A ferramenta de reconhecimento facial da Microsoft não é enganada por gêmeos

Seis pares de gêmeos testaram o Hello e em nenhum momento o login foi feito no usuário errado

Jean Prado
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• Atualizado há 1 semana
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Um dos recursos novos do Windows 10 é o Microsoft Hello, que faz login com impressões digitais ou reconhecimento facial caso seu computador tenha o hardware necessário. Como sabemos que a segunda técnica normalmente é falha e muitas vezes desbloqueia o celular com apenas uma foto ou algum outro truque, o jornal The Australian decidiu comprovar a eficácia submetendo o Hello a duas gêmeas.

É uma premissa válida, aliás: por que gêmeos não poderiam compartilhar um computador e querer desfrutar da facilidade de desbloquear o seu usuário usando reconhecimento facial? Para testar a ferramenta, o jornal usou um Thinkpad Yoga 14, da Lenovo, que tem três câmeras, sendo duas especiais: uma com sensor infravermelho e a outra com lente 3D.

Foram convidados seis pares gêmeos idênticos que estavam cadastrados no Registro de Gêmeos Australianos (ATR, na sigla em inglês) para fazer o experimento, realizado nas cidades de Sydney e Melbourne. Os gêmeos Henry e George Blood, ao serem submetidos à tecnologia, não obtiveram um resultado uniforme: o primeiro foi reconhecido por seu usuário sem problemas, mas George não conseguiu fazer login.

O cadastro foi feito para cada usuário individualmente.
O cadastro foi feito para cada usuário individualmente.

O teste foi realizado com o registro dos seis pares de gêmeos em um usuário do Windows para cada um; assim, ambos os irmãos poderiam testar se o usuário do outro ia aceitar o seu rosto como identificação. Quando colocado à prova, o resultado foi surpreendentemente preciso: nenhum dos pares de gêmeos foi reconhecido erroneamente. A tática de colocar uma foto na frente da câmera também não é útil no Hello: o mecanismo usa o sensor infravermelho para detectar o calor do objeto que é colocado em frente à câmera.

Segundo John Hopper, diretor da ATR, afirma que gêmeos idênticos podem ter comportamentos diversos. Alguns são ótimos amigos, porém muito competitivos, enquanto outros são tão próximos que chegam a morar juntos ainda quando adultos. Hopper ainda comenta que ainda há gêmeos que negam que são idênticos ao seu irmão, como podemos ver Isabelle Brown comentando no vídeo que não se considera muito parecida com sua gêmea Natalie, que discorda.

Annabelle e Miriam Jeffrey, um dos pares de gêmeos que foi submetido ao teste.
Annabelle e Miriam Jeffrey, um dos pares de gêmeos que foi submetido ao teste.

O Hello ainda permite que o usuário melhore a identificação colocando e tirando seus óculos ou qualquer outro acessório facial; alguns gêmeos, então, tentaram enganar o sistema ao mexer no cabelo ou ajeitar o óculos. Sem sucesso. Miriam Jeffrey, a gêmea da foto acima, achou que o mecanismo ia se confundir e foi surpreendida. “[O Hello] conseguiu identificar a diferença entre nós facilmente. Foi um pouco surpreendente, achei que não faria certo, mas não, foi muito bom e muito fácil”, comentou.

Em alguns casos, alguns irmãos não conseguiram fazer login no Windows. Isso acontece se a ferramenta, por exemplo, ficar em dúvida em algum aspecto menor de qualquer característica; assim, fica mais difícil de enganá-la. É preferível para o Hello exibir uma mensagem qualquer de erro em vez de liberar o acesso para a gêmea errada. Boa, Microsoft!

Segundo a empresa, o sistema tem uma chance de erro menor que uma em 100 mil. Suas informações biométricas, aliás, não podem ser roubadas: há uma grande criptografia por trás de tudo isso, e a biometria só funciona no dispositivo em que ela foi configurada. Caso você queria ver a demonstração, o vídeo completo pode ser acessado aqui.

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Jean Prado

Jean Prado

Ex-autor

Jean Prado é jornalista de tecnologia e conta com certificados nas áreas de Ciência de Dados, Python e Ciências Políticas. É especialista em análise e visualização de dados, e foi autor do Tecnoblog entre 2015 e 2018. Atualmente integra a equipe do Greenpeace Brasil.

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