Quando o Google+ foi lançado, o Google fez questão de deixar claro que não toleraria o uso de apelidos ou pseudônimos no serviço sob o argumento de querer formar uma comunidade com “pessoas reais”. Agora, pouco mais de três anos após o lançamento, a empresa decidiu anular esta exigência.

O uso do nome verdadeiro é uma forma de evitar spammers, perfis falsos (que se passam por celebridades, por exemplo) e ações ilegais motivadas pelo anonimato, tanto é que políticas semelhantes existem em outras redes sociais, como o Facebook. Por que então, passados tantos meses, o Google mudou de postura?

A explicação foi dada em uma página no próprio Google+. Na nota, a companhia argumenta que a sua política de nomes tem sido pouco clara e se desculpa pelas “experiências desnecessariamente difíceis” pelas quais alguns usuários passaram por conta desta condição de uso.

O ponto é que muitas pessoas utilizam pseudônimos para fazer manifestações de cunho político, social ou artístico, por exemplo, mas se viram praticamente “caladas” no serviço por causa das advertências ou mesmo suspensões de contas que o Google aplicou com base nesta política.

Edição de nome no Google+

O pseudônimo, de fato, é visto como uma maneira importante de proteger a identidade verdadeira de pessoas que se mobilizam para combater abusos de autoridades ou defender os interesses de grupos que lutam por causas sociais, por exemplo.

Muitas vezes, as motivações são bem menos nobres, mas não menos legítimas: não são poucos os usuários que querem apenas evitar uma possível exposição excessiva de seus nomes.

Por estas e outras razões, o Google vinha recebendo muitas reclamações de pessoas que entendem que o combate ao spam ou a perfis falsos não pode se sobrepor aos interesses de manifestações consistentes. A própria empresa reconheceu que, ao agir de tal forma, acabou afastando um número importante de usuários que queriam fazer parte do Google+, mas sem utilizar nomes verdadeiros.

O Google pode até ter demorado para flexibilizar a política de nomes do Google+, mas não é a primeira vez que a empresa tenta fazê-lo. No início de 2012, a companhia passou a permitir o uso de apelidos, nomes de solteiro ou do original escrito com uma grafia diferente, mas apenas como alternativa: o usuário ainda tinha que utilizar o seu nome verdadeiro como o principal da conta.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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