Sony Xperia Z5: poucas, mas boas novidades

Modelo supera deficiências da geração anterior, mas preço sugerido de R$ 4.299 é proibitivo.

Emerson Alecrim
Por
• Atualizado há 10 meses
Xperia Z5

A Sony tem o hábito de atualizar a sua família de smartphones topo de linha a cada semestre. É impossível não estranhar. Essa estratégia faz a percepção de valor da geração anterior declinar rapidamente. Mas, no atual momento, esse ciclo curto de atualização oferece uma grande vantagem: ao lançar o Xperia Z5 agora, a Sony pode se livrar da imagem manchada que o Xperia Z3+ — o modelo antecessor — construiu.

Não que o Xperia Z3+ (no Japão, Xperia Z4) seja ruim, veja bem. Mas o aparelho deixou um rastro de más impressões por conta de problemas como aquecimento excessivo e câmera traseira que, muitas vezes, entrega resultados abaixo das expectativas.

Será que a Sony consegue se redimir desses “pecados” com o Xperia Z5? A gente pode esperar algum avanço em relação à câmera ou à tela, por exemplo? Eu passei os últimos dias testando o aparelho para descobrir. Relato as minhas impressões nos parágrafos a seguir.

Design e pegada

Xperia Z5

Em design que está ganhando não se mexe. Talvez esse seja um dos lemas da Sony: o desenho externo do Xperia Z5 o deixa bastante semelhante aos modelos das gerações anteriores que, não custa ressaltar, sempre foram muito bonitos.

Mas há algumas diferenças bem-vindas. Um dos primeiros detalhes que eu notei é a superfície da moldura metálica do aparelho, que ficou um pouco menos curvada, facilitando a pegada.

As laterais também reservam uma grande mudança: o botão liga/desliga redondo que virou marca registrada da linha Xperia não está ali. Em seu lugar, há um botão mais largo e achatado, mas por um bom motivo: é nesse botão que fica o leitor de impressões digitais, uma das principais novidades do Xperia Z5. Falaremos sobre esse recurso logo mais.

Xperia Z5

Ainda sobre as laterais, não gostei muito do reposicionamento dos controles de volume. Agora eles estão mais abaixo, perto do botão de câmera. É uma posição pouco confortável para acesso com o dedo polegar — principalmente se você estiver segurando o smartphone com apenas uma mão —, mas necessária por conta da implementação do sensor de digitais.

Talvez a mudança mais interessante na parte externa fique para a tampa traseira (não removível). O vidro existente ali ganhou uma aparência opaca (Frosted Glass) que repele marcas de dedos e, ao mesmo tempo, oferece boa aderência ao toque — em nenhum momento tive impressão de que o Xperia Z5 iria escorregar da minha mão.

Xperia Z5

Essa é uma alteração que eu curti bastante. A linha sempre teve visual e acabamento caprichados, mas, no Xperia Z3+, por exemplo, as manchas de dedos no vidro traseiro me incomodavam muito. A Sony adotou uma solução que resolveu esse problema sem afetar o apelo estético do modelo. Mandaram bem!

No mais, nada de novo. A lateral esquerda continua tendo uma abertura para inserção do SIM card (o Z5 testado é single SIM) e do cartão microSD (é necessário remover uma gavetinha para encaixá-los que, felizmente, está mais fácil de tirar do que no Xperia Z3+), enquanto que a parte inferior permanece concentrando a porta micro-USB e o orifício para colocação de um cordão.

Xperia Z5
O Z5 ficou um pouco mais gordinho: a espessura pulou de 6,9 mm (no Z3+) para 7,3 mm
O Z5 ficou um pouco mais gordinho: a espessura pulou de 6,9 mm (no Z3+) para 7,3 mm

Tela

Também não há nada de novo na tela. O componente, do tipo IPS LCD, tem 5,2 polegadas de tamanho, resolução full HD e densidade de 424 pixels. É assim desde o Xperia Z2. Mas isso não é ruim, não.

