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Se você já teve contato com algum software atual do Google em dispositivos móveis, como Google Now, Google Tradutor ou Google Fotos, sabe que eles possuem recursos que facilitam o dia a dia dos usuários.

Nossa vida se tornou muito mais cômoda e prática através do reconhecimento de voz, por exemplo, que nos permite hoje perguntar ao nosso smartphone qual o endereço de determinado lugar ou trajeto entre dois pontos, horários de transportes públicos, conseguir a tradução de uma placa em idioma estrangeiro e agendar uma reunião ou lembrete. Além da visão computacional para identificar objetos, animais e pessoas em uma determinada foto.

Tudo isso foi evoluindo entre as ferramentas do Google por meio de um software de inteligência artificial chamado TensorFlow. Trata-se de um sistema de aprendizado de máquina, uma área da inteligência artificial dedicada a criar algorítimos que permitam que computadores (de todas as espécies) possam aprender coisas e aperfeiçoar tarefas.

Em linguagem técnica, estamos falando de uma biblioteca para computação numérica que usa gráficos de fluxo de dados, com operações matemáticas acontecendo em cada um dos nós desse fluxo, montando uma representação multidimensional de matrizes de dados que se comunicam entre si.

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Mas para os mais chegados, é um sistema irado que faz mágica e que transforma nossos gadgets em verdadeiras espadas de Thundera, nos dando a visão além do alcance.

Aliás, o TensorFlow pode rodar tanto em apenas um smartphone quanto em milhares de computadores ao mesmo tempo. Você consegue perceber o potencial disso? Então, o Google também consegue e por esse motivo a empresa acabou de anunciar que, a partir de hoje, o TensorFlow possui o código aberto. E disseram:

“Nós pudemos ver o que o TensorFlow é capaz de fazer, e pensamos que ele possa causar um impacto ainda maior fora do Google. Esperamos que isso venha a permitir à comunidade de aprendizado de máquina – todo mundo, de pesquisadores acadêmicos, a engenheiros e entusiastas – a troca de idéias mais rápida, através de código funcional em vez de apenas usar métodos tradicionais de pesquisa.”

Veja como o TensorFlow funciona:

Devido ao poder colaborativo do software, é muito provável que usar este código-fonte de forma complementar às pesquisas vá acelerar os projetos dos cientistas, e isso invariavelmente culmina na criação de tecnologias melhores para todos nós. Estamos falando de uma ferramenta que pode ajudar na análise de conceitos microscópicos até no processamento de dados literalmente astronômicos.

Isso me lembra meu projeto de conclusão de curso, no qual eu e meus colegas criamos um sistema com interface adaptável, usando conceito de patterns e personas. A gente precisava de uma maneira de fazer o computador aprender a identificar que tipo de usuário estava acessando o sistema, fosse alguém com problemas para enxergar textos pequenos, ou alguém mais novo que acessava os menus rapidamente, e mudar a usabilidade conforme seus comportamentos e temperamento.

Isso acabou entrando como um desenvolvimento futuro, tido como possível. Mas por falta de uma tecnologia viável naquele ano, optamos por computar o feedback dos usuários. Com o TensorFlow, isso hoje é plenamente alcançável, de forma automática e bem mais inteligente.

Se você ficou interessando, existem vários tutoriais online, em vários níveis de dificuldade, para iniciantes e especialistas no assunto. O que eu mais gostei até agora foi um que envolve Redes Neurais para reconhecimento de imagens. Vale a pena dar uma conferida.

Parabéns aos envolvidos.

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Matheus Gonçalves

Matheus Gonçalves

Ex-redator

Matheus Gonçalves é formado em Ciências da Computação pelo Centro Universitário FEI. Com mais de 20 anos de experiência em tecnologia e especialização em usabilidade e game development, atuou no Tecnoblog entre 2015 e 2017 abordando assuntos relacionados à sua área. Passou por empresas como Itaú, Bradesco, Amazon Web Services e Salesforce. É criador da Start Game App e podcaster do Toad Cast.

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