Criaram um sistema de recarga sem fio que pode alimentar até 40 dispositivos em um raio de 5 metros

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 1 semana

Não seria ótimo poder recarregar a bateria do seu smartphone enquanto você espera o horário do seu voo, mas sem tirar o dispositivo do bolso ou de suas mãos? Pois um projeto de recarga sem fio em desenvolvimento por pesquisadores do Instituto Coreano de Ciência e Tecnologia Avançada (KAIST, na sigla em inglês) mostra que possibilidades como esta estão mais próximas do que imaginamos.

Tecnologias de recarga sem fio já não são novidade, embora se limitem atualmente a dispositivos mais sofisticados. O que a equipe do professor Chun Rim criou de diferente foi um equipamento de nome DCRS (Dipole Coil Resonant System) capaz de atender a cerca de 40 dispositivos ao mesmo tempo, sendo que estes podem ficar a uma distância de até 5 metros do recarregador. Pode parecer pouco, mas sistemas atuais, como QI e PMA, não toleram mais do que alguns centímetros de extensão.

Este maquinário todo aí é o DCRS
Este maquinário todo aí é o DCRS

É verdade que esta não é a primeira tecnologia de recarga sem fio que alcança áreas maiores. Em outubro de 2013, uma startup de nome Ossia apresentou o Cota, um recarregador sem fio para dispositivos móveis que cabe na palma da mão, mas é capaz de cobrir um raio de aproximadamente 10 metros.

O protótipo da KAIST é grandalhão, tendo cerca de 3 metros de comprimento, 10 centímetros de largura e 20 centímetros de altura. São dimensões relativamente grandes, mas que ainda assim tornam o DCRS bem menor que o projeto que serviu de base para a pesquisa: o CMRS (Coupled Magnetic Resonance System), uma técnica para recarga sem fio criada pelo MIT em 2007 cujo equipamento é composto por bobinas volumosas.

O DCRS consegue ser menos complexo e mais eficiente que o CMRS graças a uma série de medidas. Uma delas é a utilização de uma estrutura em espiral que conta com duas bobinas de dipolo magnético (explicando rapidamente, trata-se da existência dos polos norte e sul em um material, como um imã). A primária foi concebida para induzir um campo magnético, enquanto que a secundária recebe energia elétrica. O CMRS, por sua vez, precisa de pelo menos quatro bobinas para funcionar.

Se o DCRS vier a ser comercializável, certamente a sua tecnologia terá evoluído o suficiente para tornar o equipamento muito menor, embora seja prudente não esperar por nada tão compacto quanto o Cota imediatamente. São iniciativas bastante distintas, na verdade, uma vez que a proposta do DCRS é a de alimentar não só vários dispositivos ao mesmo tempo, como também equipamentos que exigem mais energia elétrica.

Nos testes feitos pelos pesquisadores da KAIST, o DCRS conseguiu fornecer 1.403 watts com eficiência de 36,9% com as bobinas estando a 3 metros de distância uma da outra. Desta forma, é possível alimentar não só celulares de maneira wireless, como também uma TV LED ou um computador, por exemplo.

Os pesquisadores acreditam que, dentro de um punhado de anos, tecnologias como esta farão com que as pessoas possam acessar uma rede para recarregar seus dispositivos em aeroportos ou restaurantes, por exemplo, acabando com as acirradas disputas tomadas. Claro, também há a possibilidade de um equipamento do tipo alimentar de maneira wireless todos os aparelhos que fazem a diversão das nossas salas.

Com informações: ExtremeTech

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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