Creio que 5,2 polegadas é um tamanho bastante equilibrado para os dias atuais — não sobra tela, tampouco falta. Além disso, a resolução de 1920×1080 pixels atende muito bem às aplicações que temos nos smartphones.

Xperia Z5

Temos que levar em conta ainda que os níveis de brilho são muito bons, permitindo visualização satisfatória do conteúdo da tela mesmo em ambientes com forte incidência de luz solar. Além disso, o display apresenta ótima fidelidade de cores. Esse aspecto fica ainda mais interessante se você ativar o “Modo super-vívido” nas configurações de tela.

Ah, a visualização em ângulos diferentes também não decepciona. Você pode até notar alguma perda de tonalidade quando o smartphone não estiver exatamente à sua frente, mas não é nada que tire pontos.

Xperia Z5

Apesar de eu achar que 5,2 polegadas é um tamanho ótimo, reconheço que talvez tenha passado da hora de a Sony aproveitar melhor o espaço frontal do aparelho. O Xperia Z5 tem praticamente a mesma altura do Moto X Play, por exemplo, mas a tela deste é maior (5,5 polegadas).

De qualquer forma, quem está à procura de mais pixels pode recorrer ao Xperia Z5 Premium, que oferece tela de 5,5 polegadas e resolução de 3840×2160 pixels. Ou não: assim como o Xperia Z5 Compact (com tela de 4,6 polegadas), o Z5 Premium não tem previsão de lançamento no Brasil (pelo menos não tinha até a publicação deste review).

Câmeras

Os modelos anteriores ao Xperia Z5 sempre entregaram fotos com boa qualidade, mas não sem deixar a sensação de que poderiam fazer imagens um pouco mais atraentes.

No Xperia Z5, a Sony tratou de fazer um upgrade na câmera traseira para tentar atender às expectativas: agora o componente possui sensor Exmor RS com 23 megapixels, 1/2,3 polegada, autofoco híbrido de apenas 0,03 segundo e lente grande angular de 24 mm. Será que essas especificações todas se traduzem em imagens melhores? Eu diria que sim, mas a impressão de que a Sony ainda tem trabalho a fazer nesse quesito permanece.

Xperia Z5

Por meio do modo automático (Auto. superior), que por padrão exibe imagens com 8 megapixels (mas você pode mudar para 20 megapixels ou outros valores nas configurações), as fotos geradas apresentam vivacidade de cores e baixa quantidade de ruídos. Porém, não é difícil notar perda de definição por conta do pós-processamento, principalmente nos pontos mais próximos das bordas.

Foto em modo automático (8 megapixels)
Modo automático (8 megapixels)
Foto em modo automático (8 megapixels)
Modo automático (8 megapixels)
Modo automático (20 megapixels)
Modo automático (20 megapixels)

O tal do autofoco híbrido me pareceu mesmo relevante. A técnica se baseia em dois modos de foco: detecção de contraste para precisão (o ponto que tiver mais contraste é que aquele em que haverá focalização) e detecção de fase para velocidade (a tecnologia compara as cenas que entram pelos lados esquerdo e direito da lente e ajusta o foco quando as duas convergem).

Na prática, o foco acontece bem rapidamente, com precisão, ao menos na maioria das situações. É pouco provável que você consiga atingir a velocidade de 0,03 segundo — a Sony obteve isso em condições bem especiais —, mas algo entre 0,1 e 0,5 segundo é perfeitamente possível.

Nesta foto, o foco ajudou a reduzir o borrão de movimento do trem
Nesta foto, o foco rápido ajudou a reduzir o borrão do movimento do trem
Também dá para tirar fotos macro sem grande esforço
Também dá para tirar fotos macro sem grande esforço

Se você colocar a câmera em manual, pode ativar o modo HDR. Só que essa função é meio “de lua”: às vezes funciona bem, às vezes não. Note nas comparações abaixo. O primeiro par de fotos sem e com HDR praticamente não evidencia diferenças; já no par seguinte o efeito é bem mais perceptível.

