como Galaxy S4 (72,1%), Moto X (72%), Nexus 4 (66,8%) e iPhone 5s (60,6%), segundo este gráfico.

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A principal diferença fica na traseira: a do G2 é lisa e brilhante, o que atrai muitas marcas de dedo, enquanto a do G Pro 2 possui uma textura agradável ao toque, que não deixa impressões digitais visíveis e até torna a pegada mais segura. Eu só não tenho certeza se a traseira continuará tão branquinha após deixar o aparelho constantemente sobre mesas e outras superfícies não muito limpas.

Em uma nota relacionada: o possível acúmulo de sujeira foi o motivo pelo qual o modelo preto do antigo Xperia ZQ tinha textura emborrachada na parte traseira e a versão branca era totalmente lisa, de acordo com uma conversa que tive com o gerente de produto da Sony Mobile no Brasil, Joe Takata.

As bordas finíssimas não significam que o aparelho é confortável de segurar, claro: ele foi feito para ser usado com as duas mãos. Há casos em que as pessoas gostam de assistir a vídeos e navegar na internet em uma tela grande como a do G Pro 2, mas também precisam usar o mesmo aparelho em situações em que a outra mão está ocupada (não é o que você está pensando). Como agir? Bom, nesse caso, a LG adotou um caminho semelhante ao da Samsung na linha Galaxy Note e incluiu um recurso que redimensiona toda a tela:

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É como se você tivesse um aparelho com tela menor do que realmente é. Para entrar nesse modo, basta deslizar o dedo para a esquerda ou direita na região da barra de botões virtuais. Não é o ideal, mas já ajuda bastante para quando for necessário digitar com uma mão (e o gesto é intuitivo e fácil de lembrar). Dá para colocar a tela do lado que você quiser e ajustar livremente o tamanho.

Ainda falando sobre recursos de software, tem um modo que divide a tela para dois aplicativos, o que pode ser útil para escrever algo enquanto se consulta uma informação, além de funções que usam a câmera frontal para melhorar a experiência de uso, como a Tela inteligente (não desliga a tela enquanto você estiver olhando para ela) e Vídeo inteligente (pausa a imagem quando você parar de olhar para a tela).

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lg-g-pro-2-multitarefa-dividido
lg-g-pro-2-video-tela-inteligente

Mas a principal funcionalidade que a LG está divulgando é uma versão melhorada do KnockON, que anteriormente permitia ligar a tela apenas dando dois toques rápidos no meio do visor, sem precisar ficar apertando o botão liga/desliga, como em outros aparelhos. No novo KnockON, você pode não apenas ativar a tela, mas também desbloquear o aparelho. Com a tela desligada, toque em pontos pré-definidos em determinada ordem e o G Pro 2 será automaticamente desbloqueado. Isso também funciona no G2 mini:

KnockON no G2 mini (funciona mesmo se a tela estiver desligada)
KnockON no G2 mini (funciona mesmo se a tela estiver desligada)

É um recurso que ajuda bastante, especialmente porque, assim como no G2, o botão liga/desliga do G Pro 2 fica na traseira, próximo à lente da câmera, não nas laterais. Esse posicionamento diferente pode ser até melhor enquanto você está segurando o aparelho (se você é como eu, provavelmente repousa o dedo indicador nessa região para servir como apoio), mas é uma dificuldade a mais quando o smartphone está sobre a mesa.

Assim ficaram as especificações de hardware:

  • Processador: quad-core Snapdragon 800 de 2,26 GHz;
  • GPU: Adreno 330;
  • Armazenamento interno: 16 GB ou 32 GB (com entrada para microSD);
  • RAM: 3 GB;
  • Tela: IPS de 5,9 polegadas com resolução de 1920×1080 pixels;
  • Câmera: 13 MP com estabilização ótica de imagem (traseira) e 2,1 MP (frontal);
  • Bateria: 3.200 mAh.
O modelo coreano tem uma antena de TV integrada
O modelo coreano tem uma antena de TV integrada

Ainda não há previsão de lançamento ou preço para o G Pro 2 no Brasil. A LG tem vendido seus aparelhos por preços menores que os equivalentes da concorrência, o que parece estar dando certo: no mundo, a empresa é apenas a quinta lugar entre as fabricantes de smartphones, mas no Brasil é vice-líder. Esperamos que continue assim. O antecessor, Optimus G Pro, chegou custando R$ 2.099 e logo despencou de valor, como costuma acontecer com os aparelhos da marca.

