Facebook anuncia medidas para evitar que seus experimentos sejam “desconcertantes”

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 2 semanas
Zuckerberg
Zuckerberg: agora tá tudo bem

Nesta quinta-feira (2), o Facebook divulgou uma nota para, de certa forma, se desculpar pela pesquisa realizada em 2012 que envolveu a manipulação do feed de notícias de quase 700 mil usuários. Mas o comunicado também serviu para a empresa informar que experimentos como este continuarão, só que, a partir de agora, com mais “respeito”, por assim dizer.

O referido teste foi descoberto em julho e rendeu numerosas críticas ao Facebook. Os pesquisadores alteraram o conteúdo da timeline dos quase 700 mil usuários durante uma semana para descobrir se determinados fluxos de informação poderiam causar impactos emocionais.

Pode não parecer nada tão grave, mas testes psicológicos são delicados. O resultado final mostrou inclusive que timelines com mais posts negativos que positivos fizeram com que muitos usuários aumentassem o número de postagens melancólicas ou pessimistas, por exemplo. Obviamente, nenhum deles sabia do teste.

No post publicado hoje, o CTO do Facebook Mike Schroepfer relatou que o experimento foi bastante significativo para a companhia, mas que ninguém por lá estava preparado para a onda de críticas que se seguiram.

Como pesquisas são importantes para a empresa – o caso de 2012 é apenas uma entre várias -, o Facebook continuará a executá-las. No entanto, Schroepfer esclareceu que, a partir de agora, todos os experimentos serão cercados de uma série de cuidados.

Os pesquisadores terão que se sujeitar a regras mais claras, por exemplo. Além disso, haverá um processo de revisão para assegurar que todas as diretrizes estão sendo cumpridas. O Facebook também criou uma página para explicar pesquisas em andamento, embora não tenha deixado claro se todas serão listadas no endereço.

Será suficiente? Já é alguma coisa, certamente, mas o ideal seria que os usuários pudessem escolher entre participar ou não destes testes (a partir de uma configuração de privacidade, por exemplo).

O Facebook sequer mencionou esta possibilidade. Não há nada que indique que a empresa irá fazê-lo, na verdade. Quando o usuário concorda com as condições para ingressar na rede social, acaba autorizando o uso dos dados relacionados à sua conta pela empresa para pesquisas e outras práticas. As mudanças anunciadas hoje não afetaram em nada estas políticas de uso.

Com informações: TechCrunch

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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