Material que se “regenera” poderá proteger naves contra lixo espacial

Emerson Alecrim
Por
• Atualizado há 1 semana
Lixo espacial

Incidentes com satélites e sondas envolvendo lixo espacial não são necessariamente raros. É por isso que a NASA gasta algum tempo desenvolvendo ou apoiando pesquisas que podem minimizar os efeitos do problema. É o caso de um material criado pela Universidade de Michigan que consegue se “regenerar”.

No meio dos detritos espaciais estão fragmentos de satélites, propulsores descartados e pedaços de naves que foram destruídas por algum motivo. Várias medidas são adotadas para evitar incidentes com esses materiais, como o uso de uma reserva de combustível para ser aplicada em manobras de desvio.

Muitos desses detritos são compostos de objetos pequenos que, pelas dimensões reduzidas que possuem, parecem inofensivos. Mas não são. Dependendo da área atingida, um fragmento com apenas um centímetro de diâmetro pode causar danos consideráveis, quase como se o equipamento espacial tivesse sido atingido por um tiro.

Como é muito difícil realizar manobras de evasão para impedir impactos com detritos pequenos, o caminho é apostar em tecnologias que tornam as partes externas de satélites, sondas e afins mais resistentes.

Estação Espacial Internacional (ISS)
Estação Espacial Internacional (ISS)

A NASA adota há alguns anos um equipamento chamado Whipple. Trata-se de uma espécie de escudo colocado a certa distância da parede da nave que, de grosso modo, atua como um para-choque: o objeto que colide com essa proteção perde velocidade, diminuindo as chances de danos, se fragmenta ou muda de trajeto.

Mas há dois problemas. O primeiro é que os Whipples podem falhar. O segundo é que esse tipo de tecnologia só pode ser utilizado em determinadas missões espaciais. A NASA a utiliza, por exemplo, na Estação Espacial Internacional (ISS).

O material que se “cura” sozinho passa a ter utilidade nesse ponto, servindo principalmente como proteção complementar. A base da invenção é um tipo de resina líquida que se solidifica quando entra em contato com o ar.

Essa resina deve ficar “ensanduichada”, isto é, posicionada entre dois painéis que formam uma vedação hermética. Se em uma nave um painel do tipo for atingido por um objeto e se romper, a resina líquida preencherá imediatamente o espaço aberto. O ar existente dentro da nave será suficiente para gerar a reação que causará a solidificação do material. O melhor de tudo é que esse processo acontece muito rapidamente. Observe no vídeo.

Pronto. Está aí uma ideia para proteger satélites e semelhantes de pequenos detritos espaciais. Bom, pelo menos na teoria. Como toda invenção com fins tão específicos, o material precisa passar por mais testes e aperfeiçoamentos antes de ser usado em missões espaciais.

Isso pode levar muito tempo. Mas o fato de o material ser leve e barato (pelo menos quando comparado com outros meios de proteção) aumenta bastante as chances de o projeto vir mesmo a ser útil para a NASA ou companhias que produzem equipamentos espaciais.

É claro que a ideia pode ser explorada de outras formas. Imagine a utilidade que a tecnologia teria se adaptada para proteger a carenagem de um avião ou reforçar a vedação de um laboratório que lida com materiais biológicos perigosos.

Com informações: ExtremeTech

Receba mais notícias do Tecnoblog na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

Relacionados