Sem HDR
Sem HDR
Com HDR
Com HDR
Sem HDR
Sem HDR
Com HDR
Com HDR

Para o dia a dia, provavelmente a maioria dos usuários se contentará com o modo automático, mas é possível conseguir resultados mais interessantes ajustando os parâmetros da câmera. Felizmente, o software de câmera do Xperia Z5 dá acesso a algumas configurações. Você pode ajustar brilho e cor com rápidos toques na tela, por exemplo. Essas opções estão disponíveis inclusive no modo automático.

Brilho reduzido ao máximo
Brilho bem reduzido
Controles de brilho e temperaturaControles de brilho e temperatura
Controles de brilho e temperatura (repare nas duas barras no lado direito)

Como está, o app de câmera é bom, mas deve fica melhor. A Sony do Brasil promete liberar nas próximas semanas uma atualização que tornará o acesso aos recursos de configuração ainda mais rápido e intuitivo.

E quando houver pouca luz? Os ruídos vão aparecer, é claro, mas até que a câmera do Xperia Z5 consegue controlá-los bem.

Sem flash
Sem flash

De todo modo, o LED flash acaba fazendo diferença aqui.

Com flash
Com flash

Sabe uma característica que eu tinha uma esperança mínima de ser mudada? A posição da câmera na traseira do smartphone, confesso. O componente fica no encontro da lateral com a parte superior. O problema dessa posição é que vez ou outra eu acabo deixando o dedo aparecer ali ao segurar o aparelho. Isso também aconteceu quando eu testei o Xperia Z3+. Mas, tudo bem. Nem dá para considerar esse detalhe uma falha, afinal, basta ficar atento no momento do disparo, certo?

 Olha a ponta do meu dedo ali no canto direito superior
Olha a ponta do meu lindo dedo ali no canto direito superior

Para quem é chegado em selfies, a câmera frontal não mudou em relação à geração anterior: ali continua havendo um sensor Exmor RS de 5 megapixels com lente grande angular de 25 mm.

Os resultados são muito bons, embora não excepcionais. O fundo da imagem pode perder um pouco de detalhamento, mas o objeto mais próximo da lente (ou seja, você) sai com boa definição e fidelidade de cores.

Xperia Z5

A parte ruim é que o pós-processamento pode gerar alguns efeitos desagradáveis, dependendo das circunstâncias. É comovente a tentativa do software de me deixar mais apresentável na selfie abaixo, mas observe como a minha barba por fazer ficou estranha. Para tentar amenizar a situação, eu desativei o modo “Efeito pela macia” nas configurações, mas nem isso ajudou.

Selfie com o Xperia Z5

Na maioria das situações, porém, essa câmera deve gerar selfies agradáveis. É isso o que importa.

Software

Você vai encontrar o Android 5.1.1 Lollipop no Xperia Z5 ao tirá-lo da embalagem (com promessa de atualização para Android 6.0 Marshmallow em um futuro próximo). Junto há uma interface que a Sony finalmente melhorou: ela está ainda mais leve e limpa, para a alegria de quem gosta de Android (quase) puro.

Não que a interface adotada na linha Xperia até então fosse ruim. A Sony não costuma fazer grandes peripécias na Xperia UI, como efeitos de transição exagerados ou modificações que exigiam tempo de aprendizado.

Xperia Z5 - interface

O problema é que vez ou outra o usuário encontrava ícones fora do padrão ou botões antigos misturados com novos, sem contar o monte de widgets que já vinham ativados de fábrica. Como se não bastasse, a interface estava datada: a Sony só fez alguns leves ajustes nos últimos anos.

No Z5, a fabricante se mostrou mais cuidadosa com esses aspectos. A companhia conseguiu deixar a interface ainda mais minimalista. Os widgets ainda existem, mas são mais discretos. Já a central de notificações permanece praticamente sem customizações.