LG G2 mini

Ao mesmo tempo em que esticou um aparelho, a LG encolheu outro: o G2 mini é uma versão compacta do topo de linha G2. Ou quase isso: chega a ser engraçado uma tela de 4,7 polegadas, que estava disponível apenas em aparelhos mais caros há cerca de dois anos, hoje pertencer a um smartphone classificado como “mini”.

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Cores, cores, cores
Cores, cores, cores

A própria LG diz que se trata de um aparelho para competir no mercado de smartphones intermediários, então não dá para esperar o mesmo desempenho do G2, até porque os componentes de hardware são mais simples. Mesmo assim, o conjunto é decente e equilibrado. Estas são as especificações:

  • Processador: quad-core de 1,2 GHz (Snapdragon 400) ou quad-core de 1,7 GHz (Tegra 4i), dependendo do país;
  • Armazenamento interno: 8 GB (com entrada para microSD);
  • RAM: 1 GB;
  • Tela: IPS de 4,7 polegadas com resolução de 960×540 pixels;
  • Câmera: 8 MP ou 13 MP (traseira, dependendo do país) e 1,3 MP (frontal);
  • Bateria: 2.440 mAh.

Ou seja, temos algo no mesmo nível do Moto G. A tela tem resolução menor e o armazenamento disponível para o usuário é reduzido (por causa dos recursos adicionais da LG), mas isso é compensado por uma bateria de maior capacidade, câmera com resolução mais alta e entrada para cartão de memória. O SoC do modelo internacional (Snapdragon 400) é o mesmo do aparelho da Motorola e há a mesma capacidade de RAM.

A traseira também possui uma textura, como a do G Pro 2
A traseira também possui uma textura, como a do G Pro 2

Embora dez minutos sejam muito pouco para avaliar um aparelho, o desempenho do G2 mini me surpreendeu positivamente: a interface da LG exibia animações bem fluidas e alternar entre aplicativos abertos e abas do Chrome era rápido. Essa surpresa veio do fato de que o G Pad 8.3, mesmo com hardware superior ao do G2 mini, engasgava com a pesada interface da LG. Não sei se a LG fez otimizações ou se o KitKat foi o responsável por essa diferença. De qualquer forma, a primeira impressão foi boa.

Outra evolução em relação ao software do G Pad 8.3 é que no Android 4.4.2 do G2 mini é possível adicionar o botão de aplicativos recentes na barra de botões virtuais, o que deixa o uso do aparelho mais parecido com os Nexus, o Moto X/G e smartphones da Sony. Não consegui retirar o grande botão de menu, mas… não se pode ter tudo nessa vida. Espero que essa capacidade também venha para o G Pad 8.3 em uma atualização de software futura.

Yay!
Yay!

A tela talvez seja a que mais destoe do conjunto: ela não é exatamente ruim, mas a definição já não é tão boa no momento atual do mercado e o brilho é relativamente baixo, com imagens um pouco escuras e apagadas. É estranho que a LG, que costuma usar telas impecáveis nos smartphones mais caros, não se diferencie dos concorrentes também nas categorias mais baixas.

O G2 mini começa a ser vendido no mundo em março e é voltado para mercados em desenvolvimento, o que inclui países do Oriente Médio, Ásia e América Latina; ele terá inclusive versão dual SIM. Nesse segmento, preço é um dos fatores mais importantes. Até agora, as empresas não têm conseguido superar o bom custo-benefício do Moto G no Brasil. Vamos ver se o G2 mini será o próximo a agradar ao público.

Paulo Higa viajou para Barcelona a convite da Nokia.

Atualizado: o LG G2 mini começou a ser vendido no Brasil custando 1.299 reais no modelo 4G.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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