Pocket ou Instapaper: qual o melhor aplicativo para ler este texto depois?

Pocket ou Instapaper, qual desses serviços escolher para ler textos em todo lugar? Como evitar que eles se tornem uma bagunça?

Paulo Higa
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• Atualizado há 11 meses
Comparativo: Pocket ou Instapaper?

Nem sempre estamos com tempo (ou vontade) de ler algum artigo naquele momento, principalmente quando o texto em questão é longo. Além disso, muitas vezes os layouts das páginas da web não colaboram com a experiência de leitura: estão entupidos de anúncios ou usam uma fonte com legibilidade ruim. Felizmente, existem alguns serviços como o Pocket ou Instapaper que você pode usar para resolver o problema.

Na verdade, existia o trio do Pocket, Instapaper e Readability, mas este último foi descontinuado, restando apenas os dois primeiros. Saiba mais sobre eles e como aproveitar melhor os serviços de leitura e evitar que sua lista de artigos para ler se torne um pesadelo, de tanta bagunça.

Pocket

De longe, o Pocket é o mais famoso. Não é para menos: os aplicativos nas principais plataformas são bem desenvolvidos e atualizados constantemente com novas funcionalidades — uma das mais legais é a recomendação de leitura baseadas no que você salva.

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Além de permitir o salvamento a partir dos botões de compartilhamento no Android e iOS, o Pocket também tem extensões para os navegadores e possibilidade de salvar por e-mail. Para os usuários de Mac, há um aplicativo do Pocket para macOS, que inclusive salva os artigos para leitura offline, sem depender do navegador para leitura.

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O suporte de terceiros também é um ponto positivo: consigo salvar no Pocket diretamente do Feedly, Reeder, Flipboard ou Twitter, por exemplo. O leitor de ebooks Kobo tem integração nativa com o Pocket, permitindo que você leia os artigos a qualquer momento em uma tela mais agradável, que não joga luz na sua cara.

O Pocket é gratuito em todas as plataformas. Há um plano pago, o Pocket Premium, que custa R$ 11 por mês ou R$ 99 por ano, dentre as vantagens em assiná-lo: você passará a ter acesso aos recursos de biblioteca permanente (permite que você leia um artigo mesmo se o original for excluído da internet), pesquisa aprimorada (também faz buscas nos textos, autores e palavras-chave), sugestões de tags e é possível ouvir os textos salvos.

Instapaper

Criado em 2008, o Instapaper é um veterano dos serviços de leitura. Ele era conhecido por conseguir andar com as próprias pernas, sem depender do dinheiro de investidores, diferente do Pocket, porque cobrava pelos aplicativos. No entanto, em outubro de 2014, o Instapaper passou a adotar um modelo freemium: os softwares para Android e iOS se tornaram gratuitos e houve aumento no preço do Instapaper Premium, que atualmente custa US$ 2,99 por mês ou US$ 29,99 por ano.

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Assim como no Pocket, os principais recursos para ler artigos estão disponíveis gratuitamente, mas os assinantes do Instapaper ganham recursos mais interessantes. Além da busca aprimorada, os anúncios da interface web são eliminados, também é possível ouvir os textos nos aplicativos móveis (Text-to-Speech), usar um recurso de leitura dinâmica, fazer anotações ilimitadas e mandar artigos sob demanda para o Kindle.

Apesar da cobrança ser em dólar no site, há maneiras de assiná-lo em real, pelas lojas de aplicativos — Play Store (para o Android) ou App Store (no caso do iPhone, iOS). Nesse caso, a assinatura mensal sai por R$ 9,50, enquanto a anual custa R$ 97,90. É ligeiramente mais barato que o Pocket.

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O Instapaper me agrada bastante por causa das inúmeras opções de personalização de leitura. Há uma série de fontes para escolher (não apenas serif ou sans-serif, como no Pocket) e você também pode definir o espaçamento entre linhas e a largura do corpo do texto. Outros recursos interessantes são as marcações e notas de texto, que tornam a experiência de leitura parecida com o Kindle — mas sem a tela e-ink.

Aliás, falando em Kindle, o Instapaper tem boa integração com o leitor de ebooks da Amazon: diariamente ou semanalmente, no horário que você escolher, o serviço pode enviar um arquivo em formato de revista para o seu e-reader, com todos os artigos que você ainda não leu. Caso seu Kindle esteja conectado à internet, é possível marcar um texto como lido diretamente do gadget — mas esse é um dos recursos do Premium.

O Instapaper pertence ao Pinterest. A compra foi formalizada em 2016, mas também já passou pelas mãos da Betaworks, a partir de 2013, depois que Marco Arment, uma das pessoas que ajudou a fundar o Tumblr, criou o app.