A Sony também pegou leve com os aplicativos pré-instalados, como AVG Protection e Amazon Shopping. Eles estão lá, mas são bem menos numerosos. Além disso, a maioria pode ser desinstalada facilmente.

App Música
App Música

Os recursos desenvolvidos pela própria Sony continuam fazendo bonito. É verdade que alguns deles, como os apps What’s News e Movie Creator, parecerão inúteis para a maioria dos usuários, mas outros são bem-vindos, como o já clássico player Música e o monitor de atividades físicas Lifelog.

Outros recursos, como o que melhora a qualidade do áudio quando você usa fones de ouvido, também somam pontos.

Áudio

Sério, não lembro de ter tido uma experiência tão boa com fones de ouvido em smartphones. No Xperia Z5, o áudio sai com clareza e pode ser regulado facilmente para atender aos seus gostos.

O primeiro aspecto que chama atenção é o ajuste que otimiza automaticamente o som para reprodução em fones. A função tenta equilibrar as frequências para que nenhum detalhe do áudio seja perdido.

Funciona, mas os resultados mais interessantes aparecem na função de som ambiente. Nela, você pode escolher um entre três padrões de reprodução: estúdio, boate e sala de concertos. A primeira me pareceu muito boa para ouvir o áudio de filmes. Já a segunda consegue, por exemplo, aprimorar a reprodução de graves sem comprometer as outras frequências.

Como eu gosto de mettaaaaallll, graves são importantes para mim. Testei o Z5 com um fone intra-auricular Philips SHE8000/10, que é baratinho (custa cerca de R$ 75), mas tem reforço de graves e bons níveis de volume.

Nos testes, o áudio saiu vibrante e foi possível notar até detalhes que muitas vezes passam despercebidos. Parecia mesmo que o som era do ambiente.

Otimização para fones de ouvido

É claro que a qualidade do fone de ouvido também influencia. O Philips SHE8000/10 não é o melhor intra-auricular do mercado, mas é muito bom para a sua faixa de preço. Por conta disso, decidi fazer um teste com um fone de ouvido bem meia-boca — um que acompanha o Moto X Play. Neste ponto, devo ressaltar que o Xperia Z5 que a Sony nos mandou para teste não veio com fones, mas o acessório acompanha as unidades disponíveis no varejo.

Não há milagres, obviamente, mas novamente as configurações de áudio surtiram efeito. Apesar da simplicidade do fone, o som saiu mais limpo e com um pouco mais de profundidade.

Quanto ao áudio externo, o Xperia Z5 conta com dois alto-falantes frontais, um na parte de cima e outro na parte inferior. Nelas, o som sai com clareza e praticamente não distorce. O volume máximo é satisfatório, mas há smartphones por aí que levam a melhor nesse quesito. Não é nada que desabone o modelo, no entanto.

Mas, se você quiser uma experiência de áudio realmente interessante, deve mesmo apelar para fones de ouvido. Definitivamente, o Xperia Z5 se entende muito bem com eles, mesmo com os mais fraquinhos.

Leitor de impressões digitais

Xperia Z5

Finalmente a linha de flagships da Sony tem leitor de impressões digitais. A implementação do recurso pode ter demorado, mas foi muito bem feita: como adiantei no início do review, o sensor de digitais fica na lateral direita, integrado ao botão liga/desliga.

Por que ali e não na frente ou na traseira? Segundo a Sony, para facilitar o uso do recurso. Mantemos as pontas dos dedos nas laterais para segurar o smartphone. Além disso, frequentemente acionamos o botão liga/desliga. O leitor de digitais fica em um caminho que já conhecemos, consequentemente.

Tenho que concordar com a Sony. O sensor foi colocado em um ponto que oferece bastante praticidade. A melhor parte é que o leitor funciona muito bem: você consegue desbloquear o aparelho usando suas digitais em menos de um segundo. O único pormenor é que, se a tela estive apagada, você terá que pressionar o botão liga/desliga para que o dispositivo leia a sua impressão digital.

