EUA proíbem Intel de fornecer chips ao Tianhe-2, o supercomputador mais rápido do mundo

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 2 semanas
Tianhe-2
Tianhe-2

O Tianhe-2 é considerado o supercomputador mais rápido da atualidade. Para manter esse posto, a máquina passará por uma série de atualizações que a fará pular de quase 34 para 110 petaflops (um quadrilhão de cálculos de ponto flutuante por segundo) de capacidade. Ou não: o governo dos Estados Unidos proibiu a Intel de fornecer chips para o Tianhe-2.

Esse supercomputador está instalado na China. Esse é o problema: o governo norte-americano montou uma espécie de lista negra de instituições tecnológicas chinesas que não devem receber equipamentos e componentes de empresas dos Estados Unidos.

Quatro instituições fazem parte da lista, incluindo a National University of Defense Technology, que tem envolvimento com o Tianhe-1A e com o Tianhe-2. Esse último utiliza atualmente 80 mil processadores Intel Xeon e precisa de muito mais para alcançar os 110 petaflops esperados.

Mas, qual a razão para a proibição? O Departamento de Comércio dos Estados Unidos argumenta que as instituições chinesas relacionadas estão utilizando os supercomputadores para pesquisar, desenvolver e produzir armas nucleares.

A venda dos chips seria um bom negócio, mas a Intel parece mais preocupada em defender a sua imagem: em nota, a companhia explicou que pediu licença para o fornecimento dos chips e, apesar de a solicitação ter sido recusada, se manteve dentro das leis dos Estados Unidos ao agir de tal forma.

De todo modo, a Intel tem um generoso “prêmio de consolação”: a empresa fornecerá os chips do supercomputador norte-americano Aurora que, quando pronto, deverá ter capacidade de 180 petaflops.

A China, por sua vez, afirma que o Tianhe-2 tem foco em outros fins – pesquisas sobre genoma humano, por exemplo -, posicionamento que sugere que os Estados Unidos querem, na verdade, conter o avanço tecnológico do país asiático. Por conta disso, o bloqueio aumenta a crença de que os chineses acelerarão o desenvolvimento de chips próprios.

Será? Bom, uma coisa é certa: não é essa restrição que fará a China desistir do programa de supercomputadores.

Com informações: BBC, WSJ.com

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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