Nokia

A Nokia confirmou nesta quarta-feira (15) a aquisição da rival francesa Alcatel-Lucent pelo equivalente a US$ 16,6 bilhões. Ambas as partes já definiram os detalhes, restando apenas a aprovação de órgãos reguladores para o negócio ser concluído.

Não havendo obstáculos, a aprovação da compra deve ser feita no primeiro semestre de 2016. Quando isso acontecer, a Nokia se tornará uma gigante com mais de 110 mil funcionários (50 mil vindos da Alcatel-Lucent) e valor de mercado perto dos US$ 40 bilhões.

O valor negociado é mais que o dobro do que a Microsoft pagou pela divisão de dispositivos móveis da Nokia. Mas há uma boa razão para a companhia finlandesa apostar tão alto na fusão: depois de amargar uma longa crise no mercado de smartphones e, na sequência, fechar negócio com a Microsoft, a Nokia quer se reinventar.

Sendo mais preciso, a companhia quer tornar o seu nome ainda mais forte no setor de equipamentos e sistemas para telecomunicações. Para um objetivo tão ambicioso, a aquisição da Alcatel-Lucent soa como uma decisão sábia: além do leque de clientes desta, a Nokia absorve tecnologia e patentes (a Alcatel-Lucent tem mais de 33 mil delas; a Nokia, 11 mil).

Até a renomada Bell Labs entrou no meio. A companhia, que é o berço de várias tecnologias revolucionárias (comutadores telefônicos, o laser e a linguagem C, por exemplo), responde pela divisão de pesquisa da Alcatel-Lucent desde a fundação desta em 2006, quando houve fusão entre a francesa Alcatel e a norte-americana Lucent Technologies.

Alcatel-Lucent

O otimismo dos executivos de ambos os lados em relação ao negócio é grande, mas o mercado tem uma postura mais cautelosa. Uma fusão de tamanho porte tem riscos consideráveis por conta da dificuldade de unir culturas corporativas tão diferentes – esse processo pode levar anos.

Também há os desafios inerentes ao próprio mercado. A incorporação da Alcatel-Lucent fará com que a Nokia aumente a rivalidade com a sueca Ericsson, mas são as chinesas Huawei e ZTE que preocupam. Ambas apareceram com preços bastante agressivos no segmento e, com isso, conquistaram fatias generosas do mercado.

Por outro lado, a constante necessidade de novas tecnologias de telecomunicações alimenta as expectativas de boas oportunidades. É o caso da próxima geração de redes de dados móveis: a Nokia é uma das companhias que estão desenvolvendo tecnologias que podem substituir o 4G.

Com informações: WSJ.com, Re/code

Receba mais notícias do Tecnoblog na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

Relacionados