Xperia Z5

Você consegue utilizar o leitor de digitais sendo destro ou canhoto, não importa. O gerenciador de impressões possibilita que você cadastre até cinco digitais diferentes. Eu, por exemplo, cadastrei o polegar direito e o indicador esquerdo. Assim, pude desbloquear o aparelho rapidamente com ambas as mãos.

O processo de cadastro é bem simples: o gerenciador de digitais vai pedindo para você dar toques no botão liga/desliga e movimentar um pouco o dedo. Em menos de um minuto o procedimento é concluído.

Xperia Z5

Ao menos por enquanto, só dá para utilizar o leitor de digitais para desbloquear o smartphone (o que já é uma mão na roda), mas o update para o Android 6.0 Marshmallow deve trazer mais funcionalidades, especialmente para uso de serviços de pagamentos.

Desempenho e bateria

Assim como o Xperia Z3+, o Xperia Z5 é equipado com processador Snapdragon 810 (com quatro núcleos Cortex-A53 de 1,5 GHz e outros quatro Cortex-A57 de 2 GHz), GPU Adreno 430 e 3 GB de RAM, além de 32 GB para armazenamento interno de dados (expansíveis com microSD de até 200 GB, olha só). Essa repetição não surpreende: com o ciclo curto de atualizações da linha, a Sony só conseguirá usar um SoC mais avançado na próxima geração.

De qualquer maneira, esse é um bom conjunto. Em nenhum momento eu me deparei com travadinhas, apps que demoram para abrir ou lentidão para alternar entre os aplicativos, mesmo quando há vários deles abertos. Tudo rodou de maneira fluída e estável, até mesmo jogos pesados com configurações gráficas no máximo, como Dead Trigger 2 e Real Racing 3.

Geekbench 3 e AnTuTu 5.7.1
Geekbench 3 e AnTuTu 5.7.1

Como as capturas acima mostram, os resultados nos benckmarks atestam o bom desempenho. Mas disso ninguém tem dúvida, creio. A pergunta que martela na cabeça é: o Snapdragon 810 esquenta muito no Xperia Z5?

Esse foi um dos problemas que mancharam a imagem do Xperia Z3+. Nele, o processador esquentava tanto que alguns aplicativos — como o de câmera — fechavam após um curto tempo de uso. A Sony liberou atualizações para enfrentar o problema, mas só conseguiu amenizá-lo.

O Xperia Z5 também esquenta. Se você rodar jogos ou gravar vídeos em resolução 4K, o aparelho esquentará. Mas não tanto quanto o Z3+ — apesar de avisos como o que aparece abaixo, nenhum aplicativo fechou comigo por conta de superaquecimento.

Xperia Z5 - aviso sobre risco de aquecimento excessivo

Não nego que em determinadas situações o aquecimento pode preocupar. Basta alguns minutos de gravação de vídeo em 4K para a tampa traseira ficar bem quente. Mas, novamente, não é nada tão dramático quanto no Z3+. O truque? A Sony afirma ter implementado um mecanismo duplo de dissipação de calor para conter os ânimos do Snapdragon 810. Tem dado certo, pelo jeito.

Quanto à bateria, bom, ela não faz feio, mas também não me impressionou. Com 2.900 mAh, o componente pode aguentar um dia inteiro longe da tomada, desde que você siga a velha regra de moderar o uso de aplicações exigentes.

Como sempre faço nos reviews, executei algumas tarefas comuns para ter noção da autonomia do Xperia Z5: filme O Poderoso Chefão (2h57min) via Netflix e brilho máximo na tela, pouco mais de 20 minutos de Real Racing 3, uma hora de música via MixRadio, gravação de vídeo em 4K por cinco minutos e dez minutos de ligação. A soma dessas atividades vez o nível da bateria cair de 100% para 26%.

