Péssima notícia para quem, com a chegada dos SSDs, apostou alto no fim dos discos rígidos: os HDs não só continuam sendo fabricados “a todo vapor” como estão sendo dotados de cada vez mais tecnologia e capacidade. A Seagate, por exemplo, começou a enviar unidades de 3,5 polegadas com 8 TB para clientes corporativos, além de já ter prometido modelos com 10 TB para os próximos meses.

A companhia anunciou seu plano de produzir HDs com as referidas capacidades em maio deste ano, mas sem dar previsão de fabricação em larga escala. As poucas unidades já existentes servem apenas para testes, razão pela qual foram enviadas a empresas que controlam data centers: além de poderem dar feedbacks precisos sobre o desempenho dos HDs, estas companhias figuram como as mais interessadas neste tipo de equipamento.

Conseguir comprimir cada vez mais dados nos discos sem aumentar as suas dimensões físicas sempre foi um desafio para a indústria. E quanto mais capacidade os fabricantes conseguem entregar, mais difícil é superá-la em modelos posteriores.

É por isso que estas unidades de 8 terabytes causam espanto: afinal, que “mágica” a Seagate utilizou para HDs de 3,5 polegadas terem tamanho espaço para armazenamento? Por enquanto, é segredo, já que a companhia vem se negando a tecer comentários sobre o assunto.

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Uma das hipóteses é a de que a Seagate tenha aumentado a densidade dos discos, mas com a tecnologia atual é quase impossível fazê-lo. Pode ser também que a empresa tenha conseguido colocar mais discos dentro da unidade, mas há sérias limitações físicas para isso.

O mais provável é que a companhia tenha implementado uma nova tecnologia de gravação de dados, o que permitiria aumentar a densidade dos discos e, ao mesmo tempo, preservar suas dimensões físicas.

Mais precisamente, podemos estar falando da HARM, uma técnica que usa um feixe de laser no cabeçote de gravação que tem um comprimento de onda muito pequeno, permitindo que mais dados sejam inseridos dentro do mesmo limite de espaço.

O HARM é, até certo ponto, uma técnica que lembra a tecnologia que diferencia o DVD do Blu-ray. No primeiro, o comprimento de onda do laser normalmente é de 650 nanômetros; no segundo, de 405 nanômetros. Desta forma, o laser do Blu-ray pode focalizar estruturas de gravação no disco com maior precisão, permitindo que estes pontos sejam menores e, portanto, existam em maior quantidade na mídia.

Quando nós, como consumidores finais, teremos acesso às unidades de 8 TB e, eventualmente, de 10 TB? A Seagate não confirma, mas com base nas declarações feitas por Steve Luczo, CEO da empresa, é possível que isso aconteça somente a partir de maio de 2015. Os preços, é claro, não serão dos mais convidativos, mas certamente terão custo por gigabyte bem mais atraente que nos SSDs.

Com informações: ExtremeTech

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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