Baterias de íons de lítio melhoradas conseguem alcançar 70% de carga em 2 minutos

Paulo Higa
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• Atualizado há 2 semanas
Chen Xiaodong, professor associado da Universidade Tecnológica de Nanyang, é o inventor da tecnologia
Chen Xiaodong, professor associado da Universidade Tecnológica de Nanyang, é o inventor da tecnologia

Toda semana vemos alguma tecnologia nova capaz de melhorar significativamente as nossas baterias, mas elas sempre enfrentam algum problema que as impede de chegar aos nossos eletrônicos. Talvez a história seja diferente desta vez: cientistas da Universidade Tecnológica de Nanyang (NTU), em Singapura, desenvolveram uma bateria capaz de atingir 70% de carga em apenas dois minutos. E a nova bateria é de íons de lítio, a mesma que você já usa no seu smartphone, tablet e notebook.

Além da característica de ser recarregada muito rapidamente, a nova geração da bateria de íons de lítio promete durar bem mais: até 20 anos, de acordo com as estimativas dos pesquisadores. Elas devem continuar funcionando após mais de 10.000 ciclos de carga e descarga, ou 20 vezes o que uma bateria comum atual consegue aguentar — aproximadamente 500 ciclos.

Mas se a nova bateria também é de íons de lítio, qual a mágica? Os cientistas fizeram uma modificação no ânodo, o polo negativo da bateria. As baterias atuais normalmente possuem grafite nessa área; nas novas, é usado uma espécie de gel feito a partir de dióxido de titânio. O mesmo material, que é abundante e barato, também é usado nos protetores solares para absorver raios ultravioleta.

Como explica o Science Daily: “a Universidade Tecnológica de Nanyang desenvolveu um método simples para transformar partículas de dióxido de titânio em pequenos nanotubos mil vezes mais finos que um fio de cabelo humano. Esta nanoestrutura é que ajuda a aumentar a velocidade das reações químicas que acontecem na nova bateria, permitindo o carregamento super rápido”.

Um problema é que, justamente por ser baseada na tecnologia que temos hoje, isso não melhora a densidade das baterias — ou seja, seu smartphone continuará descarregando diariamente, mas pelo menos será mais rápido recarregá-lo quando necessário. E pense um pouco além: os carros elétricos, que hoje demoram horas para serem recarregados, poderão ficar prontos para mais algumas centenas de quilômetros em questão de minutos.

A tecnologia já foi patenteada e licenciada para uma fabricante. Se tudo der certo, veremos as novas baterias de íons de lítio em dois anos.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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