Não está ruim, ainda mais se levarmos em conta que o Snapdragon 810 é um tanto exigente e que a gravação em 4K consome bastante recursos. Mesmo assim, eu esperava por um pouco mais de carga sobrando. Nesse ponto, vale lembrar que a Sony oferece as funções Stamina e Ultra Stamina, dois modos de economia de energia que podem ser a salvação quando a situação apertar.

Xperia Z5

E a proteção contra água? Assim como os modelos anteriores, o Z5 vem com classificação IP65/68, mas os relatos de pessoas que perderam o aparelho por conta da entrada de água no interior são tão numerosos (aconteceu comigo no review do Xperia Z3+ — faço terapia até hoje para lidar com o trauma) que a companhia vem se mostrando cada vez mais cuidadosa com esse aspecto: manual e páginas promocionais informam que o dispositivo tem resistência contra poeira e respingos (de chuva, por exemplo), mas que não é boa ideia mergulhá-lo na água.

Conclusão

Com o Xperia Z5 a Sony conseguiu corrigir ou amenizar as deficiências que marcaram o Xperia Z3+. A câmera principal pode decepcionar algumas vezes, mas melhorou, a interface ficou mais leve (embora a versão anterior não fosse ruim), o controle do aquecimento está bem mais preciso e a tampa traseira não é mais um imã para marcas de dedos. Não podemos nos esquecer da cereja do bolo: o leitor de impressões digitais é um acréscimo muito bem-vindo.

Mas o Z5 sofre — com mais gravidade, eu diria — de um problema que afeta praticamente toda a família Xperia: a falta de uma política de preços mais competitiva. O modelo foi lançado no Brasil com preço sugerido de R$ 4.299.

Xperia Z5
Para variar, o Xperia Z5 está sendo vendido no Brasil apenas nas cores preta e branca

É muito caro, mesmo se levarmos em consideração os efeitos da alta do dólar. O Xperia Z3+ foi lançado no país com preço oficial de R$ 2.999, valor que já era considerado elevado. Na comparação, O Xperia Z5 traz melhorias em vários aspectos, mas nem isso justifica um aumento tão expressivo de faixa de preço, nem mesmo a presença do leitor de digitais.

Seu orçamento é limitado, mas você faz questão de um smartphone topo de linha? Dê uma olhada no que alguns concorrentes oferecem ou espere o Xperia Z5 baixar bem de preço. Você está podendo gastar bastante? Que legal, cara! Mesmo assim, eu sugiro que você espere o preço cair. O Z5 é um aparelho muito bom, mas não a ponto de valer a pena desembolsar R$ 4.299 por ele.

Especificações técnicas

  • Bateria: 2.900 mAh;
  • Câmeras: traseira de 23 megapixels, frontal de 5 megapixels;
  • Conectividade: 3G, 4G, Wi-Fi 802.11ac, GPS, Glonass, NFC, Bluetooth 4.1 e micro-USB 2.0;
  • Dimensões: 146 × 72 × 7,3 mm;
  • GPU: Adreno 430;
  • Memória externa: suporte a cartão microSD de até 200 GB;
  • Memória interna: 32 GB (cerca de 22 GB disponíveis para o usuário);
  • Memória RAM: 3 GB;
  • Peso: 154 gramas;
  • Plataforma: Android 5.1.1 Lollipop;
  • Processador: octa-core Snapdragon 810 (MSM8994);
  • Sensores: acelerômetro, bússola, giroscópio, infravermelho, proximidade;
  • Tela: IPS LCD de 5,2 polegadas com resolução de 1920×1080 pixels (424 ppi).

Sony Xperia Z5

Prós

  • O leitor de impressões digitais funciona muito bem
  • Ótima experiência para uso com fones de ouvido
  • A tela continua excelente

Contras

  • A câmera traseira melhorou, mas ainda pode decepcionar
  • A bateria é, de novo, apenas ok
  • O aparelho derrapa na relação custo-benefício
Nota Final 8.9
Bateria
7
Câmera
8
Conectividade
10
Desempenho
9
Design
9
Software
9
Tela
10

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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