Review Kindle Paperwhite (3ª geração): igual, só que melhor

Novo leitor de ebooks da Amazon possui tela de 6 polegadas de alta definição e custa a partir de R$ 479

Paulo Higa
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• Atualizado há 8 meses
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Um ano depois de lançar a segunda geração do Kindle Paperwhite, a Amazon está apresentando um novo modelo, com tela de alta definição e melhorias no software, que será vendido a partir de julho. O leitor de ebooks com iluminação embutida ganhou um upgrade na resolução do display de 6 polegadas e passa a ter a mesma definição do irmão mais caro, o Kindle Voyage.

Custando o mesmo preço do modelo anterior, vale a pena comprar um Kindle Paperwhite de 3ª geração? Confira os próximos parágrafos.

Design, pegada, desempenho, ecossistema, limitações, formatos, conectividade, armazenamento, acessórios, variantes e preços

Por favor, leia o review do Kindle Paperwhite de 2ª geração.

Eu espero.

Sério, pode ler.

Pronto, podemos continuar!

Tela

Como você leu na análise do velho novo Kindle Paperwhite, a tela do leitor de ebooks da Amazon não deixava a desejar em nenhum momento, com sua resolução de 1024×758 pixels. Mesmo no tamanho mínimo, as fontes eram bem definidas. A iluminação embutida, que não direciona a luz diretamente para a cara do usuário, tornava o gadget muito bom para ler durante a noite, sem cansar os olhos.

Na terceira geração, a tela de 6 polegadas do Kindle Paperwhite possui resolução de 1448×1072 pixels, o que resulta numa definição de 300 pixels por polegada. Mas o que isso muda na prática? Pouca coisa.

Kindle Paperwhite de 1ª geração (à esquerda) e 3ª geração (à direita)
Kindle Paperwhite de 1ª geração (à esquerda) e 3ª geração (à direita)

Eu costumo ler ebooks no meu antigo Kindle Paperwhite de 1ª geração com a fonte Palatino, uma tipografia serifada relativamente complexa, que não se dá muito bem em displays de baixa definição. Comparando as duas gerações, uma de 2012 e a outra de 2015, é possível notar que os pequenos serrilhados das letras somem no novo modelo — mas eles são perceptíveis apenas olhando bem de perto.

A diferença na resolução também não é muito notável em fotos, até porque os ebooks não costumam trazer imagens de alta resolução para poupar espaço nos dispositivos. A única vantagem que enxergo na nova definição é durante a leitura de PDFs, já que os pixels extras ajudam a ler as letrinhas dos documentos na pequena tela de 6 polegadas. Mas não se engane: Kindle e PDF ainda não combinam.

A definição maior da tela do novo Kindle Paperwhite (à esquerda) torna a leitura de PDFs menos pior
A definição maior da tela do novo Kindle Paperwhite (à esquerda) torna a leitura de PDFs menos pior

Com a iluminação desligada, o contraste é bastante satisfatório e equivalente nos dois modelos. A diferença aparece quando ligamos a luz: no nível máximo, o novo Kindle Paperwhite é significativamente mais brilhante. Isso não fará muita diferença para quem lê durante a noite (no escuro, a recomendação é deixar o brilho no mínimo possível), mas é um pequenino agrado aos que leem ao ar livre, com o sol refletindo na tela do e-reader, já que o branco fica mais branco.

Aliás, o Kindle Voyage (review em breve!) tem iluminação ainda mais forte que o Paperwhite de 3ª geração, embora a diferença seja bem mais suave.

Kindle Paperwhite de 3ª geração (à esquerda) e Voyage (à direita)
Kindle Paperwhite de 3ª geração (à esquerda) e Voyage (à direita)

Bateria

A duração da bateria do Kindle Paperwhite diminuiu por causa do aumento da resolução. O novo modelo, segundo a Amazon, aguenta até seis semanas longe da tomada, considerando uma leitura diária de 30 minutos (ou seja, 21 horas). Nas mesmas condições, as gerações anteriores tinham autonomia de oito semanas (ou seja, 28 horas).

O que isso significa? Que o Kindle Paperwhite continua com uma duração de bateria mais que suficiente para qualquer usuário. Pela minha experiência, após o aviso de bateria fraca, o leitor de ebooks ainda aguenta mais duas horas de leitura, portanto, é pouco provável que alguém seja pego de surpresa e não consiga recarregar o e-reader antes da bateria acabar.

Software

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É difícil colocar um recurso inovador num dispositivo que se propõe a ser apenas um leitor de ebooks. Tanto que, no novo modelo, a principal novidade é a Bookerly, uma nova fonte desenvolvida pela Amazon para tornar a leitura mais leve.

De fato, a nova fonte é bastante agradável, principalmente porque traz mudanças no espaçamento das letras. Para os detalhistas, é possível perceber que houve melhorias no kerning, facilitando a legibilidade. No entanto, a novidade depende de um pequeno ajuste nos ebooks e ainda não está disponível em todos os livros. Esta imagem, divulgada pela própria Amazon, explica melhor a alteração:

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Embora a Amazon não tenha se pronunciado sobre o caso, é lógico pensar que a nova fonte também chegará aos leitores antigos — pelo menos na linha Paperwhite. As novidades de software do Kindle Paperwhite de 2ª geração, como o construtor de vocabulário e a função de navegar rapidamente pelas páginas foram lançados para o e-reader de 1ª geração apenas algumas semanas depois.

Conclusão

Vale a pena comprar o novo Kindle Paperwhite? Essa pergunta tem duas respostas.

Se você possui um Kindle Paperwhite de 1ª ou 2ª geração, não. Seja feliz com o seu gadget atual e obrigado por ler o review até aqui.

Se você não possui nenhum leitor de ebooks, ou ainda possui um Kindle sem iluminação, sim.

O Kindle Paperwhite continua tendo o melhor custo-benefício entre os e-readers vendidos no país. Com tela de alta qualidade, excelente desempenho, bateria duradoura e um bom ecossistema por trás, trata-se de um leitor de ebooks que dificilmente causará alguma decepção aos proprietários. Por não emitir luz diretamente para a cara do usuário, o aparelho da Amazon também é bastante confortável para leituras longas.

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A geração anterior do Kindle Paperwhite continua sendo vendida pela Amazon com preço oficial de R$ 429, apenas 50 reais mais barato que o modelo atual. Como o desconto é muito pequeno, eu sugeriria a nova geração, que chega ao Brasil em julho, para a maioria das pessoas. No entanto, caso a diferença de preço seja maior (se houver alguma promoção boa no varejo, por exemplo), vá sem medo no modelo antigo: você não perderá nada muito essencial.

Quanto às versões Wi-Fi (R$ 479) e 3G (R$ 699), a recomendação continua sendo a mesma. Como as únicas funções do 3G gratuito da Amazon são acessar a Wikipédia e baixar livros comprados quando você estiver sem Wi-Fi por perto, é difícil justificar o gasto adicional de 220 reais — mesmo porque, se você realmente precisar de conexão urgentemente, o compartilhamento de internet do smartphone pode resolver o problema.

E, assim como está acontecendo com as gerações anteriores, é muito provável que o Kindle Paperwhite de 3ª geração permaneça com você por muitos anos, sem pedir nenhum upgrade. Tomara. Já basta o smartphone para trocarmos todo ano.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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