ChatON

No final de novembro, a Samsung confirmou que o app de mensagens instantâneas ChatON será descontinuado. A companhia não havia informado quando, mas, nesta quinta-feira (18), começou a enviar comunicados revelando a data: a partir de 1º de fevereiro de 2015.

A companhia permitirá backup de históricos de conversas e de materiais compartilhados através do serviço. Os usuários terão até o final de janeiro para fazê-lo, portanto. Mas a data não vale para todo mundo: em fevereiro, o ChatON começa a virar “ChatOFF” em todo os países, exceto nos Estados Unidos.

Os motivos não ficaram claros, mas é possível que o mercado norte-americano concentre a maior quantidade de usuários do serviço, daí a decisão de iniciar a desativação por lá mais tarde. Ou, talvez, a Samsung esteja simplesmente agindo com cautela para evitar que a decisão prejudique a sua imagem de alguma forma no país.

Em 2013, o ChatON alcançou a marca de 100 milhões de usuários, segundo a Samsung. Em abril de 2014, este número chegou a 200 milhões. O panorama atual não foi revelado pela companhia.

São quantidades expressivas, sem dúvida, mas o número de usuário efetivamente ativos é pífio: a média mensal de uso por usuário do ChatON é de apenas 6 segundos. Só para você ter uma ideia da discrepância, no serviço online mais popular, o Facebook, esta estimativa é de 11 horas por mês.

Do ponto de vista funcional, o ChatON não é ruim. Além de chat, o usuário pode manter uma página de perfil (quase como uma rede social), fazer download de um vasto material de personalização e acessar o serviço em diversas plataformas, por exemplo.

chaton-samsung

O problema do ChatON, fundamentalmente, é a falta de apelo diante dos serviços rivais. Muita gente que provou o aplicativo simplesmente não encontrou nada que o faz ser mais interessante que o WhatsApp (e semelhantes).

Distribuir o ChatON de modo pré-instalado nos dispositivos móveis da Samsung também não ajudou: se de um lado a estratégia serviu para o serviço alcançar os supostos 200 milhões de utilizadores, por outro, causou impressões negativas pela impossibilidade de desinstalação (em boa parte dos modelos, ao menos) e, em muitos casos, pelas notificações para atrair usuários – ninguém gosta de forçação de barra.

Acabar com o ChatON, consequentemente, é uma decisão acertada. A empresa terá um pouco mais de fôlego para se focar em outras prioridades. Estancar o seu crescente desprestígio no mercado de smartphones é uma delas. Cortar gastos também.

No final das contas, o ChatON não fará falta para (quase) ninguém. Nem mesmo para a própria Samsung.

Com informações: Engadget, Yonhap News

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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