Braço robótico inteligente

Um robô constrói outro robô com atributos melhores que os seus. Estes, por sua vez, criam outros robôs melhorados. Logo, temos um exército de robôs que evoluem de geração em geração. É o fim da humanidade. Felizmente, esse cenário aterrorizante (ou divertido?) se restringe aos filmes de ficção. Mas já há alguns projetos pegando carona nessa ideia. É o caso da “mãe-robô” criada na Universidade de Cambridge.

Os pesquisadores da instituição programaram um braço robótico para montar robozinhos que, a cada geração, se movimentam melhor. Não é nada muito avançado: esses pequenos robôs, na verdade, são apenas uma combinação de blocos feitos em impressoras 3D equipados com um motor simples.

Basicamente, o que o braço robótico faz é conectar esses cubos. O “bebê-robô” criado então se move. Cabe então à “mãe-robô” utilizar uma câmera para analisar a movimentação da criação. Com base nessas informações, um novo robozinho é montado, mas com um projeto diferente. A ideia é fazer com que, a cada nova versão, o “bebê-robô” consiga percorrer distâncias maiores.

É só isso? Só. O braço não é capaz de construir robôs dotados de alguma inteligência, por exemplo. Segundo Fumiya Iida, um dos pesquisadores responsáveis pelo projeto, o objetivo da pesquisa é descobrir como os robôs podem se adaptar a novas necessidades ou situações.

Se essa linha de pesquisar trouxer os resultados esperados, poderemos ter, mesmo que em um futuro bem distante, máquinas que analisam a execução de determinadas atividades e promovem, sozinhas, mudanças de projeto que melhoram a execução da tarefa ou mesmo que corrigem falhas.

No experimento em questão, cujos resultados foram publicados na revista científica PLOS ONE, o braço robótico construiu dez gerações de robozinhos, cada uma conseguindo avançar mais que a anterior. A parte mais surpreendente é que o robô desenvolveu configurações com os blocos que talvez nunca teriam sido imaginadas por humanos.

Gerações - robô

Robôs que criam versões melhoradas de outras máquinas são interessantes, mas é inevitável não questionar se a ideia não traça um futuro apocalíptico. Fumiya Iida não descarta essa possibilidade, mas não se mostra preocupado: “toda tecnologia nova tem um aspecto bom e um aspecto mau. Talvez em 50 anos esses robôs se tornem perigosos, mas iremos descobrir isso antes que o perigo se manifeste”.

Com informações: Mashable

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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