Nvidia anuncia Tegra X1, primeiro “superchip” para dispositivos móveis

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 1 semana
Tegra X1

Janeiro é o mês da CES. A edição 2015 começou nesta segunda-feira (5) trazendo entre os seus primeiros anúncios o Nvidia Tegra X1. Com CPU octa-core de 64 bits e GPU de 256 núcleos, a novidade consegue ter até o dobro da performance do Tegra K1 e é, de acordo com a fabricante, o primeiro chip para dispositivos móveis com poder de processamento superior a 1 teraflop (um trilhão de operações de ponto flutuante por segundo).

Para poupar energia, o Tegra X1 possui quatro núcleos Cortex-A53 com 512 KB de cache L2 e quatro Cortex-A57 com 2 MB de cache. Os primeiros cuidam das tarefas menos exigentes. Os demais, do processamento pesado. Se necessário, os oito núcleos podem trabalhar ao mesmo tempo.

O processo de fabricação de 20 nanômetros também ajuda a reduzir o consumo de energia. Na prática, o Tegra X1 consegue trabalhar com apenas 10 watts de potência. A Nvidia o comparou com o supercomputador ASCI Red, tido como o mais rápido do mundo em 2000: a máquina ultrapassou a barreira dos teraflops exigindo 500.000 watts e ocupando um espaço de quase 150 metros quadrados – o Tegra X1 tem o tamanho de uma unha.

Tegra X1

Na parte gráfica, o novo chip da Nvidia se destaca pela adoção da arquitetura Maxwell, a mesma que configura a poderosa GPU GTX 980, por exemplo. Combinando esta característica com os 256 núcleos CUDA (64 a mais que no Tegra K1), o X1 consegue se aproximar ainda mais do potencial gráfico disponível em PCs.

Durante a apresentação feita na CES, o chip rodou a demo de Elemental (baseada no Unreal Engine 4) de maneira excepcional – ainda que não perfeita – para um componente tão compacto.

Não é nenhuma surpresa, portanto, que o Tegra X1 possa lidar com vídeos em resolução 4K e 60 quadros por segundo a partir dos padrões H.264, H.265 e VP9. Há também compatibilidade com DirectX 12, OpenGL 4.5 e OpenGL ES 3.1.

Drive CX e Drive PX

A Nvidia não preparou o Tegra X1 para equipar apenas dispositivos móveis. Com a plataforma Drive CX, o chip pode controlar mais de uma tela dentro de um carro (a princípio, três por módulo). Assim, é possível ter um painel avançado para o motorista e telas para entretenimento (jogos, vídeos, acesso à internet, entre outros) dos passageiros, por exemplo.

Tegra X1 - Drive CX

O Drive PX tem uma proposta ainda mais ousada. Usando dois chips X1, a plataforma controla até 12 câmeras de alta resolução para ser uma espécie de “copiloto”. Com as imagens, um sistema baseado em redes neurais analisa o que acontece ao redor para ajudar o motorista a desviar de obstáculos, estacionar o veículo, ficar dentro da velocidade máxima da via, ajustar automaticamente os faróis e assim por diante.

Tegra X1 - Drive PX
Tegra X1 - Drive PX

Apesar de já serem funcionais, o Drive CX e o Drive PX dependem do interesse de montadoras. Na CES, a Nvidia destacou apenas a Audi como parceira no projeto, mas nenhuma das partes revelou quando a tecnologia estará no mercado.

Quanto ao segmento móvel, a expectativa é a de que os primeiros dispositivos baseados no Tegra X1 sejam lançados até o final do primeiro semestre.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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