Outras opções

Existem alguns outros softwares que, embora não sejam dedicados para leitura, também permitem o salvamento de artigos ou links para serem conferidos e facilmente encontrados mais tarde.

Evernote Web Clipper

O Evernote Web Clipper é uma extensão para Chrome, Firefox, Opera e Safari que, além de salvar os artigos para leitura posterior, também serve para filtrar o conteúdo das páginas — algo como o modo de leitura do Safari. Tudo o que você salvar será armazenado junto com as suas outras notas do Evernote, o que pode ser uma ideia interessante para quem deseja concentrar tudo no mesmo lugar.

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Como o Evernote é basicamente um aplicativo de anotações, você pode fazer marcações e notas nos textos, que serão sincronizados entre todos os seus dispositivos. O problema é que ele não traz nenhuma função adicional para leitura: você não pode ajustar rapidamente o tamanho da fonte ou cor de fundo, por exemplo.

OneNote Web Clipper

A Microsoft tem investido bastante em seus aplicativos e serviços, o que inclui o OneNote. O caderno digital da Microsoft virou uma plataforma completa para competir diretamente com o Evernote, com direito a APIs abertas e suporte a serviços de terceiros. Nessa transição, a Microsoft lançou o OneNote Web Clipper, que funciona de maneira semelhante à extensão do Evernote.

OneNote Web Clipper

Eu gosto bastante do OneNote, tanto que uso ele para fazer minhas anotações de aula. A minha bronca é que a sincronização é muito ruim, especialmente em comparação com o Evernote: é lenta e falha, ainda mais se você anexou um arquivo pesado em alguma nota. Até onde sei, o OneNote sincroniza um arquivo único por caderno, não nota por nota, o que torna a experiência ruim.

O OneNote Web Clipper permite capturar os artigos das páginas e remover todas as distrações, deixando só o que importa. Está disponível para Google Chrome, Microsoft Edge e Firefox.

Feedly, Flipboard, Twitter e Facebook

Apesar de parecidos com o Pocket e Instapaper, o Feedly e Flipboard são agregadores de notícias, quais permitem que os usuários selecionem as fontes para consumir conteúdo sem ser pela rede social ou navegador.

A semelhança está no salvamento de artigos e outros conteúdos da web. No Flipboard, por exemplo, o usuário pode ler um texto depois se escolher “Flipar em uma revista”, algo como “salvar em uma pasta” como conhecemos.

Para quem usa Twitter e Facebook, há ferramentas nativas para salvar as publicações das redes sociais. No caso do Twitter, a opção aparece no botão de compartilhamento, para o Facebook, fica nos três pontinhos no canto superior da publicação.

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Como aproveitar melhor

IFTTT

Eu sei que sua lista de coisas para ler, assistir ou ouvir está gigante. Mas você pode organizar melhor tudo isso pelo IFTTT. Provavelmente você tem alguns tweets favoritados com links para ver depois e vídeos salvos no YouTube que, coitados, nunca mais serão assistidos. O IFTTT pode enviar todo esse conteúdo automaticamente para o Pocket ou Instapaper, centralizando tudo no mesmo lugar.

Crie uma conta e use receitas para salvar os vídeos do Vimeo no Pocket ou guardar tweets favoritados. Seu tempo agradece.

Pocket to Kindle

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O Pocket é o único que não possui integração nativa com o Kindle, mas um serviço de terceiro pode fazer essa tarefa: o Pocket to Kindle envia diariamente ou semanalmente um resumo dos seus últimos artigos salvos. Também é possível optar por enviar apenas os textos que demoram mais para ser lidos.

Concluindo

A escolha do aplicativo de leitura vai depender das suas necessidades, claro, mas eu descartaria logo de cara os serviços não dedicados a isso, como o Evernote ou OneNote.

Portanto, entre Pocket e Instapaper, minha escolha pessoal é o Instapaper: a integração com o Kindle me agrada bastante, bem como as várias opções de personalização e os recursos de marcação de texto, especialmente quando preciso estudar algum artigo, por exemplo.

No entanto, o Instapaper fica interessante apenas no plano Premium, já que o gratuito tem limitações importantes, como o suporte a somente cinco notas por mês (?) — salvamento de artigos e páginas são ilimitados.

Já o Pocket praticamente não força ninguém a assinar o Pocket Premium, pelo menos por enquanto — não há nenhuma funcionalidade essencial restrita a usuários pagantes. Por isso, ele deverá ser a melhor opção para a maioria das pessoas, especialmente para aquelas que não fazem questão dos recursos avançados do Instapaper e querem apenas um aplicativo que funcione bem.

Qual você prefere?

Colaborou: Lucas Lima. 

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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