Os lançamentos da Huawei no Brasil: o ultrafino Ascend P7 e a interessante TalkBand B1

Paulo Higa
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• Atualizado há 11 meses

A Huawei apresentou nesta quinta-feira (28) sua nova linha de smartphones para o Brasil, incluindo o Ascend P7, um topo de linha com design ultrafino que será lançado no país até o final do ano. A chinesa também aproveitou a oportunidade para mostrar a interessante pulseira inteligente TalkBand B1, que funciona como monitor de atividades físicas e headset Bluetooth. Fui conferir os brinquedos de perto e estas são minhas primeiras impressões.

Ascend P7

O Ascend P7 é um aparelho com bordas de metal, traseira de vidro e corpo extremamente fino: são apenas 6,5 mm de espessura, pouca coisa a mais que o antecessor Ascend P6, que também priorizava o design. Desta vez, parece que a Huawei não sacrificou tanto a bateria: agora, temos uma de 2.500 mAh, que a empresa afirma durar até dois dias de uso normal.

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As características de um flagship estão no Ascend P7: há 2 GB de RAM, 16 GB de armazenamento (com entrada para microSD de até 64 GB), câmera traseira de 13 MP com sensor retroiluminado da Sony e uma tela IPS LCD de 5 polegadas com resolução de 1920×1080 pixels, que aparenta ser muito boa, pelo menos neste primeiro contato. O display é coberto com Gorilla Glass 3, assim como o vidro da traseira.

Há dois pontos interessantes nele. Primeiro, a câmera frontal possui sensor de 8 MP, promete tirar selfies melhores que os concorrentes e inclusive tem um recurso de fazer autorretratos panorâmicos (!), que funciona relativamente bem. Segundo, o chip é o Hisilicon Kirin 910T, desenvolvido pela própria Huawei, que possui processador quad-core de 1,8 GHz e GPU Mali-450.

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O desempenho parece bom, mas não dá para dizer mais que isso com 15 minutos de uso. O Hisilicon K3V2, do velho Ascend P6, decepcionava bastante no uso diário e não era muito amigo da bateria, então fica a esperança de que a Huawei tenha melhorado seus SoCs durante esse tempo. A CPU do Ascend P7 tem quatro núcleos Cortex-A9, o que já sinaliza uma velocidade um pouco menor que a dos concorrentes com Snapdragon 80x.

Ele vem de fábrica com Android 4.4.2, mas isso não importa tanto porque a interface foi totalmente modificada com a Emotion UI da Huawei, que em nada lembra o visual originalmente concebido pelo Google. Na verdade, em muitos pontos a interface nos remete ao iOS, especialmente no gesto para acessar a câmera a partir da tela de bloqueio:

Influências da concorrência: deslize o dedo para cima para revelar o app de câmera
Influências da concorrência: deslize o dedo para cima para revelar o app de câmera

Não há uma área centralizada que liste todos os aplicativos; os ícones ficam espalhados nas várias telas do launcher. E, diferentemente do que fizeram os concorrentes, a Huawei ainda não abandonou o skeumorfismo. O microfone no gravador de voz, a lanterna no aplicativo de iluminação e a textura de couro nas anotações continuam firmes e fortes. Esses elementos ficaram antiquados para mim, mas há quem goste.

TalkBand B1

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À primeira vista, a TalkBand B1 é um acessório “comum”. A textura da pulseira e até o fecho lembram os usados na SmartBand, da Sony. E eu não diria que a Huawei fez um trabalho de design tão interessante quanto o realizado no Ascend P7: a pulseira é bem mais espessa do que eu gostaria e a tela gera um calombo, parecendo meio… desengonçada (não achei um termo melhor, me desculpem).

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Mas a TalkBand B1 pode ser interessante para quem não se interessou pelas outras opções. Ela possui uma pequena tela OLED curvada de 1,4 polegada que mostra as horas, o número de passos dados, as calorias queimadas e o tempo de sono. Também não importa muito se você tem Android ou iPhone; a TalkBand B1 é compatível com as duas plataformas. E, se você apertar um botão ao lado da tela…

huawei-talkband-b1-headset

A cápsula pode ser removida para virar um fone de ouvido Bluetooth. Dessa forma, a TalkBand B1 se torna um bom companheiro do smartphone: quando alguém telefonar e a pulseira alertar, basta pegar o headset rapidamente e colocá-lo no ouvido, sem precisar fazer a (ainda estranha) cena de conversar com algo que está no seu pulso.

O problema dessa interessante funcionalidade é que a bateria de 90 mAh não deve aguentar muitas horas com conversação. Oficialmente, a Huawei diz que a autonomia da pulseira é de até seis dias, destacando a frase “dependendo do tempo de chamada”.

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Quando chega

O Ascend P7 e a TalkBand B1 chegarão ao Brasil até o final do ano, a tempo das compras de Natal. A Huawei não divulgou uma data específica de lançamento, nem os preços sugeridos, porque ainda está em negociações para reduzir os custos. O smartphone estará disponível nas cores preta e branca; a Huawei ainda não decidiu se trará a versão cor de rosa.

Diferentemente dos recentes smartphones de baixo e médio custo da Huawei, o Ascend P7 deverá ser importado, e não produzido na fábrica em Jundiaí (SP), como aconteceu com o Ascend G510. Isso já coloca a empresa em desvantagem em relação a outros gigantes (Samsung, LG e Sony), que já fabricam seus principais smartphones no Brasil, mas esperamos que a facada não seja grande.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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