A vida de crianças com membros amputados pode ser mais legal com esta prótese

Renata Persicheto
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• Atualizado há 2 semanas
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Apesar dos avanços da ciência e tecnologia para facilitar a vida de quem teve membros do corpo amputados e malformações congênitas, a vida dos usuários de próteses ortopédicas não é nada simples. Especialmente se considerarmos crianças, que, além de lidar com a adaptação da peça, precisam também trabalhar todo o fator psicológico e recriar sua autoestima diante da sociedade. Mas talvez essa dificuldade seja amenizada se o processo de readaptação puder ficar mais divertido.

Carlos Arturo Torres, um designer colombiano residente em Chicago, desenvolveu Iko, uma prótese adaptada para crianças, enquanto estagiava por seis meses no Lego’s Future Lab, projeto experimental de pesquisa da empresa de brinquedos. Feita com uma base acoplável de plástico, Iko pode receber engrenagens, motores e lançar naves “espaciais”, tornando o processo de usar uma prótese muito menos desconfortável para os pequenos.

Os primeiros testes foram feitos em Dario, um menininho de oito anos que nasceu sem o antebraço direito. Após ver um desenho feito por Dario, de um robô com dez braços e um olho biônico, Torres conversou com o garoto e ouviu dele que o próprio robô havia construído seus membros, porque era o único que sabia exatamente do que precisava.

Foi aí que o projeto Iko veio à luz: com uma base recarregadora e dotada de um terminal conector pop-and-lock (monte e trave, em tradução livre), um processador, baterias e sensores mioelétricos, que detectam os movimentos musculares e o transferem para qualquer peça que esteja ligada à sua base, a prótese pode comportar de mãos articuladas à braços robóticos.

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Durante a pesquisa que contou com o colombiano Dario, Torres entendeu exatamente como sua ideia poderia revolucionar a autoestima de crianças e jovens com membros protéticos; ao perguntar para um dos amigos do menino qual era sua percepção sobre ele, o garoto disse se sentir mal por sua condição. Mas, após a introdução de um lançador de naves espaciais na prótese de Dario, a mesma criança respondeu “eu quero uma dessas!”.

A empresa de consultoria em design IDEO, em que Torres trabalha, está desenvolvendo atualmente um modelo de baixo custo de Iko, que será feito em impressoras 3D. Não é a primeira vez que uma prótese é construída para adaptar peças de Lego às necessidades de uma criança – a novidade e principal diferença do projeto de Carlos Arturo Torres está, especialmente, na possibilidade de incluir nos modelos de engrenagens e outros tipos de peças interativas.

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Renata Persicheto

Renata Persicheto

Ex-redatora

Renata Persicheto é formada em marketing pela Anhembi Morumbi e trabalhou no Tecnoblog como redatora entre 2013 e 2015. Durante sua passagem, escreveu sobre jogos, inovação e tecnologia. Já fez parte da redação do portal Arena IG e também tem experiência como analista de inteligência de dados.

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